17.10.19
Liguei a televisão e julguei estar a ver Jerusalém ou a Faixa de Gaza...
Jovens encapuçados atirando pedras, polícias investindo sobre a multidão, carros e ruas a arder num misto de inferno e turbilhão.
Afinal estava enganado...
Eram as ruas de Barcelona.
Quando aqui escrevi, no nascimento desta batalha com a declaração de Independência da Catalunha, deixei notar a ideia de uma calamidade política e administrativa em crescendo, uma gestão apocalíptica deste caso, por parte da Generalitat, assim como, da estrutura central Espanhola.
Na altura, Mariano Rajoy e Felipe VI...
Agora, Pedro Sanchez e o Rei Felipe VI.
Não posso esquecer a declaração de Felipe VI, logo após o nascimento desta polémica, uma declaração de força, imprópria de um Rei que deveria manter abertas as Pontes necessárias para unir o seu Reino.
Felipe VI optou por fazer voz grossa, aliás contrastando com a sua fraca figura “institucional”, queimando etapas e opções que lhe seriam úteis nesta encruzilhada.
Espanha vê a sua unidade colocada em causa, o enfraquecimento de uma das regiões mais prósperas da Nação, definhando, por entre, uma divisão cada vez mais evidente nesta sociedade Catalã.
Volto a olhar para estas imagens...
Para este cenário de Médio-Oriente que se impõe em pleno palco Europeu, numa visão intrinsecamente aterrorizadora de escolhas políticas erradas.
Uns dirão que somente este caminho sobrava, a condenação destes políticos por sedição, outros condenarão este acto “estúpido” que acentua a clivagem entre as partes...
Onde deverão estar todos de acordo, é na ausência de alguém que possa assumir a moderação em todo este processo.
Até porque o jovem Rei, há muito, que abdicou deste papel.
Filipe Vaz Correia