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Caneca de Letras

17.01.20

 

Queria tanto soletrar

desencontradamente soletrar

sem medos ou enredos

que se desenlaçam ao adivinhar

os espinhos pincelados

nesse destinado suspiro solitário.

 

Como explicar à folha em branco

os arrepios e calafrios

somados no olhar

nesse entrelaçado respirar

tão intenso e desapegado...

 

Saberia o verso solto

nas entrelinhas de um poema

que a velha canção se calou

no amargurado saltitar do coração...

 

E um dia...

 

Talvez a voz se faça ouvir

as memórias possam escapulir

esvoaçando intemporalmente

como se o amanhecer jamais tivesse fim.

 

 

 

 

 

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