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Caneca de Letras

16.10.17

 

Portugal está a arder, esventrado por um mar de chamas que parece não ter fim...

Um vermelhão ao longe, no horizonte, perdendo-se por entre o desespero das gentes, das pessoas, de vidas.

O pior dia do ano, no que diz respeito a incêndios,  com estradas cortadas, localidades isoladas, aldeias e cidades cercadas, tantos e tantos sítios, no meio de um pesadelo.

Como poderemos nós, cidadãos, aceitar que tudo isto ocorra, sem que nada se altere?

Basta, por uma vez, basta!

Existe por trás destes fogos mãos criminosas, uma espécie de quadrilha que actua concertadamente para construir estes cenários de horror.

Sei perfeitamente que este clima para Outubro é excepcional, que as alterações climáticas são uma realidade, que o território Nacional está em parte, ao abandono...

Sei de tudo isso, mas não consigo acreditar que seja possível este tipo de fogos, esta dimensão descontrolada, sem que exista acção humana.

Por último, independentemente dos estudos que quiserem fazer, julgo que a Ministra da Administração Interna, assim como a equipa que a acompanha, terá de abandonar o cargo, demitir-se ou ser demitida.

Não me interessa se é directamente responsável, até pode não o ser, no entanto, em última instância tem verdadeiramente muito azar...

E uma Ministra com azar, também não se recomenda para o cargo.

Que venha a chuva, para que se extinga este mar de chamas.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

15.10.17

 

Os incêndios não têm dado tréguas, com um Outubro excepcionalmente quente, vemos o prolongar do drama dos fogos, inquietando povoações e gentes há muito martirizadas por tamanho flagelo.

Infelizmente parece que somos incapazes de prever e precaver este tipo de tragédias, de desenvolver mecanismos que protejam este nosso Portugal, deixando à mercê as pessoas e aqueles que combatem os fogos por todo o País.

Por estes dias, foi entregue o relatório sobre a tragédia de Pedrógão Grande, que visava explicar o que sucedeu naqueles fatídicos momentos que levaram à perda de tantas vidas Humanas.

Será que irá o estado aprender com esta imensa tragédia?

Teremos responsáveis por tamanha desgraça?

O Governo afirmou, vezes sem conta, ser necessário esperar pelas conclusões desta Comissão Independente, para poder tirar as ilações devidas sobre o que se havia passado em Pedrógão, para apontar culpados, para alterar e corrigir, o que tem de ser corrigido...

É isso que aguardamos, sem mais delongas, desculpas ou manobras de diversão.

O que aconteceu em Pedrógão Grande é por demais grave, para se empurrar para as calendas, decisões que urgem ser assumidas, para explicar ao País o que verdadeiramente falhou...

Está marcado para a próxima semana um Conselho de Ministros extraordinário, para analisar este relatório, e julgo que essa será a derradeira oportunidade, para o Governo tomar uma posição clara e inequívoca, para definitivamente ser assacada responsabilidade, a quem de direito.

Caso não o façam, então, será o descrédito total.

Para bem de todos nós, esperemos que Pedrógão Grande não se repita, a dimensão de vidas perdidas, o descontrolado vazio que se impôs àquelas populações...

E isso só poderá ser evitado, se aprendermos com os erros.

Por isso, expliquem lá de uma vez, o que se passou em Pedrógão Grande?

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

18.06.17

 

Ainda não consigo compreender como foi possível tamanha tragédia, como num instante tantas vidas foram roubadas, tantas famílias foram destruídas, tamanha tristeza tomou conta deste nosso País...

Ao ver as imagens que nos chegam através das televisões, em reportagens algumas delas a roçar a invasão da dor e privacidade daqueles que neste instante sofrem, não consigo parar de me questionar:

Poderá isto fazer sentido?

Que ensinamento poderemos nós retirar, de tamanha tragédia?

As histórias ali contadas, o desespero incutido nelas e nos rostos daqueles que ali encontram a dúvida e a incerteza do que perderam, é deveras demolidor para quem como eu assiste atónito, sem saber o que  escrever ou como imaginar aquele maldito inferno...

As emoções descontroladas, os silêncios diante da grandeza daquelas labaredas, daquele vermelhão que irrompe noite dentro, ceifando vidas, almas, recolhendo por entre os gritos os sonhos que certamente muitos ansiavam ainda cumprir.

Tanta imponência, incontrolada demência num quadro de terror...

É por isso que por vezes parece não fazer sentido.

É por isso que às vezes temos que procurar bem fundo, no interior da nossa alma para poder acreditar que em algum momento, fará sentido tamanha crueldade, tamanha dor num destino incompreensível.

Infelizmente o nome de Pedrogão jamais será esquecido por todos nós e com ele esta maldita recordação dos muitos que desapareceram.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

14.06.17

 

São estes os momentos em que reencontro a minha crença interior, a mesma, que por vezes ouso questionar...

Este terrível desastre que aconteceu em Londres, naquele prédio transformado em inferno, mar de chamas que insistiu em devastar vidas e mais vidas, que ali em suas casas buscavam apenas mais um momento de conforto entre os seus, fez me suster a respiração e voltar a suster.

Como é possível?

Nestes momentos olho para o céu e pergunto-me vezes sem conta:

Como foi possível?

E depois ouve-se uma história, escuta-se o espanto transformado em realidade daquela Mãe triste e desesperada, que atira o seu filho de um nono andar, embrulhado em lençóis na esperança de pelo menos esse pedaço de si, poder sobreviver...

Descendo pelos céus, através da gravidade descontrolada, ali vem uma criança tal e qual como um pássaro sem asas, descendo por entre a estrada do seu destino, amparada pelo amor de sua mãe e certamente...

Pela intervenção divina.

É aqui, nestes momentos que a minha alma regressa ao que intrinsecamente acredita, àquele reencontro com a fé.

E num milagre sem explicação, um homem, nove andares depois, segura com as suas mãos aquela criança que lhe fora entregue pelo desespero daquela mãe, viajando através do amparo de Deus...

Pois só Deus poderá garantir que tal viagem corra bem.

Assim, pensando naquela Mãe, imaginando aquela criança, recordando esta história, escolho sempre o milagre pois existe sempre nele incluído, uma espécie de esperança em que vale a pena crer.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

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