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Caneca de Letras

11.09.21

 

 

 

 

Este vídeo foi para mim uma inenarrável descoberta pois nunca o havia visto, nem olhado para o 11 de Setembro desta indescritível perspectiva, de um helicóptero da NYPD.

Imagens arrepiantes e que permitem vislumbrar este horror de uma forma, se isso é possivel, ainda mais emocionante.

20 anos se passaram...

E o mundo jamais voltou a ser o mesmo.

 

As imagens são da revista Veja, publicação que não simpatizo desde o acto hediondo cometido com Cazuza no século passado.

No entanto, a actualidade e o tempo podem permitir que desta vez, excepcionalmente, publique um vídeo da Veja nesta Caneca...

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

11.12.20

 

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Onde está o botão de pânico?

Neste momento anedótico, sem relevar a gravidade da questão, importa salientar que o Ministro da Adminidtaração Interna, o Srº Cabrita, ainda não se demitiu.

Este pedaço de indignidade, parece que o dito Cabrita acha que é vitima da Comunicação Social, ultrapassa todos os limites imagináveis para uma Democracia, todos esses parâmetros avalizados pelos arautos do regime.

Tenho vergonha do nosso Governo, da nossa Presidência da República, do nosso Parlamento, dos nossos Jornalistas, de todos nós...

Estamos todos em polvorosa, meses depois, após o assassinato de um Ser Humano sob a custódia da República Portuguesa.

Se este homem não fosse caucasiano, heterossexual, do género masculino, teria este caso aguardado tantos meses para ser despoletada tamanha polémica?

Importa não esquecer as batalhas a travar, tantas elas legítimas, no entanto, importa também não omitir aqueles que sendo vítimas de injustiças não encaixam nos parâmetros do Status Quo da indignação.

Falou, Mamadou Ba, sobre este caso?

Ou matar o Homem Branco, neste caso, era literal?

Não vale a pena transversar, confundir, hipocritamente assobiar para o lado, o Estado Português falhou com este cidadão e sua família, deixando espaço para uma reflexão profunda.

Polícia, SEF, Ministério  Público, Juizes...

Muitas coisas vão mal no Reino Lusitano, fazendo assim importar que sem medo possamos questionar até que ponto estamos dispostos a ir para reformar as estruturas herdadas de um 25 de Abril pejado de imperfeições.

Se calhar ainda vamos culpar o "velho Salazar", capaz de omitir as culpas de tantos senhores que há mais de 40 anos nos governam.

Tenhamos vergonha e sapiência para modificar sem cair nos actuais populismos de "velhos" demagogos.

 

Filipe Vaz Correia

 

 

09.12.20

 

 

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Sinceramente tenho nojo, asco, repulsa por tamanha indignidade, um patamar de indigência que trespassa a dimensão Humana.

A cobertura da CMTV à morte de Sara Carreira é ultrajante, suportada por uma parte da população Portuguesa que se tornou ignorante ao longo dos anos, despida de critério, de decência, de Humanidade.

A festa feita por esse pasquim jornaleiro, essa sarjeta televisiva, para celebrar um dia de liderança nas audiências, feita às custas da cobertura da morte de uma menina que, "por acaso", é filha de uma estrela, demonstra o nível mais baixo da excrescência Humana.

Não me sobram mais palavras, mais indignação do que a que sinto, mais horror do que se apresenta em cada parangona sofrível, em cada CM indigno.

Uma família em sofrimento, obrigada a entrar na Basílica da Estrela, coberta por chapéus de chuva para se proteger de um pasquim que por ali circula, como abutres, para se poder registar um rosto, uma lágrima, uma dor estampada.

Que horror...

Terá esta gente amigos, família?

Parabéns às restantes televisões pela discrição, classe, respeito...

Respeito, esse pedaço de amor que se mescla com berço, educação, saber estar.

Pelas últimas sondagens, com um político mande in CMTV em crescimento, parece  estar em desuso esse critério de Humanidade, de decência, enquanto caminhamos rumo a um mundo carregado de ressabiados, ignorantes e gente mesquinhamente maldosa.

Enquanto me restar voz e letras aqui estarei, nesta Caneca, na primeira fronteira contra este tipo de mediocridade.

 

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

17.09.20

 

Estou voando para além do que seria imaginável, caminhando por entre o que não seria expectável, reescrevendo aquilo que não adivinhava escrito...

De mãos dadas com a intrínseca vontade de correr, correr sem parar, de pulmões abertos, respirando tudo de uma vez.

Nas entranhas da alma a querença de viver tudo intensamente, como se fosse o último pulsar de esperança, nessa correria de indiferença que nos circunda, nos entrelaça, nos espera.

Corro, corro imensamente na busca do prometido oásis, essa felicidade descrita na ingénua imaginação que um dia a todos iludiu, esse olhar pincelado de cores, sabores... amores.

O tempo...

Tic tac, tic tac, tic tac.

Os abraços agora perdidos, o afago agora esquecido, o gélido afastamento agora imposto, vai marcando a fria constatação desse solitário egoísmo cada vez mais marcado nos rostos do mundo, um fracturante partilhar que ameaça esse futuro desconhecido.

Estou voando para além do que seria imaginável, buscando esse amanhã que será sempre indecifrável, nas entrelinhas de um futuro ansiadamente melhor...

Até lá, se Deus quiser.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

14.04.20

 

Amarga amargura que te moldas em mágoas,

palavras separadas em tempos de tristeza,

sábias e cicatrizadas feridas que não calam,

marcam compassadamente os mortos,

os rostos apagados, esquecidos, remarcados,

por entre lágrimas secas de outrora,

no alto mar tempestuoso de uma vida,

tantas vidas redesenhadas.

 

No meio da dor,

essa espécie de orfandade de sentimentos,

sobrevive a angustiada expressão incógnita,

esse ardor desesperado numa mistura,

mescla ardente do vazio que sobra,

transborda em prantos,

por todos os recantos da Humanidade.

 

Já não sei escrever, expressar por palavras a confusa obliquidade,

esse adeus profundo a uma realidade,

que desvaneceu.

 

Oiço ao longe o ressoar daquela voz,

solitariamente só na Catedral Duomo,

na Praça de São Pedro,

nas ruas deste mundo despido,

desnudado, ferido.

 

Avé Maria...

 

Avé Maria...

 

 

 

 

31.03.20

 

Umas vezes sobram palavras, outras vezes escasseiam silêncios, umas vezes distribuem-se abraços, outras vezes desaparecem os afectos, umas vezes nos inundam de sorrisos, outras vezes nos circundam as lágrimas, umas vezes...

De tantas e tantas vezes o mundo palmilha dias e noites, sempre em andamento, caindo bombas e sobrando gritos em soturnas temporadas de medo.

Noites escuras que encobrem os dias, os fazem cinzentos, tristonhos, mas sempre do outro lado do horizonte se prometem as alvoradas que ameaçam findar com as trevas.

O mundo avança...

Mesmo que silenciosamente, distante, sufocando com a intransigente  ausência das gentes.

Como fazer diferente?

Nada mais faz sentido, nesse sentir que se instala, por entre, estádios vazios, igrejas cerradas, estradas despidas e ruas silenciadas...

Já não sorriem os meninos de manhã, a caminho da escola, já não buzinam os atarefados senhores que correm para o trabalho, nem aceleram os autocarros e comboios apinhados de gente.

Já nada parece igual...

Nada parece ser igual.

Neste entrelaçado caminho que nos une, pretos e brancos, ricos e pobres, muçulmanos e cristãos, de todas as crenças, géneros ou pátrias...

Nada nos separa diante deste medo maior, deste flagelo imenso, desta Pandemia que chega e nos reduz à nossa singela insignificância.

Somo pequenos diante da Mãe Natureza e dos seus caprichos...

Tão pequenos que num instante somente a quarentena nos poderá valer da ameaçadora devastação.

Que iremos vencer ninguém dúvida...

Mas se iremos aprender com tudo isto?

Disso já sobram dúvidas.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

19.02.20

 

O primitivo sentir que por vezes vem ao de cima...

Nesta polémica de Marega, assim como em outras ao longo dos tempos, se separam as águas, saltam ao de cima princípios e valores, características civilizacionais.

Um grande amigo disse-me:

É uma questão de empatia como Ser Humano, consegues ou não te colocar na situação do outro, imaginar o que terá sentido o "tal" de Marega.

E tem toda a razão.

Alguns dizem ou escrevem que o rapaz é mesmo parecido com um macaco e que outros em similar situação tomaram atitudes diferentes ou não tiveram o mesmo tipo de solidariedade.

Enfim...

Justificações gerais, para escapar da situação concreta.

Recuso o argumento de que Portugal é um País racista, recuso de forma veemente, pois a nossa História e cultura tem muitas provas desse caminho construído por várias raças, com várias cores, num quadro intemporal de riqueza e deslumbre.

Claro está que neste percurso momentos bons se mesclaram com outros menos bons, no entanto, olhando para a pintura quase milenar, teremos de abraçar o legado Lusitano como uma magnífica História de inclusão e globalidade.

Dito isto...

Em Portugal existem racistas, como em todas as partes do mundo, racistas Brancos e Pretos, Ciganos ou Amarelos,  Vermelhos ou de outra raça qualquer.

E todas essas formas de preconceito são absolutamente repugnantes.

Numa sociedade que vive o trauma Ventura/Joacine, irmãos no mediatismo, capazes de tudo para se alimentarem das clivagens na nossa sociedade, este tipo de casos permitem o vociferar de alguns em nome das suas intrínsecas frustrações.

Cabe a todos os que acreditam no lado Humano da nossa espécie, esta que sendo colorida é também rica em laços de fraternidade, saber afastar os que se alimentam destas fracturantes questões para se sentirem um pedaço melhor.

Vale sempre a pena não sucumbir ao boçalismo, a esse estranho ódio que se instala e em outros momentos da História levou a Humanidade por caminhos de terror.

O que importará gritar é a indignação nestes casos, os Maregas pretos num campo em Guimarães, os Maregas encarnados na recôndita Amazónia, os Maregas amarelos nas montanhas do Tibete ou os Maregas Brancos na África do Sul ou no Zimbábue...

Todos são vítimas de um boçal e repugnante sentir.

Deste nosso País sobrará o orgulho de quase em uníssono, Quase, se ter levantando a voz da civilidade de um Povo contra os ignorantes urros de alguns...

O nobre Povo Lusitano.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

29.10.19

 

Há muito que cientistas concluíram que o Homem moderno havia nascido em África faltando, no entanto, aprofundar o local exacto para essa afirmação.

Pois bem, chegou esse tempo.

Então não é que se descobriu que o berço da Humanidade fica ali para os lados da Namíbia, quase a chegar ao Zimbabué, nas margens do Rio Zambeze.

As coisas que descobrem...

Um estudo publicado na revista científica Nature, afirma que conseguiram isolar o gene descodificador do berço da Humanidade, desnudando assim a razão para tamanhas “históricas”  desavenças.

Descobriram que somos todos “Família”.

Parece, segundo o mesmo estudo, que descobriram o gene fundador de todos nós, proveniente de marcadores genéticos maternos do tempo dos Homo Sapiens Sapiens, 200 mil anos, e que regista um antepassado comum a todos os Homens, de uma tribo denominada Khoisan.

Devido às alterações climáticas, já nesse tempo, tiveram que iniciar deslocações, actualmente denominado de refugiados, buscando novas terras e uma nova vida.

"E esta hein?" Citando o queridíssimo Fernando Pessa.

Somos todos primos?

Parece que sim...

Ora isto fará de si, meu caro leitor, primo ou prima do Cristiano Ronaldo, assim como, de Donald Trump ou do Pablo Escobar, da belíssima Sara Sampaio ou de José Sócrates...

Credo!

Bem...

Assim fica, também, provado que nem tudo é mau mas nada é exactamente perfeito.

Nunca uma conversa em família teve tanta propriedade como após esta esplendorosa descoberta...

Afinal todas as conversas são em família.

Um bem haja.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

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