21.11.20
Sempre que via um comboio partir;
Imaginava esse mundo,
Descobrindo sem fugir,
Esse longínquo e profundo,
Desejo de sentir,
O meu ausente destino...
Sempre que abriam os portões;
Daquele campo maldito,
Imaginava os corações,
Daqueles interditos,
Olhares que me fugiam,
Dos que um dia amei...
Sempre que chegava o amanhecer;
Desconfiado caminhava,
Querendo adormecer,
A esperança que em mim habitava,
De que podia ser diferente...
E seguindo amordaçado;
Amordaçando a alma já cansada,
Presa nesse corpo desanimado,
Naqueles pijamas riscados...
E assim a cada partida;
A cada fuga perdida,
Em cada dia, ferida,
Até que chegou a minha vez...
E aí descobri que me haviam roubado tudo;
Mas apenas eu,
Era o dono da minha alma!