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Caneca de Letras

09.01.20

 

O entardecer...

Sentado na esplanada de um café acompanho o entardecer em Lisboa, esse cair de tarde que nos suspende e deslumbra, por entre, a fascinante luz da capital Lusitana.

O rebuliço das gentes não permite a muitos de nós esse apreciar que se impunha, pois as pessoas correm entre transportes, se aglomeram entre o percorrer do ponteiro do relógio...

Trabalhos para entrar, filhos para ir buscar, rotinas a cumprir que não esperam nem calam.

Aqui me encontro sentado...

Nos rostos marcados se buscam as preocupações e as alegrias, mãos dadas e finais de cena, luzes e mais luzes dos carros, luzes que parecem reinar e surgir à medida que o entardecer dá lugar ao anoitecer, esse escurecer tão certo como o trilho de um destino.

Volta sempre a cair a noite, volta sempre a raiar o dia, assim sucessivamente nesse entrelaçado mosaico de existência.

As decorações de Natal ainda brilham, mesmo passado o dia de Reis, numa despedida anual...

Gente e mais gente, sorrisos imprecisos e gestos desmedidos, correrias intermináveis e pedaços de melancolia, tudo se encaixa nessa passadeira carregada de riscos e rabiscos que marcam o dia a dia.

Assim neste entardecer pinto esta folha em branco, essa tela de vida que passa em meus olhos, por entre os olhar das gentes, que se cruzam com o olhar deste que vos escreve.

Num blog, neste Sapo, que mais do que relatos nos permite pincelar o quotidiano de cada um.

O entardecer...

O entardecer em Lisboa.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

26.02.19

 

As luzes do palco ligadas...

A sala cheia, repleta de gente, olhares, sussurros quase murros desnudando a solitária alma de um artista.

E o sorriso, o meu, como escudo da terna e frágil criança, que se esconde temendo a tamanha voracidade, desse desconhecido desconhecer.

As luzes ligadas, a sala repleta de pessoas e eu...

Caminhando de um lado para o outro desse palco, contando os momentos, cada momento, em que o sofredor sentimento pudesse se libertar, numa mistura de batimentos que aceleram o coração.

Cada passo, entrelaçado, vai fazendo disparar o raciocínio, que sendo meu se agiganta, ultrapassa o sonho e se imortaliza num gigantesco abraço com a recordação...

Mesmo se perdendo, desvanecendo, desaparecendo, sem retorno.

Já não existem "papões" escondidos debaixo da cama, nem buracos negros no tecto, apenas desencantamento no olhar, num desencantar que melodiosamente permanece, se entranha, se amarra.

As luzes do palco...

Apagaram as luzes do palco...

Sobrando o silêncio, o vazio, aquele abraçar que só a imaginação te pode dar.

Ninguém como companhia, e o sorriso de partida, como capa despida, mostrando no escuro a leve ferida que perdura.

Sem luzes, sem gente, adormece a dormente esperança de um poema declamado, de um beijo salgado, de um futuro já passado, de tudo o que um dia imaginei...

Ou que imaginava, imaginar.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

15.01.19

 

Tanta gente pela manhã, numa corrida desesperada por nada...

Olhares perdidos no horizonte, no ecrã de um telemóvel, na neblina dessa manhã que se assemelha a esconderijo dos tamanhos tudos, vazios de sentido.

Buzinas e palavrões, gritos e silêncios, entrelaçados numa correria constante.

Quem será a alma que a teu lado se senta, no autocarro?

Que destino se esconde nesse carro parado a teu lado?

O que importa?

Numa espécie de experiência laboratorial, como ratos em rodas, se vai perdendo o significado da vida, de tantas vidas, das entrelinhas escondidas, por entre, os anseios e sonhos, receios e pesadelos, pedaços de existência Humana.

Qual será a história daquele que ali dorme, no meio da rua, por entre, aqueles molhados papelões?

Quem sente?

Quem, verdadeiramente, quis saber?

As letras vão escapando, também elas, pela imaginação deste que vos escreve, numa interrogação entristecida e melancólica.

As flores amarradas a um poste, um candeeiro de rua, celebrando uma vida que se perdeu...

Num atropelamento, numa despedida, um tamanho ardor, uma infinita dor.

Tanta gente que se cruza, sem sentir, sem sentido, sem reparar na vida de quem passa, vai passando, sem parar.

Tanta gente pela manhã, numa correria desesperada, por tudo...

Por nada.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

25.09.18

 

Se existe coisa que me irrita, verdadeiramente, são as pessoas que alimentam pombos à mesa de um café...

Tenho vontade de gritar para essas pessoas:

Porcalhões!

Os pombos são provavelmente um dos maiores transmissores de doenças, são assim como todos os animais, criaturas de hábitos e esta atitude permite que estes possam perder o receio e acostumarem-se a estar em cima das mesas na procura de algum alimento.

Para piorar...

Imagine-se o pobre cliente que se sentará ali, depois da "anta" que alimentou os pombos ter saído...

As mãos naquela mesa, depois no rosto ou na roupa, transportando consigo todo o tipo de bactérias inerentes a estes animais.

Querem alimentar pombinhos?

Façam-no, de preferência, à janela de suas casas ou então num parque público...

Não à mesa de um café!

Fico furioso com estes gestos e falta de educação, esta falta de higiene e civismo...

Mas enfim, a estupidez Humana não tem limites.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

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