21.04.17
As eleições Francesas estão a chegar, misturadas com este estigma do terrorismo tão em voga por essa Europa a dentro...
Por esse medo cada vez mais acirrado, de em cada esquina se encontrar um tresloucado terrorista, de arma na mão, de bomba transformada em camião ou a insana vontade de matar indiscriminadamente.
O perigo que daqui decorre, é precisamente o desespero na hora de votar, com o receio a comandar a escolha eleitoral, baseada nesse intenso sentimento de insegurança...
É aqui que se encontra, a França da actualidade.
É com este pesadelo que os eleitores Franceses terão de lidar, neste momento em que se lhes pede, que tenham o discernimento para conviver com este Terrorismo em versão franchising, que todos os dias parece ameaçar as culturas ocidentais e as suas democracias.
O terrorismo deixou de ser executado tradicionalmente como estávamos habituados até aqui, deixou de responder aos moldes que anteriormente conhecêramos...
Actualmente, qualquer jovem, seduzido pelas redes sociais, se investe nesse direito de executar os pensamentos torpes de um qualquer Daesh, de um qualquer Mullah, que escondido em qualquer parte deste mundo, através da Internet dissemina o seu ódio, como vontade de Deus, desígnio divino.
Os terroristas que emergem, esfaqueiam, matam, atropelam, ferem cidadãos inocentes, mulheres, homens, crianças, não viajam da Arábia Saudita, do Irão, da Síria, nasceram intra-muros, dentro deste continente impregnado de história, chamado Europa...
São seus filhos, sem o desejarem, são os seus bastardos, sem o esconderem.
Este dilema configura a grande incógnita de como poderemos lidar com tamanho problema, evitando ao mesmo tempo que os populistas de plantão possam cavalgar sobre a imensidão do receio, que daqui advém para todos aqueles que sendo Europeus temem a ameaça, que cada vez mais se aparenta premente.
Estas eleições Francesas, irão directa ou indirectamente, dar a resposta sobre qual o caminho que poderemos tomar nesta encruzilhada em que nos encontramos...
E assim, ansiosamente, aguardarei por domingo para tentar compreender se ainda conseguiremos, com discernimento, responder ao medo com coragem.
A coragem de nos mantermos tolerantes.
Filipe Vaz Correia