A política é feita de expectativas e percepção, de convicções e caminhos, de esperança e decisões...
Ontem em Londres e Paris, dois "Líderes" agonizaram, duas figuras políticas se perderam, por entre, as teias da incoerência.
Theresa May, obrigada a adiar a votação ao acordo que trouxe de Bruxelas, admitindo assim, o fracasso do seu plano político.
A Senhora May, cada vez mais encurralada, empurra para a frente o seu destino, tentando ganhar tempo, buscando um "milagroso" momento, que na minha opinião, já não chegará.
Talvez um novo referendo, seguido de eleições legislativas, seja a única solução para um Reino Unido, traído por ideólogos populistas que deixaram, como seu legado, o Caos.
Do outro lado do Canal da Mancha, encontramos Emmanuel Macron, alguém que, num determinado momento, trouxe esperança e encantamento, sabendo potenciar com os seus discursos, a vontade de uma mudança capaz revitalizar a Sociedade Francesa, sem radicalismos.
A sua vitória trouxe acalmia e tranquilidade, afastando o cenário Le Pen do Eliseu, no entanto, como na altura escrevi, esta seria a última oportunidade dos Democratas Franceses e Europeus, afastarem Marine Le Pen do poder, se falhassem ou defraudassem as pessoas, nada mais restaria...
E de facto, Macron está a desiludir.
Está, em certa medida, a trilhar o mesmo rumo de Hollande, carregando consigo a mesma imagem de incapacidade e de plasticidade.
O seu discurso ao País, foi no mínimo desastroso, incompreensível, desgarrado e cobarde.
Depois deste discurso de Macron, será difícil não escrever, que o poder parece estar na "rua".
Promessas de aumento salarial, ao estilo "Venezuela", deixando no ar uma sensação atabalhoada e assustadora, numa das maiores economias Europeias, Mundiais.
E poderá ser esse sentimento de "anarquia" política e ideológica, a reforçar aqueles que fazem do autoritarismo demagogo a sua arma.
Cedendo, cedendo, cedendo....
Parece ser esta a palavra de ordem tanto no Reino Unido, como em França, num desesperado e derradeiro acto.
Enfim, um mesmo sentimento dos dois lados do Canal da Mancha...
Uma infinita e profunda desilusão.
Filipe Vaz Correia