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Caneca de Letras

18.08.20

 

Querida Tia Ana:

Poderia começar escolhendo um milhão de palavras para descrever estes dias na Foz, na sua Foz, de umas décadas a esta parte, por culpa dos Tios e do Jaime, também a minha Foz, no entanto, de todas essas palavras irei escolher...

Obrigado.

Obrigado por tamanho carinho e amizade, pela acolhedora forma como sempre nos faz sentir em casa, nessa sua casa que sinto, sempre senti, como minha.

Durante anos, desde a imberbe juventude, fui recebido na Foz, em Barrantes, na Quinta do Lago ou em Lisboa com esse sentir maior, essa capacidade de amarrar nas longas conversas ao jantar, nos sorrisos das memórias, nas histórias que marcam a alma e moldam a saudade.

Saudades do Tio, de tempos que, enfim, revivemos sempre que estamos juntos...

Agora na companhia dos meus sobrinhos, seus netos, que enriquecem o olhar, enternecem a vida e salpicam de esperança o futuro.

Mais uma vez não tenho palavras para descrever esse pormaior que entrelaçou estas férias, os jantares, os filmes, os jogos, as conversas e o bom Zaqueu...

Espero que o meu amigo Zaqueu possa, de quando em vez, continuar nos seus escondidos petiscos à volta da mesa da cozinha.

Obrigadíssimo Tia...

Por tudo e como este tudo é demasiado pequeno para expressar o tanto que, ao longo do tempo, vivenciei com o Tio Jaime e a Tia Ana.

O Mar da Foz...

Sempre pincelado com o seu carinho e afecto.

Um beijinho do seu "sobrinho"...

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

09.07.17

 

O mar da Foz do Arelho, resgata à minha mente recordações, memórias que guardo na alma, com o carinho imenso com que sempre aqui sou recebido...

O som deste mar, bravamente acolhedor faz-me sonhar, sentado no terraço de casa dos meu Tios, como se estivesse no camarote de um navio, navegando mar adentro rumo a um destino intemporal.

As Berlengas ao longe, nítidas, imponentes, como se estivessem a flutuar por esse mar imenso, que nos invade com a sua força indescritível...

O sol reflete-se no azul do mar, o vento corre entrelaçado com a espuma das ondas que rebentam bravamente, ao encontro daqueles que à beira mar passeiam, respirando sem parar, este pedaço salgado de vida.

As gaivotas sobrevoam tranquilamente os céus, descobrindo também elas os recantos escondidos de mais um verão.

O fim de semana está acabar e aproxima-se o regresso ao rebuliço de Lisboa, com os seus encantos, com o quotidiano citadino, com a agitação tão própria da capital.

No entanto, mais uma vez, fica em mim, no meu coração e na minha alma,  a estima e a amizade, as gargalhadas e as histórias, os momentos eternos que para sempre estarão guardados.

Porque são esses os momentos que verdadeiramente importam...

Obrigado, Tios.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

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