Casas como escadas;
Degraus cheios de vida,
Pessoas enjauladas,
Com as mesmas caras, repetidas,
Impregnadas de receio...
Desconfiança no olhar;
No ruidoso silêncio de um sussurro,
Esse aviso, a alertar,
Nesse beco, esse muro...
Em cada rua; uma reunião,
Em cada ponto, um espião,
Em cada passo, uma sensação,
Desse estreito caminho...
Um sítio, tantas memórias;
Nesse olhar, tamanhas histórias,
Nessas mortes, sem glória,
Resgatadas em cada buraco, daquelas paredes...
Assim, com essas vozes perdidas ao vento;
Viajando por cada janela,
Continuei caminhando por aquele tormento,
Sentindo-me um estranho na favela...