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Caneca de Letras

10.12.21

 

 

 

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fotografia aleatória 

 


Em cada recanto daquele monte alentejano;

vejo os rostos dos meus avós

em cada retrato naquelas paredes

oiço o som desnudado de sua voz

em cada quarto, sala

encontro esse tempo só

do que sobrou

se tornou pó

vida que não regressa...

 

Em cada sorriso, agora, calado;

encontro um pedaço de mim

por cada momento, agora, silenciado

uma memória sem fim

de um tempo imaginado

que sobrevive assim

na minha alma...

 

E ali guardados;

quadros vivos pendurados

contando pincelados

os momentos reencontrados

desse passado

de antepassados

meus...

 

Em cada recanto daquele monte alentejano;

somente naquele lugar

somente debaixo daquele luar

ouso me reencontrar...

 

Naquele monte alentejano.

 

 

 

 

21.01.18

 

Resisti imenso em escrever sobre este caso nos Estados Unidos, em que os Pais fizeram durante décadas os filhos reféns, aprisionados em casa, subnutridos, torturados, massacrados sem dó...

Resisti por não compreender como foi possível, como é possível, como terá sido possível isto acontecer.

Ao ver as noticias sobre este caso, as imagens repetidas vezes sem conta, busquei através dos olhos daqueles Pais uma explicação, uma desperançada explicação...

Mas o vazio naqueles olhares, representa em mim esse medo da Humanidade, receio maior de pessoas assim...

Capazes deste tipo de sofrimento, desta tortura da alma, àqueles que supostamente lhes pertenciam.

Continuo a olhar para as imagens...

Sem resposta.

Sempre sem resposta.

E aqueles que com eles conviviam?

Os familiares?

E aquelas imagens na Disney ou em Las Vegas?

E os miúdos?

Mantiveram-se calados?

Sem nada dizer?

São estas as questões que me toldavam a escrita, a imensa vontade de entender, gritar a indignação diante da aberrante estupefacção.

Será possível?

Os Turpin serão antes de mais um caso de Psiquiatria, Psicanálise ou algo do género, mas isso deixarei para o meu caro amigo, Jaime Bessa, entendido na matéria e talvez com uma explicação profissional para este horror...

Eu como leigo, apenas um comum escrevinhador, solto aqui esta infinita e desesperante conclusão:

Nem todos merecem ser Pais.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

26.05.17

 

 

 

Resgatei do passado;

Um quadro tão antigo,

Um esboço traçado,

De um tempo perdido...

 

Reencontrei esse pedaço de mim;

No fundo da memória,

Uma espécie de abraço sem fim,

Descrevendo a minha história...

 

Descrevendo o que um dia esqueci;

Alegrias e ternuras,

Momentos que perdi,

Traquinices e aventuras...

 

Pinceladas de amizade;

Carregadas de emoção,

Impregnadas de saudade,

Invadindo o coração...

 

E regressando a esse tempo;

Onde fui criança;

Recordando por um momento;

Esse pedaço de esperança,

Da minha infância.

 

 

 

 

 

 

14.04.17

 

Em cada recanto daquele monte alentejano;

Vejo os rostos dos meus avós,

Em cada retrato naquelas paredes,

Oiço o som desnudado de sua voz,

Em cada quarto, sala,

Encontro esse tempo só,

Do que sobrou,

Se tornou pó,

Vida que não regressa...

 

Em cada sorriso, agora, calado;

Encontro um pedaço de mim,

Por cada momento, agora, silenciado,

Uma memória sem fim,

De um tempo imaginado,

Que sobrevive assim,

Na minha alma...

 

E ali guardados;

Quadros vivos pendurados,

Contando pincelados,

Os momentos reencontrados,

Desse passado,

De antepassados,

Meus...

 

Em cada recanto daquele monte alentejano;

Somente naquele lugar,

Somente debaixo daquele luar,

Ouso me reencontrar...

 

Naquele monte alentejano.

 

 

 

 

25.02.17

 

Santa Luzia;

Que fazes parte de mim,

Como uma vela que alumia,

Alumiando sem fim,

O caminho da minha vida...

 

Em cada recanto da minha aldeia;

A cada história dos meus avós,

Permanecendo na minha mente,

Essa orgulhosa voz,

Da minha herança...

 

Pelos cheiros;

Impregnados nos meus sentidos,

Pelas gentes;

Em gestos vividos,

Pelas memórias,

Em momentos perdidos,

Guardados num tempo que não regressa...

 

Por cada pedaço de mim mesmo;

Por essa lembrança dos meus antepassados,

Recordo intensamente,

Os destinos desencontrados,

Desse Alentejo,

Só meu!

 

 

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