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Caneca de Letras

25.10.18

 

Mais uma manifestação de Policias na escadaria da Assembleia da Republica, um retrato de vergonha que repete o cenário de 2013.

Observar Polícias em protesto, sem farda, derrubando barreiras, empurrando colegas de serviço, provocando desacatos e desordem publica, deixa uma imagem confusa no cidadão comum...

Será que haveria a mesma tolerância se a Manifestação fosse outra?

Deixo bem claro que não sou adepto deste tipo de intervenção, assim como, do uso das greves como arma de arremesso às Políticas de um qualquer Governo...

Reconhecendo, porém, que este é um instrumento legal, permitido a qualquer ordem profissional, desde que cumprido dentro da ordem e do maior civismo.

Este tipo de atitudes, como a de esta noite, descredibiliza o protesto, centrando as atenções na parte cénica da coisa, mais do que nas razões que lhes assistem.

Um País que vê o seu Exército envolvido em roubos e encobrimentos, a sua Marinha perdendo munições enquanto se passeiam por uma qualquer estrada...

Faltava a Polícia para acrescentar um pedaço de ridículo, a esta espécie de teatro, repleto de uma triste comédia.

Mas o que fazer?

Dir-me-ão que estas pessoas têm o direito a protestar, de chamar as atenções para os problemas das suas profissões...

Claro que sim

Mas desta maneira?

As Forças Policias a comportarem-se como aqueles que muitas vezes devem prender?

A usarem o seu direito a comportarem-se como claques de futebol?

Se somarmos a isto, a greve dos Serviços Prisionais, não podemos deixar de nos inquietar com o estado em que se encontram as Forças de Segurança deste nosso Portugal.

Umas em Greve, outras em Manifestação e outras entretidas no seu cordel de incompetência.

Enfim, talvez seja melhor ligar para a Prosegur...

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

  

13.10.18

 

O Ministro da Defesa demitiu-se...

Caiu com estrondo e em queda livre desde um qualquer estratosférico precipício espacial, sem nunca abrandar.

Tancos ameaçava vitimar a cúpula política da Defesa Nacional e dizimou...

Partindo-se agora para a esperada decapitação voluntária ou compulsiva do Chefe de Estado Maior do Exército e do seu Vice.

Azeredo Lopes azedou no cargo, não compreendendo que chegara, desde há muito, a altura de sair para não contaminar o Governo, assim como, o Exército que tutelava.

Azeredo tornou-se um componente tóxico que tardiamente se apercebeu dessa sua condição política.

António Costa voltou a cometer o mesmo erro "político" que anteriormente já havia cometido com a MAI, Constança U. de Sousa...

Digo "político" pois sou um admirador confesso dessa característica Humana, a lealdade, por vezes escassa no mundo em que vivemos, no entanto, será importante realçar que tanto num caso como no outro, a lealdade não se deve confundir com teimosia, dando a ideia que nestes dois casos, António Costa, ultrapassou essa fasquia.

A excepção a essa tamanha lealdade de Costa, terá sido no caso do Ministro da Cultura, João Soares, com o Primeiro-Ministro a aceitar essa demissão após o primeiro deslize...

Até a lealdade do mais "teimoso" dos políticos tem o seu limite.

Nesta aventura desventurada em que se transformou o período de Azeredo Lopes, como Ministro da Defesa, sobrará um retrato medíocre e amador das estruturas militares deste nosso País.

Fica um cheiro a máfia e encobrimentos, de magia ou ilusão...

E é aqui que me recordei de Luís de Matos.

Porque não?

Se ninguém sabe quem roubou ou quem encobriu...

Se temos armas que nunca apareceram e outras que apareceram sem nunca terem existido...  

Se calhar mais do que força política o próximo Ministro deveria, na minha opinião, ter capacidades de magia, não só para descobrir o que aconteceu, como para compreender como aconteceu.

Uma novela Mexicana com um "Azedo" final.  

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

25.09.17

 

Será que Tancos existe?

Durante estes meses, infindáveis, o roubo em Tancos tem feito correr muita tinta, acusações e imaginação, livremente ao sabor do repasto Lusitano.

Numa penumbrosa noite, um grupo de Jihadistas terá invadido um paiol do Exército, em Tancos, roubando alegadamente um conjunto importante de armas...

Perdão não foi de noite, terá sido certamente de dia e não eram Jihadistas,  mas sim militares corruptos ao serviço de um mercado negro internacional...

Ou será que não?

Pedro Passos Coelho já veio falar num relatório, apoiado por Assunção Cristas líder do CDS, e por mais algumas vozes, relatório esse que prova a suposta incompetência do Estado Maior do Exército e do Ministro da Defesa, neste acontecimento.

No entanto, poderemos estar tranquilos, António Costa já disse que o relatório não existe...

Foi fabricado pelo PSD...

Ok!

Mas e o roubo, efectivamente existiu?

O ministro da Defesa ao fim de todos estes meses, pensa que talvez não tenha ocorrido roubo...

Pensar, talvez possa ser um exagero meu, tendo em conta o seu desempenho no cargo.

Tantas dúvidas e receios, medos e exigências, para tamanho pedaço de nada, de uma desilusão por nada ter ocorrido ou talvez por ninguém conseguir dizer o que verdadeiramente aconteceu...

Confuso?

Por fim uma questão me inquieta em tamanha confusão, será que alguém já se certificou se Tancos existe mesmo?

A terra,  os Paióis, o Exército, o Governo, a Oposição...

Será que Tancos existe mesmo?

 

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

21.07.17

 

Os Venezuelanos estão presos num espaço temporal, espécie de vazio histórico, que os destrói, esventra a sua dignidade, a esperança que deveria naqueles jovens habitar.

Ninguém tem dúvidas sobre a miséria que grassa pelos quatro cantos da actualmente triste Venezuela, ninguém desconhece o descontentamento de uma esmagadora parte da sua população em relação ao regime Comunista vigente naquelas terras...

Ninguém ignora o sofrimento, desespero que deve invadir aqueles que à noite olham para os seus jovens filhos e imaginam o vazio que os espera, num futuro inexistente desenhado pelas mãos ignorantes dos seus governantes, num destino que sabem ausente.

No entanto, uma questão grita ao mundo, através dos ventos que chegam retratando aquele drama:

O que estão a fazer aqueles que deveriam proteger a Nação?

O que faz este exército, insanamente ao lado de Maduro?

Dir-me-ão que a cúpula militar Venezuelana, está ao lado de Nicolas Maduro pela maneira corrupta como este lhes permite traficar petróleo, drogas, armas, enfim um pouco de tudo...

São-lhe leais pois aqueles que comandam as Forças Armadas Venezuelanas, foram lá colocados por ele, sendo sabido que nunca o haveriam conseguido, caso este regime corrupto e demagogo não tivesse existido.

Aceito esta explicação, compreendo-a, até acredito que possa ser a mais correcta, no entanto, o exército não é feito de Generais, é feito de soldados, de gente, de homens...

Homens com família, amigos, pessoas comuns que vivem certamente o drama destes milhões de Venezuelanos, aprisionados à vontade de um homem que falou com um passarinho, ou melhor, com Hugo Chavez.

Esta falta de sentido, de esperança evidente é que precipita a certeza daqueles que não encontram outro caminho que não o de desafiar as balas vermelhas, dos Algozes Marxistas e Bolivarianos.

E neste impasse desesperante, definhando o grito popular, resta aguardar que a história reponha a vontade das gentes, o desejo daqueles que reclamam o seu direito, a ter um futuro.

Um futuro para a Venezuela...

Um Bem-Haja.

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

30.03.17

 

O golpe de estado que acaba de acontecer na Venezuela, não é surpreendente, não é sequer inesperado...

A Venezuela há muito que deixou de ser um país, uma nação, sequestrada pelo populismo desmedido de Hugo Chávez e de seguida com o desaparecimento deste...

Do seu homem de mão.

O rasgar da constituição empreendido pelos apoiantes de Maduro, nada mais é do que um acto destemperado de alguém cada vez mais isolado, desesperado e que vê nesta oportunidade, uma escapatória para a ilusória ideia de que é possível perpetuar esta situação.

A Venezuela de Chávez era tenebrosamente sombria, disposta a tudo para cumprir os caprichos daquele que em nome do povo se legitimava, vezes sem conta, no entanto e apesar do caminho descontrolado, demagogo com que governava, o petróleo que jorrava sem parar no território Venezuelano, aliado aos preços exorbitantes com que se transacionava esse bem raro, permitiam aos Chávistas concretizar os desmandos enlouquecidos do seu líder, num aparente bem estar, que na verdade, não poderia ser concretizado.

Com a queda do preço do petróleo, aliado ao desaparecimento de Chávez, a Venezuela, encontrou finalmente o destino para o qual vezes sem conta, Capriles, tanto tinha alertado...

A inflação disparou, a corrupção tornou-se um hábito, o crime passou a fazer parte do quotidiano, os bens escasseiam, o desespero aumenta até mesmo, em alguns sectores, fortemente Chávistas.

Maduro permanece no local de onde não pode sair, sem que a sua cabeça role, caia, seja decepada, por aqueles que permanecem amordaçados ao longo de décadas...

Este último acto, desesperado, faz me lembrar os últimos momentos de Ceausescu, ou de outros lideres, no fim de linha, no fio da navalha.

Acredito que a chave deste enigma estará nas mãos do exército, cada vez mais pressionado, mais insatisfeito com o Status Quo vigente, que se tornou incapaz de satisfazer as suas prementes necessidades, e que comprava essa protecção que os mantinha no poder...

Rasgando a constituição Maduro torna-se o Rei Sol, o absoluto senhor dos destinos sombrios desta Venezuela cada vez mais perdida, por entre os pesadelos de cada cidadão.

A esperança presa em cada palavra de Capriles, deverá ser a de cada Venezuelano livre, disposto a lutar por um país diferente, onde se possa novamente acreditar...

Acreditando numa sociedade plural e próspera.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

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