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Caneca de Letras

13.05.18

 

Não pensei escrever sobre o Festival da Canção, pois para ser honesto mal o acompanhei, no entanto, como poderia deixar de aqui relatar, essa parte de mim, que emocionadamente não consegue esconder o contentamento maior, entrelaçado com a sublime beleza de um momento...

Salvador Sobral!

Assistir àquele instante em que Salvador subiu ao palco, acompanhado ao piano por Júlio Resende, para cantar "Mano a Mano", foi para mim mais do que arrepiante, um retrato mágico, deslumbrantemente perfeito.

Em cada expressão da sua voz se contorcia a melodia, em cada palavra pintada no seu olhar, se enternecia a vontade minha de querer suspender eternamente aquele pedaço de prazer.

Sem palavras...

Uma espécie de apogeu, descompassadamente arrepiante, repetidamente arrepiante.

Ainda não refeito daquele instante, tive de suportar o passo seguinte...

Caetano no palco para um momento a dois, cantando "Amar pelos Dois", transformando lentamente a Eurovisão, num recanto imaginário de pura eternidade.

A eterna querença do belo, inquietantemente sedutor, como um quadro de Rembrant ou um poema de Pessoa, como um texto de Vinicius ou uma invenção de Da Vinci.

Foi essa sensação que ali senti, prendendo-me através da alma ao sentido sentir que só o esplendor consegue arrebatar.

Por tudo isto, valeram a pena os cinco minutos de Festival da Canção a que assisti...

Cinco eternos minutos que repetiria vezes sem conta, como se de um sonho se tratasse.

Obrigado Salvador e Caetano.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

  

22.05.17

 

Portugal está mesmo na moda, até em Bruxelas, local onde há muito tempo não se via um comportamento tão otimista em relação a este nosso querido País.

Depois de vencer o Euro de Futebol, o País rendia-se ao optimismo improvável do destino lusitano, no entanto, não ficámos somente por essa alegria, nos tempos seguintes baixámos o malfadado Déficit para 2%, muito melhor do que os 2.5% exigidos pela União Europeia, o desemprego baixou consideravelmente e a economia arrancou em definitivo...

O turismo no ano 2016 conheceu o melhor resultado da sua história, sendo que os primeiros indicadores deste ano, apontam para um resultado ainda melhor para 2017, no meio de tudo isto, tivemos em Fátima o Papa Francisco e a vitória do nosso Salvador na Eurovisão, para completar a histeria mundial, que nos coloca nas bocas do mundo digital.

Mas Portugal não parou com estas boas novas e num instante todos se aperceberam que estaria em Lisboa, no Hotel Ritz, Madonna, a rainha da pop que aproveitou uns dias de férias para desfrutar deste paraíso Português e até poderá existir a hipótese, segundo avançam alguns média, de estar a pensar em comprar casa e mudar-se para a nossa bela cidade, seguindo os passos de Monica Belluci ou Eric Cantona...

Imaginem que até andou a informar-se sobre colégios, visitando o Liceu Francês.

E assim quando tudo parecia perfeito, Bruxelas resolve intrometer-se, talvez enciumada com tamanha atenção alheia, e num momento histórico propõe retirar Portugal do procedimento de deficit excessivo em que o País se encontrava há quase 8 anos.

Os Deuses devem estar loucos...

Os pais da obra, os tios e padrastos, todos acorreram em busca de um microfone para registar para a posteridade a sua participação neste extraordinário dia...

E assim com Portugal na moda ou bafejado por uma fortuna divina, como preferirem, de uma coisa podemos todos estar certos:

Não há povo como o nosso, nem triste fado que sempre dure...

Viva Portugal!

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

13.05.17

 

Só mais uma vez, Salvador...

O grande dia chegou, a final do Festival da Eurovisão, com a expectativa mais elevada do que nunca, para a classificação que a canção Portuguesa irá obter.

Depois de ensaios e mais ensaios, demonstração permanente de qualidade da letra e da interpretação Portuguesa, aproxima-se o tudo ou nada.

Admito, como já aqui escrevi, que a classificação não é para mim o mais importante, mas sim a beleza arrebatadora com que somos surpreendidos em cada interpretação de Salvador Sobral, no entanto, não posso negar que com o aproximar do momento, anseio que tudo corra pelo melhor...

Parece que à medida que os dias vão passando mais e mais se rendem ao inevitável encontro com a voz angelical, com aquela presença que se entranha de tão estranha e ao mesmo tempo inquietante, quase solitária no meio daquele palco, não fosse ela acompanhada pelos insistentes suspiros que não têm língua ou País, apenas encantamento e comoção.

A reação que Amar pelos dois tem recebido pelo mundo a fora, é sinonimo da sua qualidade, da irreverência de concorrer com algo novo, diferente e inesperado para os padrões deste Festival, irrompendo assim, como uma lufada de ar fresco, na habitual monotonia entre o pop e o pimba...

E assim em dia de partida do Papa, de um possível tetra do Benfica, Salvador Sobral cantará em Kiev uma vez mais...

E será caso para dizer:

Só mais uma vez, Salvador!

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

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