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Caneca de Letras

Eu

12.01.23



 

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Um dia arrancaram-me a carne;

esse pedaço de mim iletrado

caderno ilustrado

de um tempo que desencarnou...

 

Outro dia arrancaram-me a alma;

essa parte de mim iludida

parte escondida

de um tempo que passou...

 

Nesse mesmo dia arrancaram-me a inocência;

parte desencontrada dentro de mim

como um portão de um jardim 

que se partiu...

 

E assim;

sem delongas ou demoras

se traçou o traço

se desenhou o embaraço

esse quisto mal visto

de uma pintura abstracta.

 

 

23.07.20

 

Como o mundo mudou, como mudaste...

Olhando para trás, para aquele menino cheio de certezas, quadradas certezas, embrenhado num rectângulo empedernido, sinto que os pequenos passos valeram a pena.

Essa intrínseca querença de ousar escutar uma nova melodia, sem receio de queimar as asas, como Ícaro, me permitiriam abraçar o mundo global e vislumbrar novos horizontes.

Como mudei...

Como ousei mudar.

Nesta entrelaçada parte de escrevinhança, que alguns chamariam de carta, voo mais além, abro as minhas asas e agradeço a todos os que permitiram que eu pudesse evoluir...

Como olho para mim, na certeza do bem que me fez a incerteza de tudo, essas dúvidas crescentes desse mesmo todo, esse traço impreciso impresso nas mundanas questões que se impõem.

Nesse destemperado questionário que abalou crenças, sobrou o mesmo carácter, as inolvidáveis memórias e a mais importante lição de todas...

A liberdade de pensamento.

Esse desejo maior de amarrar em mim Cazuza e Neruda, Pessoa e Vinicius, Hitchens ou Salazar, Reagan e Clinton, Mao ou Pinochet, admirar Dali e Picasso...

Querer voar com D. João II ou Alexandre, O Grande, sem que isso diminua Colombo ou Greta Thunberg.

Será difícil amarrar todos no mesmo navio e navegar por entre as ondas, com cada parte, de cada um?

O bom e o mau, o melhor e o pior...

Ou como escreveria Aaron Seabra:

A dor, o prazer.

Que viagem...

Por entre os sonhos e a imaginação que sempre te caracterizaram.

E sempre que te esqueceres...

Nunca tenhas medo de voar.

 

 

Filipe Vaz correia

 

 

 

 

 

 

24.02.17

 

Insegurança;

Palavra vã,

Que me tolda a esperança,

Deitado naquele divã,

Onde espero encontrar,

As respostas escondidas na minha alma...

 

Olho para o fundo da sala;

Aguardando que a minha mente se revele,

Que os meus segredos se desnudem,

Que me dispa dessas capas,

Que me envolvem,

Ali, diante de mim...

 

Fecho os olhos;

Numa espécie de revelação,

Viajo por entre as mágoas que me esforço por perder,

Pelas agruras deste coração,

Que insisto em esquecer,

Temendo a ilusão,

A aparecer,

Recordando a lembrança,

De mim mesmo...

 

Naquele divã;

Reencontro a essência que me foge,

Reencontrando os pesadelos e os sonhos,

Que me moldam,

Moldando nessa forja,

As dores que formam as minhas lágrimas...

 

E aí, descobrindo a razão desses pecados;

Que aprisionaram o meu destino,

Descubro em cada explicação,

Um enigma resolvido,

Nessa eterna equação,

Da minha alma! 

 

 

 

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