10.08.19
Bater as asas...
Frase tão forte e definitiva, tão triste e afirmativa, tão libertadora e saudosista.
Nunca um momento terá a tamanha importância desse bater de asa que se tornará marcante, definitivamente marcante.
Nenhuma poesia ou prosa conseguirá pincelar, com precisão, cada curvilínea parte dessa tela, cada esboço entrelaçado desse instante, cada tremer existente nesse presente segundo.
Quando se bate a asa e se levanta voo, sobra a sensação de perda, desse deixar para trás, sem abandonar, desde partir deixando sempre um pouco de nós.
Mas esse mundo novo que nos espera, essa sensação do que por descobrir está, alimenta a imaginação, a independência que estando por construir seduz, nesse sonho que só a nós pertencerá.
Bater as asas e voar...
Como um pequeno pássaro arriscando saltar do ninho, sem olhar para trás, sem olhar para aquele local onde moram as certezas, as seguranças, enfim, esse passado presente que aconchega.
É nesse bater de asas que se constrói o futuro, esse horizonte carregado de desconhecidos momentos, duros e leves, preenchido de lágrimas e sorrisos, de amores e desamores, talvez dor e ardor.
Nesse futuro pincelado pela nossa mão, sem bússola ou co-piloto, morarão os capítulos dessa história por chegar e que chegando nos levarão ao infinito momento onde nos recordaremos do preciso instante em que, pela primeira vez, batemos as asas.
E aí...
Serão as saudades do ninho que irão valorizar cada bater dessas asas, das nossas asas, rumo ao infinito destino.
Filipe Vaz Correia