Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Caneca de Letras

Caneca de Letras

Orçamento De “Cesariana”

Filipe Vaz Correia, 15.10.21

 

12D94D37-BE35-4341-A94C-B3FA0362937E.jpeg

 

 

 

Estas cenas de um orçamento pseudo tremido resvalam para uma espécie de teatro chinfrim de tempos já ultrapassados.

Toda a gente sabe que se fossemos para eleições antecipadas o PS seria o grande beneficiário.

Os partidos de esquerda, BE e PCP, seriam reduzidos a um número muito menor de deputados, os Comunistas correndo o risco de bater recorde negativo, enquanto no espectro oposto, entretidos com guerrilhas internas, PSD e CDS teriam imensa dificuldade em resistir ao voto do centrão no Governo de Costa.

Mais...

Se derrubarem o PS neste momento, para além de ser o Governo que levou o barco na pandemia será também aquele que não cedeu aos desmandos e pedidos tresloucados da esquerda mais radical, o que certamente permitirá a dramatização de António Costa no apelo ao desejado centrão.

Mas enfim...

É apenas uma reflexão.

Prognóstico:

O Orçamento passará com abstenção da esquerda, voto favorável do PAN e deputados independentes e votos contra de toda a direita.

O Governo irá ceder em uma ou outra coisinha para alegrar PCP/BE e permitir que este espectáculo de pouquíssima qualidade possa continuar numa qualquer  sala de Teatro em São Bento.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

Um Tempo Para Populismos?

Filipe Vaz Correia, 24.06.20

 

 

DD02E2CD-0428-4415-9B51-CA4E85AC718C.png

 

De soslaio, no canto do olho, moram os radicais, aqueles que num pedaço de palavra encontram a desculpa perfeita para incendiar tudo à sua volta.

Aqueles que nas fracturas desenham o caos, encapotados pela carícia das suas prosas, disfarçadas nas entrelinhas do politicamente correcto.

Não vivemos tempos para disfarçes, muito menos para disfarçados discursos de conveniência, no entanto, importa medir o rumo, a melodia entrelaçada num mundo cada vez mais dividido.

Olho pela janela do meu quarto, para a rua despida de gente, no silêncio dos grilos e busco...

Vou buscando significado para a tamanha imbecilidade, para aqueles que copiam e se inspiram em Lenine, para os que recuperam Mussolini, para os que disfarçam o facto de terem se entusiasmado com Bolsonaro ou Trump.

Essa tralha de gente que insiste em caminhar pelas amargas entrelinhas da História, dela nada tendo retirado, a não ser a insistência nos seus erros...

Nem Deus ou o Diabo poderiam ter pincelado tamanha construção para o caos, tantos entrelaçamentos desenhados no desespero das gentes.

Boçais, possidónios, ressabiados, ingénuos ou simplesmente tontos, assim se constrói parte das massas que aglomeram estes que agora desfilam e que anteriormente seriam silenciados por um coro de sensatez.

Mas que nestes tempos reinam...

Por entre, Instagram. Twitter ou Facebook.

Da minha parte apenas obterão o desprezo, a gritante repugnância pelas suas ideias, pelo caminho...

Mas isso, solitariamente, chegará?

Temo que não...

Neste mundo carregado de idiotas, parece pulular a crença, daqueles que imbuídos no seu pensamento insistirão em redesenhar o comportamento Humano, por entre, os traços totalitaristas dos seus ideais.

Irá caber a todos nós, Sociedade, decidir o rumo de nossos destinos enquanto comunidade...

E como isso me deixa desconfortável?

É só revistar a, "nossa" , História...

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

 

António Costa E As Capelinhas Do “Amor”...

Filipe Vaz Correia, 10.10.19


As capelinhas do Mestre Costa...

Assim anda o “simpático” Costa, de partido em partido, da sua esquerda, tentando encontrar aliados para enfrentar mais uma legislatura.

Por mais que digam que não assinam papel, estes partidos sabem que ganharão ou pelo menos não perderão estando à sombra do poder que tanto contestam e assim depois do “namoro” Socialista, lá se encontrarão, com compromisso formal ou união de facto, para esse “amor” entrelaçado.

O Bloco tudo faz para ser a relação oficial, aquela que estará ao lado do seu companheiro, na posição cimeira de tantos namoros...

O PCP quererá o “prazer” sem oficialização, esse usufruir sem assumir, esse posto de “amante” consentidamente liberto.

O Livre será um caso de dia a dia, um beijo aqui outro ali, na saída de uma reunião parlamentar, de um orçamento ou até numa discussão acesa entre Direita e Esquerda.

O PAN está na dúvida se aceita dar a mão à luz do dia ou se amarrará ao PS somente, por entre, as luzes de uma soturna discoteca, com animaizinhos de estimação e plantinhas ao luar.

Esqueci-me de alguém?

Claro...

Esqueci-me do PEV, a equipa B do PCP, no entanto, depois da despedida da queridíssima Heloísa Apolónia, não estou preparado para dissertar sobre os Verdes, tal a comoção que me invade neste novo período da nossa história Democrática.

E assim, António Costa, continua a percorrer as capelinhas do “Amor” esperando anunciar ao mundo esse casamento que possa garantir a sobrevivência do seu projecto político.



Filipe Vaz Correia




E Que Tal, Uma Greve Às Greves?

Filipe Vaz Correia, 06.08.19

 

Está na ordem do dia esta discussão em torno da Greve dos motoristas de matérias perigosas e as suas reivindicações.

Ameaças de paralisação do País e das suas estruturas produtivas, fazem parte do rol com que somos brindados pelo advogado do sindicato, o Dr. Pardal.

Há dias, ouvi o Ministro da Economia, Siza Vieira, expressar a sua vontade de mexer na lei da Greve, tentando ajustar essa lei aos tempos actuais, dando a certa medida de defesa ao Estado para lidar com chantagens e medidas desproporcionadas que acontecem em muitos casos.

Logo um coro de criticas se levantou, da esquerda até a alguns sectores do centro direita, numa expressão pequena do bem comum.

Aqui, nesta Caneca, já expressei que sou contra a existência de Greves, sou por principio contra, sem desmerecer a opinião de muitos amigos “Canequianos” que me demonstraram, através das suas opiniões, o mérito de um pensamento contrário, para defesa daqueles que necessitam de reivindicar os seus direitos.

Respeito esse ponto de vista mas continuo sem ver, nessa forma de manifestação, a bondade que muitos amigos relatam.

Antes pelo contrário, vejo nas Greves de transportes uma forma de chantagear o Governo, através do desespero daqueles que necessitam desses mesmos transportes para se movimentar, para ganhar os seus salários.

Greves pontuais em hora de ponta, naqueles horários que sabem criar mais mossa na vida do cidadão comum...

Médicos e Enfermeiros usando a vida de cidadãos como moeda de troca para regalias, certamente merecidas, ou mesmo Professores guardiões dessas mentes do futuro e que as usam como escudo para se fazerem ouvir.

Dir-me-ão que é a única forma de fazerem ouvir as suas vozes...

Então não gritem, escrevam.

Nos dias de folga encham o País de alto a baixo, telefonem para as televisões, boicotem congressos partidários, paralisem a Assembleia da República, isso se calhar não é necessário pois os Deputados são especialistas nesse requisito, façam o que quiserem...

No fim de semana, nos dias de folga, nos dias de férias mas não usurpem o dia a dia do cidadão comum, nem adensem as “nossas” quotidianas preocupações.

Assim, sou favorável a que se altere a lei da Greve, não a exterminando do mapa, como aconselharia a minha opinião, mais radical neste tema, mas para um novo reestruturamento dessa balança que impossibilite chantagens ou arruaças, exageros ou cartelizações, demagogias ou as sempre “normais” pontes.

Por tudo isto...

Façam Greve às Greves!

O País agradece.

 

 

Filipe Vaz correia

 

 

 

Radicais, Absolutamente, Livres!

Filipe Vaz Correia, 18.06.19

 

Existem momentos ou situações que não conseguem ser descritos na sua plenitude, muito menos pormenorizados, pelo significado que têm, pela beleza que assumem...

É assim na amizade, nesse amor fraterno chamado amizade.

O texto de Jaime Nogueira Pinto em homenagem a Rúben de Carvalho é apenas um pequeno pedaço desse momento, de uma bela amizade forjada na diferença, nessa gigantesca diferença capaz de encurtar divergências, de ligar pólos opostos.

Um Comunista e um Nacionalista, tão diferentes como inteligentes, tão afastados como coerentes.

Nessa genialidade livre, nessa radicalidade fraterna, se manifesta a capacidade de dois homens discutirem sem populismos bacocos, sem hipocrisias menores, sem as amarras tão habituais na política de corrimão.

E é assim que se dá o exemplo, que se honra a grandeza maior da nossa História, do legado dos que souberam construir o que somos, o que nos moldou como Nação.

Estaria sempre ao lado de Jaime Nogueira Pinto, por princípio, convicção ou valores, no entanto, isso jamais me impediria de admirar, respeitar o passado e a memória de alguém como o radical, absolutamente, livre que era Rúben de Carvalho.

E isso, nos tempos actuais, já é uma valiosíssima lição a recordar.

 

 

Filipe Vaz Correia