15.02.22
Tenho faltado a este espaço de escrita, a este pedaço de desabafo que tantas vezes me pareceu um pequeno recanto de mim, mundo meu.
Falta de tempo e de imaginação, tamanha vontade de silenciar o que guardo nas entrelinhas do ser, dessa querença minha calada, sofrença tão imprecisa.
Quero poetizar como aqueles que aprendi a ler, escrevinhar e voar como Cazuza no Arpoador, soletrar como Vinicius em Copacabana, como Pessoa no Martinho...
Encontrar desencontradamente cada parte de uma pequena lembrança, reencontrar o menino que fui para lhe afagar o rosto e expressar essa pressa em amar aqueles que um dia partiram, partirão, cada intensa recordação.
Esse querer que se estende no olhar, que se entrelaça na dimensão maior do desconhecido, desconhecimento maior das palavras.
Tenho medos e vontades, expectativas e realidades, todas elas na mesma e inquebrantável curiosidade dos amanhãs que se apressam a correr...
Dias que passam, noites que se libertam com o caminhar do tempo nesse acelerado passo de dança.
Venham então as palavras, as lágrimas e os sorrisos, sinais de pouco siso numa certeza constante:
Só os tolos permanecem sãos.
Filipe Vaz Correia