Quantos receios se escondem numa alma?
Quantas interrogações se perdem por entre a memória, a mesma, que por alguns instantes regressa para nos recordar desse passado?
Somos feitos de memórias, lembranças que nos moldam o carácter, através das feridas cicatrizadas que um dia nos marcaram...
Esses pedaços de história, a nossa, por entre lágrimas esquecidas ou dores desaparecidas, fixadas num momento, nessa eterna sensação de um instante.
Nesse esconderijo, fortaleza da condição Humana, sobram as razões para tamanhos sentimentos, para temidos acontecimentos, para surpreendentes respostas às interrogações que o coração esconde...
A vida em todo o seu esplendor, rouba e resgata, vezes sem conta, insistentemente, as alegrias partilhadas, as mágoas espartilhadas dentro de nós, num constante viajar, sem parar, numa aprendizagem que se impõe, constante.
E é aqui, nessa destrinça sem fim, que se encontra o Esconderijo da Alma, esse secreto lugar só nosso...
Tão nosso.
Aí, voltamos a ser crianças, resgatamos as velhas esperanças, descobrimos novas desesperanças, perdemo-nos novamente nos mesmos caminhos de antigamente...
E só nesse esconderijo, chamado de alma, na sua mais secreta profundeza, se encontra esse verdadeiro mundo, onde foi moldado cada um de nós.
Filipe Vaz Correia