Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Caneca de Letras

23.08.19

 

Estes dias têm sido marcados por polémicas, entre elas, uma petição lançada para tentar impedir a construção de um Museu sobre o Prof. Salazar e o respectivo período Histórico em que dirigiu os destinos da Nação.

Sinceramente, hesitei em escrever sobre o tema, não por falta de vontade, mas sim por falta de paciência diante dos detentores dessa verdade oficial, do actual Regime.

A Autarca Socialista que promove este projecto com apoio de dinheiros de investidores particulares, de repente passou de uma Mulher de Esquerda para uma perigosa agitadora Fascista, numa mistura ignorante de conceitos e ideologias.

Enfim...

Vamos lá:

Sou a favor deste Museu...

Absolutamente a favor.

Era o que faltava que não se pudesse construir um espaço para retratar esse período da nossa História, com as coisas más que nele existiram, assim como, com as coisas boas por ele executadas...

Sim, também existiram coisas boas.

Num regime Democrático, supostamente livre, onde na Assembleia da República temos Partidos que defendem ou defenderam Regimes, esses sim, sanguinários e genocidas, como a URSS, Coreia do Norte, Venezuela, Cuba ou, em determinado momento, Angola.

Só faltava que por alguma razão, petição, nos víssemos cerceados de poder contar, observar e aprender sobre as fraquezas e forças de uma “personagem” marcante do nosso tempo.

O Prof. Salazar, sujeito que está ao escrutínio do seu papel Histórico, representou um tempo e momento que deve, deveria, ser escrito e observado pelas mentes dos vindouros que depois dele habitam a nossa “Lusitana” terra, sendo para isso importante que essa História possa ser contada, sem receios ou tabus.

Por todos, com todos.

Acho imensa graça que muitos daqueles que se insurgem contra este Museu, nada digam ou escrevam quando se cruzam na rua com uma camisola estampada com o rosto de Che Guevara...

Certamente, porque para alguns desses “democratas” estamos na presença da memória de um revolucionário que lutou pela Liberdade dos povos, no entanto, para outros, nos quais me incluo, esse “personagem” representou a morte e a opressão de milhares de pessoas e famílias em nome do seu ideal.

Visões distintas mas que merecem ser discutidas e debatidas, nunca silenciadas ou reescritas às mãos dos algozes da História, sempre prontos a cercear esse direito de livremente pensar.

Por todas estas razões sou absolutamente a favor deste Museu Salazar, idealizado e executado por uma Autarca Socialista...

Por estes dias, terei de confessar, estou surpreendido com o Socialismo, pelo menos no que toca a greves e museus.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

29.10.18

 

Jair Bolsonaro venceu as eleições, sendo assim, o 38º Presidente do Brasil...

E quem perdeu?

Quem perdeu foi esse Brasil que aprendi a amar.

Venceu a intolerância, a misoginia, a homofobia, o racismo, o autoritarismo, a boçalidade, o preconceito em geral...

Venceu também o "Deus" de Bolsonaro e a sua Bíblia em primeiro lugar.

Em segundo lugar a suposta Constituição que ao seu lado se encontrava, no discurso de vitória, certamente, estripada de algumas páginas fundamentais e a Biografia de Churchill...

Ali estava a Biografia daquele que lutou contra o Nazismo.

Haja "Sacrilégio".

Se a virada tivesse ocorrido, venceria a corrupção, a demagogia de esquerda que tomou conta, durante mais de uma década, do Brasil.

Venceria a suspeita de uma impunidade que poderia salvar Lula da Silva, um passado demagogo, principal responsável pela eleição do senhor Bolsonaro.

Essencialmente venceu o Caos, nestas eleições do Brasil, pois se nada irá ficar igual, depois da eleição de Jair Bolsonaro, também não tenho dúvidas que quem nele hoje votou, lhe irá exigir, de forma intolerante, os demagógicos resultados que tanto prometeu.

"Deus", "Deus" e "Deus", denominador comum nos discursos do novo Presidente Brasileiro, entrou definitivamente na política Brasileira, elevando assim para um patamar transcendental esse destino de uma Nação.

Nas ruas, estarão plasmados os rostos de um Brasil em ferida, num caminho de espinhos tropicais que não irá ter recuo.

O Brasil suicidou-se, amarrado a um discurso agressivo e trauliteiro, preso por entre corruptos e intolerantes.

Sobra-me, assim, a tristeza por esses PSDB, PDT e outros tantos partidos, que ao longo do tempo se demitiram do seu papel político, em nome de interesses maiores...

Maiores do que o País, do destino e do futuro.

E agora lidarão com as populistas consequências dos seus desmandos.

No Brasil não existirá Direita ou Esquerda, mas sim Bolsonaro ou o Anti-Bolsonaro, o mito ou os seus detractores.

O Caos acabará por chegar, com essa intolerância descrita em cada discurso, em cada pedaço de pensamento, de uma maioria desesperada por um Brasil maior.

Este Brasil que zurze por justiça...

Justiça moral e religiosa como garante do seu pensamento, enquanto, Sociedade.

O caos como modo de vida.

E o Caos...

Nunca é boa escolha.

 

 

 Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

19.02.18

 

Meus caros amigos....

Queria escrever sobre o 37º Congresso do PPD/ PSD, no entanto, devido ao facto de desde ontem não ver televisão, não ler jornais, essa análise tornou-se impossível.

Como sabem sou Sportinguista e por essa razão estou vinculado às ordens de Herr Bruno de Carvalho, num misto de mandamentos do género "Seita".

Herr Saraiva, o Ministro da Propaganda do Regime, veio incluir também as rádios, esse meio de comunicação esquecido pelo seu patrão...

"Nosso" líder.

Por todas estas razões, não posso escrever sobre o PSD e o seu Congresso, apesar de ter exaustivamente tentado encontrar referências sobre este assunto, em vários canais estrangeiros, os únicos a que podemos ter acesso, mas infelizmente não o consegui.

Estou muito feliz, com a tamanha oportunidade de poder ver ininterruptamente a Sporting TV, pela pluralidade de opiniões, debates acesos e ideias estruturadas, repleta de vozes independentes e livres.

Um imenso orgulho...

Tenho a certeza de que este rumo, escolhido por Herr Bruno, é o certo, iluminadamente delineado por alguém que está acima do comum Sportinguista e que liderará este Clube até à "vitória final".

Não posso deixar de referir que este boicote a noticias, televisões, jornais e rádios, traz-me à memória um outro boicote...

O da IURD, no auge do caso das adopções, onde também um canal de televisão estava liberado...

A TV Record.

Coincidências...

Edir Macedo e Herr Bruno.

Sei que estou a infringir as regras, tendo em conta que apesar de tudo estou a escrever nas redes sociais, ainda por cima, interagindo com muitos que não pertencem ao Universo Sportinguista, o que certamente poderá pôr em causa, todo o esforço que estou a fazer para cumprir as ordens precisas de tão amado Presidente.

No meio de tamanha liberdade Leonina, recordei-me de uma frase de Claus Von Stauffenberg, aquando da execução da operação Valquíria:

" Se falharmos, ao menos o mundo saberá que nem todos somos como ele!"

Por vezes, mesmo que o rebanho seja imenso e que pareça estarmos isolados, importa manter a espinha, seguir os  nossos valores e saber dizer que não...

Nem que seja para que o mundo saiba que nem todos somos como ele.

E amanhã?

Onde vão os Sportinguistas ver o jogo?

A Sport Tv é uma televisão Portuguesa?

Aqui fica o dilema...

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

26.10.17

 

O Parlamento Europeu decidiu entregar o Prémio Sakharov deste ano à Oposição Venezuelana, num gesto de grande dignidade e reconhecimento, que só fica bem a toda a Instituição Europeia, e a todos nós, seus representados.

Soube da noticia e fiquei feliz, basta darem uma vista de olhos aqui pelo Caneca, para facilmente perceberem o que penso sobre o Regime, e sobre a principal personagem que o dirige...

Só mais tarde me apercebi do triste espectáculo interpretado por uma parte da Esquerda Europeia, com o PCP incluído.

Para além de ser uma gigantesca falta de educação, a interrupção do discurso do Presidente do Parlamento Europeu, demonstra essencialmente um desrespeito pelo exercício democrático que levou àquele resultado, àquela nomeação.

O PCP é um Partido profundamente anti-Democrático, disfarçadamente ressabiado pelo frustrante e fracassado destino, que não lhes trouxe a Revolução Marxista sonhada...

Só assim se compreende que o PCP apoie um ditador como Nicolas Maduro, que seja conivente com as prisões, com os mortos, com a fome, com a tragédia suportada por um Povo, às mãos de um miserável déspota e seus corruptos.

O que diria o PCP, se Nicolas Maduro fosse de um Partido de Direita?

Fico extremamente feliz com esta entrega do Prémio Sakharov...

No entanto, fico também com uma vergonha imensa de um Partido Português, que ainda está moralmente comprometido com o seu legado Estalinista.

Para o bem de todos nós, são uma minoria.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

02.08.17

 

Continuo a escrever sobre a Venezuela, sobre o drama indescritível vivido por aquelas gentes, que se encontram ali aprisionadas, num misto de desespero aglutinador e de estupidez humana.

Olhando para esta realidade não é possível retirar deste contexto, o papel decisivo de um homem menor, o Presidente Nicolas Maduro.

Sempre que vejo noticias desse longínquo País, por tradição repleto de descendentes Lusitanos, não consigo deixar de me lembrar de Nicolae Ceausescu...

As semelhanças entre ambos são imensas, intelectualmente e até ideologicamente, sendo que acredito que o desfecho desta história poderá ser, também ele, igual.

A América Latina e o Mundo têm um vasto historial de ditadores, de regimes totalitários, durante longos anos, no anterior século e no atual, no entanto,  ditadores como Maduro e Ceauscescu, são unidos e legitimados pela sua própria ignorância, assim como, pela esperança daqueles que fazendo parte dos excluídos, em algum momento, acreditaram que essa ausência de cultura poderia significar simplicidade.

A Roménia Comunista era um País entregue a um homem, num regime desconexo e dependente desta família dominante, que moldou a vida e os comportamentos de tantas e tantas gerações.

Com os militares do seu lado, o Regime de Ceausescu ditou durante décadas as linhas com que se escreveria a História daquele povo, subjugados às experiências inacreditáveis de Nicolae e Helena, sua mulher...

Helena Ceausescu, praticamente analfabeta, teve em suas mãos durante anos a parte educacional e cientifica daquele País, sendo galardoada com louvores universitários e galões literários, em virtude de teses escritas por outros mas assinadas por si.

É aqui que me recordo de Nicolas Maduro, com o seu papel de Comandante, de líder supremo, meio entrelaçado com aquela genuína boçalidade com que expressa a loucura, que mora no seu miserabilista cérebro...

Mora sozinho no meio daquele palanque de onde discursa, naqueles monólogos ziguezagueantes, num desespero desconcertado que levará a Venezuela para um abismo, cada vez mais real.

Ceausescu tombou num dia de festa, num regresso a casa depois de uma visita de estado, na varanda de um dos seus palácios, diante de uma multidão...

As gentes vaiaram-no pela primeira vez, provocando espanto, estampado naquele seu olhar vazio, avançaram ao seu encontro e os militares que sempre o haviam apoiado, afastaram-se, abandonaram o pequeno ditador à sua sorte.

Ainda tentou fugir mas foi capturado ao lado da sua mulher, numa estrada perdida no meio de uma zona rural, onde pouco tempo depois foram executados, por entre gritos dilacerantes de Helena Ceausescu, não acreditando que aqueles homens seriam capazes de assassinar a sua "Mãe".

Era assim que se via...

Era desta maneira que a sua tortuosa mente acreditava ser vista, por todos os Romenos.

Nicolas Maduro, posso estar enganado, encontrará no meio de um discurso, no auge de um delírio, o julgamento popular que ele julgará impossível.

E assim, no meio destas semelhanças, por entre a loucura iletrada ou através da alucinação ignorante encontrada nestes dois homens, que talvez se possa vislumbrar a repetição de uma história...

E o fim do martírio de um povo.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

31.07.17

 

As eleições para a Assembleia Constituinte, na Venezuela, estão a revelar-se um fracasso para Nicolas Maduro e para a demonstração de força, imaginada pelo pequeno ditador Venezuelano.

A poucas horas do fecho das urnas, apenas 7% da população eleitoral havia votado e por isso mesmo se compreende que o regime bolorento de Caracas, tenha decidido prorrogar o prazo para que o povo pudesse votar...

7%?

Na verdade, já se sabia que o regime de Maduro, meio perdido, fruto da ignorância reinante daqueles que comandam hoje os destinos da Nação, se mantém no poder apenas fruto da brutalidade das forças que lhes são leais, dos algozes pagos pela corrupção que esventra esse futuro que tarda em chegar.

Porém estes números a se confirmarem, demonstram a fraca legitimidade que ainda suporta estes antigos Chavistas.

Um ditador é um ditador, um déspota será sempre um déspota, no entanto, sempre que a boçalidade se mostra reinante, que a estupidez caracteriza as mentes governantes, se torna um pouco mais triste a confinada penumbra de uma ditadura...

Maduro é isto mesmo, assim como a sua entourage, pequenos, limitados, estúpidos, desprovidos de conhecimento intelectual e é esse amadorismo, essa desesperança insistente, que certamente marcará o seu fim.

O povo já não o teme, não receiam tombar um a um, Pais, Filhos, Homens, Mulheres...

Ninguém já teme morrer, para tentar resgatar o seu direito de viver.

E enquanto se aguardam os resultados fraudulentos, que certamente o regime anunciará para a Assembleia Constituinte, poderemos contar com mais mortes, mais brutalidade...

Mas também, com maior coragem, maior bravura daqueles que diante de armas, tocam violinos, diante de tiros, cantam os seus sonhos, diante de tamanha estupidez, se negam a ceder.

No meio de tamanho aMADUROismo, sobra a nobreza deste corajoso povo...

Venezuelano.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2022
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2021
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2020
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2019
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2018
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2017
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2016
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub