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Caneca de Letras

31.01.18

 

O discurso de Donald Trump no Estado da União, não trouxe grandes novidades ao mundo...

Trump foi fiel a si mesmo, ao seu jeito trauliteiro de ser, debitando durante uma hora e meia, algumas das anormalidades que a todos habituou.

Trump sai deste Estado da União, como entrou...

Sem mais apoios, mas com os mesmos a seu lado.

Esta teatro ou comício em forma Presidencial, consegue fazer corar de vergonha alheia, aqueles que como eu esperaram noite adentro, para ver esta representação tosca e desenfreada, sob os olhares atentos e desbragados de Mike Pence e Paul Ryan.

As inverdades coleccionadas por Trump, ao longo do discurso, foram sendo contabilizadas online por vários jornais Norte-Americanos, tentando assim desmascarar os números e as histórias, ali incorrectamente publicitados.

Neste cenário entre o cómico e o inverosímil, num intenso trabalho abdominal de toda a estrutura Republicana, tantas as vezes que tiveram de se levantar, vai ficando a minha incredibilidade perante o exemplo daquele senhor Norte-Coreano...

Aquele homem de muletas, que segundo Donald Trump teria fugido, atravessando a China e parte do sudeste Asiático de muletas, até à liberdade encontrada em terras Americanas.

Mas enfim...

No fim deste Estado da União, fica a certeza de que a palavra União, nunca esteve tão longe daquela Câmara dos Representantes...

E nos tempos mais recentes, da sociedade Americana.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

10.01.18

 

Depois de Donald Trump, Oprah como baluarte de um projecto político, uma esperança maior de um novo futuro...

As palavras de Oprah, o enigmático momento nos Globos de Ouro, deixaram excitados todos aqueles que se opõem a Donald Trump, principalmente no planeta das artes, deixando no ar uma candidatura da mesma para 2020.

O que me apraz dizer, tristemente observando, é que deve ser muito triste o País que responde ao fenómeno Trump, com Oprah Winfrey...

Nada contra Oprah, nada contra a personagem, contra a pessoa em questão, no entanto, sempre esperei que na massa critica Americana, a alternativa surgisse de dentro da alma política, da génese democrática da sociedade Norte-Americana.

Se a solução anti-Trump, partir da esfera televisiva, do paradigma televisivo, nada se resgata, nada se recupera...

Gosto da Oprah Winfrey, sempre respeitei o seu trajecto como apresentadora, naquilo onde foi e é a melhor, porém, confundir essa função com a de Presidente Americano, nada mais é do que legitimar a candidatura de Donald Trump.

Não comparando as figuras, mas sendo honesto na analise, Oprah e Trump derivam do mesmo meio, têm o mesmo tipo de preparação para o cargo, apenas se distinguem na personalidade e no trato, o que não sendo de somenos, não é o principal.

Assim, deambulando por entre estes novos tempos, de um mediatismo que se sobrepõe ao mérito, importa recordar Tiririca, candidato ao Congresso Brasileiro...

Mais do que palhaço, profissão que apresentava no curriculum, Tiririca foi um visionário.

 

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

05.10.17

 

O que se terá passado na mente de Felipe VI de Espanha?

Quem terá aconselhado o Rei para um discurso estranho, enviesadamente partidário, escolhendo ser mais um a acentuar as diferenças, quando poderia e deveria ser aquele que uniria, apaziguaria um conflito incompreensível...

O Rei de Espanha aparece tardiamente em cena, numa comunicação ao País carregada de ralhetes, de dedo em riste, acentuando a sua função correctiva, numa altura em que isso apenas contribui para um inflamar da situação.

Considero esta atitude de Felipe, desestabilizadora e pueril, talvez mesmo um erro Histórico, de percepção política, pois as posições já de si extremadas aconselhariam que nesta intervenção, o Rei fizesse valer a sua capacidade de mediar, de através do seu papel conseguir moderar os extremos que se opõem...

A figura do Rei, caso interviesse mais cedo ou tivesse outro tipo de discurso, ganharia certamente outro peso nesta disputa, mesmo entre aqueles que se encontram nas ruas de Barcelona, pedindo a Independência.

Felipe preferiu o caminho mais fácil, franzir o sobrolho, apontando e nomeando os desleais e desordeiros, excluindo-se assim, talvez sem se aperceber, do papel aglutinador que poderia e deveria ter.

Felipe consegue assim legitimar aqueles que em Madrid ou em qualquer parte de Espanha, destilam ódio contra os insurgentes Catalães, ao mesmo tempo que legitima, aos olhos dos que clamam pela Independência Catalã, a injustiça plasmada em cada palavra de um Rei que deveria ser de todos....

Mesmo daqueles que reclamam o direito a escolher, não o ter, como seu Rei.

 

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

21.01.17

 

Aqui estávamos nós, perante o dia da tomada de posse de Donald J. Trump, como o 45º Presidente dos Estados Unidos da América.

Um dia que acabou por ser o que muitos esperavam, uma cerimónia triste, esvaziada de uma certa esperança que sempre acompanha estes momentos, com faces meio embaraçadas e com o povo longe de encher aqueles jardins e ruas diante do Capitólio.

Trump não desiludiu, com um discurso esvaziado de ideias, repetitivo, odioso, fracturante, populista, provocando em muitos momentos, um silêncio constrangedor, mesmo entre aqueles que ali o apoiavam. 

Com um estilo arruaceiro, de punho erguido qual Hugo Chavez ou Fidel, Trump continua a atacar tudo e todos, tal e qual como na campanha eleitoral, desde Washington até à China, das fronteiras até à globalização, da imprensa até à Nato.

Assim, o senhor que se segue na Casa Branca continuará a coleccionar inimigos, externos e internos, o que lhe provocará, estou certo, valentes dissabores durante este mandato presidencial.

Enquanto esperava com tristeza e até estupefação, pelos comentários às fraquíssimas palavras de um Presidente cowboy, uma janela se abria no canto do meu televisor, com uma notícia de última hora, chegada da base militar de Andrews:

Barack Obama, falaria uma vez mais, antes de entrar no Air Force One.

Nunca havia sido feito...

Nunca um Presidente cessante, teve a ousadia de fazer uma conferência de imprensa enquanto o seu sucessor ainda assinava os primeiros papéis no Capitólio.

Obama fez e fez muitíssimo bem.

Em apenas oito minutos, voltou a trazer dignidade à função, a recuperar a esperança num olhar, num aceno, nas palavras...

"Uma vírgula, não um ponto final!"

Obama terá um papel importante no futuro dos Estados Unidos, na construção de um caminho que possa resgatar os valores e princípios Americanos.

A ignorância e a boçalidade tão visíveis em Trump, contrastam com a eloquência, a cultura, a imensa capacidade de nos prender com as palavras de Obama.

Por isso acredito que a América saberá contornar esta vírgula no papel, pois a história Americana não merece tamanha injustiça.

 

Filipe Vaz Correia 

11.01.17

 

Com todo o gosto assisti ao discurso desta noite de Barack Obama...

O discurso de despedida.

Obama deixou naquele palco, em Chicago, um discurso para a História, resgatando o passado, este presente e os receios de um futuro que importa vigiar.

Ao fazer esta viagem Barack Obama sinaliza para todos, o caminho percorrido e o que importa preservar.

Admiro Obama, a sua eloquência, a maneira como não tem medo de chorar, de sorrir, de chegar às pessoas e falar aos seus corações, sempre tentando criar a motivação necessária para mudar constantemente este nosso mundo.

As diferenças nos EUA entre 2008 e os dias de hoje são flagrantes, num legado carregado de conquistas principalmente na frente interna, que ou muito me engano, deixará saudades...

Obama recebeu um país com uma taxa de desemprego na ordem dos 9%, deixa hoje uma taxa de 4.7%, recebeu ainda uma indústria automóvel arrastada por uma recessão sem precedentes, que conseguiu revitalizar, encontrou Wall Street afundada numa crise histórica e devolve-a oito anos depois com o índice Dow Jones perto dos 20 000 Pontos, numa recuperação absolutamente extraordinária, ou seja quase 2 vezes e meio o valor inicial...

Resgatou e suportou parte da banca Americana que se aproximava de um abismo, evitando o seu fracasso nesta economia mundial, ao mesmo tempo que criava esse tão discutido Obamacare, permitindo hoje em dia o acesso de Milhões de pessoas a cuidados de saúde, pessoas essas que anteriormente estariam abandonadas à sua sorte nessa indústria desregulada que se tornaram, os seguros de saúde.

Obama abriu horizontes e marcou também no mundo a sua posição, na histórica aproximação a Cuba, quebrando barreiras que perduravam no tempo e criando assim, novas páginas, novos cenários, infinitas possibilidades.

O acordo de Paris, é outro trunfo de Obama, pois envolve os EUA e o mundo nesse combate dramático contra as Alterações Climáticas.

A Captura de Bin Laden fica também presa ao legado deste Presidente Americano, pelo simbolismo e pela carga emocional que representava...

Na minha opinião, o grande pecado que perdurará para a eternidade destes dois mandatos de Barack Obama, é sem dúvida o Médio Oriente e a sua falta de visão para interpretar a Primavera Árabe e os perigos que dela adviriam...

Obama demorou imenso tempo a perceber, que a estas revoluções se seguiria o caos, a anarquia, a violência, o terror, o vazio, enfim a destruição da maioria desses países, como por exemplo:

A Síria e a Líbia.

O seu apoio a este levantamento popular, deixou-o sem margem para intervir numa solução mais abrangente para aquela região...

Esse é para mim o grande erro de Barack Obama, em todo o seu percurso como Presidente.

Neste discurso, Obama deixa avisos a todos os cidadãos Americanos, incentivando-os a caminharem pelos seus próprios pés, a pensarem pelas suas cabeças, a defenderem não o legado da sua administração, mas o legado dos fundadores desse nobre País, que são os Estados Unidos da América:

A liberdade de pensamento, a tolerância, a diversidade de pessoas, de credos, de raças, de cultura.

Esse legado para Obama é mais importante do que qualquer outra coisa e foi isso mesmo que ele deixou bem claro para os Homens de amanhã, neste discurso de despedida...

Não desistam...

Não deixem de lutar, pois vocês são a mudança deste País!

Yes, we can!

 

Obrigado Barack Obama.

 

Filipe Vaz Correia  

 

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