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Caneca de Letras

Caneca de Letras

Orçamento De “Cesariana”

Filipe Vaz Correia, 15.10.21

 

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Estas cenas de um orçamento pseudo tremido resvalam para uma espécie de teatro chinfrim de tempos já ultrapassados.

Toda a gente sabe que se fossemos para eleições antecipadas o PS seria o grande beneficiário.

Os partidos de esquerda, BE e PCP, seriam reduzidos a um número muito menor de deputados, os Comunistas correndo o risco de bater recorde negativo, enquanto no espectro oposto, entretidos com guerrilhas internas, PSD e CDS teriam imensa dificuldade em resistir ao voto do centrão no Governo de Costa.

Mais...

Se derrubarem o PS neste momento, para além de ser o Governo que levou o barco na pandemia será também aquele que não cedeu aos desmandos e pedidos tresloucados da esquerda mais radical, o que certamente permitirá a dramatização de António Costa no apelo ao desejado centrão.

Mas enfim...

É apenas uma reflexão.

Prognóstico:

O Orçamento passará com abstenção da esquerda, voto favorável do PAN e deputados independentes e votos contra de toda a direita.

O Governo irá ceder em uma ou outra coisinha para alegrar PCP/BE e permitir que este espectáculo de pouquíssima qualidade possa continuar numa qualquer  sala de Teatro em São Bento.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

O Desafio De Adolfo Mesquita Nunes...

Filipe Vaz Correia, 28.01.21

 

 

 

 

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Adolfo Mesquita Nunes, num texto publicado no Observador, ousou colocar o dedo na ferida sobre a realidade do CDS e consequentemente da Direita Portuguesa.

Este desafio lançado à liderança de Francisco Rodrigues dos Santos tem tanto de realista como de corajoso, de esperançoso como de incisivo.

Tenho como certo que para Adolfo Mesquita Nunes seria infindavelmente mais confortável estar como Administrador Executivo da GALP, usufruindo de um bem estar particular, do que sair a terreiro para se envolver na luta partidária com as consequências inerentes a este "mundo" político.

O chafurdar de lama em que está submersa a política Portuguesa, com particular ênfase nesta "nova" Extrema Direita cá do burgo, tão desvalorizada, ou melhor valorizada, por tantos afasta muitas pessoas...

Por essa razão, ainda gostei mais destas palavras, da sua visão sobre esse futuro que desafia e acima de tudo desse vislumbrar de um rumo para recuperar uma espécie de sensatez política.

Tenho por Adolfo Mesquita Nunes a maior das estimas, uma admiração pelo seu papel político e público.

Adolfo Mesquita Nunes é alguém que denota a fundamental educação, aquela que se bebe no berço, a instrução de excelência que se absorve na escola e o raciocino cristalino, tão raro por estes dias, que acompanha as pessoas inteligentes.

Estou esperançoso que o CDS saiba aproveitar esta oportunidade para se reencontrar com os trilhos do seu passado, com esse futuro que a qualidade de alguns dos seus quadros lhe poderá reservar.

Com Adolfo Mesquita Nunes, o CDS poderá recuperar nomes como Cecília Meireles, António  Lobo Xavier, António Pires de Lima ou Francisco Mendes da Silva, pessoas que estão arredadas dos principais palcos do Partido, ausência essa que caracteriza a pobreza de discurso dominante na Democracia Cristã.

Que se cumpra o futuro...

A bem do CDS, da Direita, de Portugal.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“A Clareza Que Defendemos”... Ou Um Grito Da Direita Democrática?

Filipe Vaz Correia, 11.11.20

 

 

 

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De facto existem momentos na vida em que os valores não podem ser relegados para segundo plano, julgo que em nenhum momento o devem ser, momentos decisivos para nos diferenciar de certo tipo de gente...

A carta pública "A Clareza Que Defendemos", abaixo assinado, divulgada esta terça-feira por um conjunto vasto de pessoas do Centro Direita e da Direita mais tradicional ou liberal, repudiando este acordo entre o PSD e o CDS com o Chega nos Açores, serve de alerta sobre uma definitiva linha que não deveria ser ultrapassada.

Miguel Poiares Maduro, José Eduardo Martins, Miguel Esteves Cardoso, Pedro Mexia, Francisco José Viegas, Samuel Úria, José Diogo Quintela, Francisco Mendes da Silva, Sebastião Bugalho, Raquel Vaz Pinto, Teresa Caeiro, Miguel Monjardino, Henrique Burnay, Carlos Guimarães, Ana Rita Bessa ou Adolfo Mesquita Nunes, entre outros, são algumas das personalidades que decidiram ser este o momento para levantarem publicamente a sua voz num sinal de protesto para com esta ligação de Partidos da Direita democrática com um Partido radical de Extrema-Direita.

" Uma coisa são os movimentos nacional-populistas, xenófobos e autocráticos assumirem aquilo que são, outra mais grave, é o espaço não socialista deixar-se confundir com políticos e políticas que menosprezam as regras democráticas, estigmatizam etnias ou credos, acicatam divisionismos, normalizam a linguagem insultuosa, agitam fantasmas históricos, degradam as instituições."

"Trump não é Lincoln, T. Roosevelt ou Reagan, a democracia liberal Húngara não é aceitável num Partido Popular Europeu de tradição democrata-cristã, tal como, o neo-franquismo não é o herdeiro da direita espanhola de transição e do pacto constitucional. E o espaço do centro-direita e da direita portuguesa não é o do extremismo, seja esse extremismo convicto ou oportunista."

" A democracia liberal precisa de soluções consistentes e exequíveis não de discursos demagógicos, incendiários, revanchistas. É preciso deixar bem claro que as direitas democráticas não têm terreno comum com os iliberalismos. É essa clareza que defendemos."

Nesta posição clara e exacta este conjunto de cidadãos marca a posição daqueles que não condescendem com o populismo e os seus bacocos apelos ao pior de todos nós, a esse querer divisionista que busca criar na clivagem o terreno apropriado para o ódio e a segregação.

O erro de Rio e do PSD, assim como do CDS, é absolutamente indescritível, não só legitimando a mensagem da Direita xenófoba e radical, como ultrajando o passado histórico do seu Partido.

Miguel Poiares Maduro conclui explicando como a justificação de Rui Rio é absurda...

"Se o Chega moderar poderá haver diálogo com esse partido, para um acordo a nível nacional." Palavras de Rui Rio.

"O PSD até pode vir a fazer uma coligação com o PCP se o PCP for diferente daquilo que é hoje em dia." Miguel Poiares Maduro dixit, considerando que a questão não pode ser colocada nestes termos.

"Para mim o Chega é o que é hoje e o que é torna incompatível qualquer acordo do PSD com o Chega." Conclui o Professor Universitário.

Expressado nestas linhas a essência deste abaixo assinado publicado por alguns cidadãos da Direita tradicional Portuguesa, importa salientar a minha absoluta concordância com a substância deste texto, com a importância de saber o momento e o lugar onde quero estar...

E sem dúvida que em momento algum quero perder a oportunidade para expressar o quão me repugna este acordo e o que simboliza, num entrelaçar de destinos que poderá sair caríssimo à Democracia Portuguesa e consequentemente à Direita que sempre olhei como minha.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

 

Um Tempo Para Populismos?

Filipe Vaz Correia, 24.06.20

 

 

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De soslaio, no canto do olho, moram os radicais, aqueles que num pedaço de palavra encontram a desculpa perfeita para incendiar tudo à sua volta.

Aqueles que nas fracturas desenham o caos, encapotados pela carícia das suas prosas, disfarçadas nas entrelinhas do politicamente correcto.

Não vivemos tempos para disfarçes, muito menos para disfarçados discursos de conveniência, no entanto, importa medir o rumo, a melodia entrelaçada num mundo cada vez mais dividido.

Olho pela janela do meu quarto, para a rua despida de gente, no silêncio dos grilos e busco...

Vou buscando significado para a tamanha imbecilidade, para aqueles que copiam e se inspiram em Lenine, para os que recuperam Mussolini, para os que disfarçam o facto de terem se entusiasmado com Bolsonaro ou Trump.

Essa tralha de gente que insiste em caminhar pelas amargas entrelinhas da História, dela nada tendo retirado, a não ser a insistência nos seus erros...

Nem Deus ou o Diabo poderiam ter pincelado tamanha construção para o caos, tantos entrelaçamentos desenhados no desespero das gentes.

Boçais, possidónios, ressabiados, ingénuos ou simplesmente tontos, assim se constrói parte das massas que aglomeram estes que agora desfilam e que anteriormente seriam silenciados por um coro de sensatez.

Mas que nestes tempos reinam...

Por entre, Instagram. Twitter ou Facebook.

Da minha parte apenas obterão o desprezo, a gritante repugnância pelas suas ideias, pelo caminho...

Mas isso, solitariamente, chegará?

Temo que não...

Neste mundo carregado de idiotas, parece pulular a crença, daqueles que imbuídos no seu pensamento insistirão em redesenhar o comportamento Humano, por entre, os traços totalitaristas dos seus ideais.

Irá caber a todos nós, Sociedade, decidir o rumo de nossos destinos enquanto comunidade...

E como isso me deixa desconfortável?

É só revistar a, "nossa" , História...

 

Filipe Vaz Correia