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Caneca de Letras

14.10.17

 

O Orçamento de Estado foi apresentado, entregue na Assembleia da República, desenhado e traçado em linhas gerais, segundo oiço, por um aumento da despesa...

Tenho uma excelente impressão de Mário Centeno, da sua execução como Ministro das Finanças nos anteriores Orçamentos de Estado, no entanto, as noticias que vão saindo, deixam-me ligeiramente desconfiado.

Aumento de todas as pensões abaixo de 588 Euros, sensivelmente, em 10 Euros...

Bem.

Descongelamento das carreiras na administração pública...

Excelente.

Redução do IRS, com a criação de dois novos escalões...

Muito Bem.

Contratação de mais de 3000 novos professores...

Fantástico.

Actualização de salários na função pública...

Impressionante.

Todas estas medidas são de saudar, principalmente, depois de anos marcados por cortes e congelamentos salariais, devido a uma desajustada austeridade, que acentuou uma depressão causada pela derrocada económica nacional...

Todavia, o que mais me preocupa neste Orçamento é o facto de toda esta despesa ser feita ao mesmo tempo, aumentando consideravelmente o esforço Orçamental, e com isso elevando a probabilidade de derrapagem.

Uma cedência ao desaire eleitoral da CDU?

Ou aos gritos do BE?

Sei que por outro lado, Centeno anuncia uma redução da divida pública no próximo ano para 123,5% do PIB, um défice de 1,4% para este ano e de 1% para 2018, um decréscimo do desemprego para níveis de 8,6% e um crescimento para 2018 de 2,2%...

Sei tudo isso, porém, com tamanho aumento da despesa, feito num só ano, aumenta exponencialmente a dificuldade em cumprir os pressupostos assumidos, neste exercício Orçamental.

Espero estar enganado, pois preferia a continuidade do alivio económico na vida das pessoas, porém, mais faseado, feito de maneira moderada...

Se Mário Centeno conseguir cumprir, então, talvez não estejamos perante uma Geringonça, mas sim de um milagre.

E aqui estarei, como ateu de Direita, para cumprimentar o milagreiro.

Não menos importante, tive  a esperança que este atraso na apresentação do Orçamento, fosse para evitar a entrega do mesmo, neste dia...

Sexta-Feira 13.

As horas passaram e acreditei mesmo que seria entregue depois da meia-noite, mas não, às 23h15 lá estava o Ministro e a sua comitiva a entrar na Assembleia da República...

Não me pareceu boa ideia.

E não é, que seguia a comitiva alegremente orgulhosa, Centeno, Pedro Nuno Santos e restantes Secretários de Estado, quando uma Senhora, Secretária de Estado, se esbardalha em pleno Parlamento, de joelhos ao chão, de carteira exposta, ali diante de todos...

Não sei, mas acredito que seria melhor, terem esperado mais 45 minutos.

Mas isso sou eu, que como já perceberam, sou um pedacinho supersticioso.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

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