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Caneca de Letras

Caneca de Letras

Versos Soltos Em Tempos Revoltos...

Filipe Vaz Correia, 30.09.20

 

 

 

Arde e queima

a semente desalinhada

sofre e teima

a mágoa passada...

 

Traço e compasso

na beira da alma

ruído e espaço

na busca da calma...

 

Mas o ardor a persistir

o torpor a aumentar

a velha alma a desistir

desse sofredor amar...

 

Cai a noite destemperada

no vazio dessa solidão

escapando da poesia desamparada

o adeus de uma ilusão...

 

A iludida ilusão

de uma desiludida desilusão.

 

 

 

 

 

 

 

 

Sou...

Filipe Vaz Correia, 06.11.17

 

 

 

Sou prisioneiro dos meus sentimentos;

Das vozes e sonhos que gritam,

Cartas trazidas pelo vento,

Palavras que se eternizam...

 

Sou refém de mim mesmo;

Das algemas e dos grilhos,

Dos pesadelos bem trancados,

Lágrimas sem trilhos...

 

Sou um enigma presente;

Na penumbra adormecida,

Memória ausente,

Da insistente ferida...

 

Sou esse pedaço de nada;

Tão vazio, tão vazio,

Pedaço de nada,

Nadando num rio...

 

Sou esse pedaço de nada...

De nada..

Nada!

 

 

Composição De Amor

Filipe Vaz Correia, 10.10.17

 

 

 

Não sei explicar;

Esse ardor que sinto,

Esta forma de amar,

Amor, não minto...

 

Certa grandeza do ser;

Grandeza que consome,

Vontade de descrever,

Esse olhar que absorve...

 

Olhar escondido;

Vergonha interdita,

Coração ferido,
Numa ilha perdida...

 

E distante;

Bem ao longe,

Miragem hesitante,

De um imenso amor...

 

Tão imenso;

Sentimento gigante,

Desejo intenso,

Eterno e asfixiante...

 

Já não grita a singela vontade;

Já não sobra a antiga surpresa,

Já não resta a ausente saudade,

Incerta, incerteza...

 

E sobra a maldita ilusão;

Uma espécie contraditória de dor,

Indolor contradição,

Do que um dia,

Foi amor.

 

 

 

 

 

Coração meu...

Filipe Vaz Correia, 24.05.17

 

 

 

Explica lá coração;

À mente e à razão,

Que a escolha deste amor,

Que te causa mágoa e dor,

É na verdade um sentimento,

Trazido por outro tempo,

Algures perdido,

Nesse destino ferido...

 

Explica lá coração;

Para que eu consiga perceber,

Esta estranha emoção,

Desse desprezo a receber,

Por tamanho amor...

 

Explica lá coração;

Se um dia conseguires,

A imensa desilusão,

Da tua desiludida alma.

 

 

Auto-Mutilação...

Filipe Vaz Correia, 11.05.17

 

 

 

Uma pequena cicatriz;

Reflexo da minha dor,

Recordação do que fiz,

Nesse dia de horror,

Que desconhecendo, quis,

Prendendo-me àquele ardor,

Que me alivia...

 

Um desabafo em segredo;

Marcado em cada braço,

Libertando esse medo,

Esse pequeno traço,

Da minha angústia...

 

E a cada mutilação;

Auto-infligida,

Procuro mentir ao coração;

Expiando nessa ferida,

A desilusão,

Que me atormenta.