Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Caneca de Letras

Caneca de Letras

Um Tempo Para Populismos?

Filipe Vaz Correia, 24.06.20

 

 

DD02E2CD-0428-4415-9B51-CA4E85AC718C.png

 

De soslaio, no canto do olho, moram os radicais, aqueles que num pedaço de palavra encontram a desculpa perfeita para incendiar tudo à sua volta.

Aqueles que nas fracturas desenham o caos, encapotados pela carícia das suas prosas, disfarçadas nas entrelinhas do politicamente correcto.

Não vivemos tempos para disfarçes, muito menos para disfarçados discursos de conveniência, no entanto, importa medir o rumo, a melodia entrelaçada num mundo cada vez mais dividido.

Olho pela janela do meu quarto, para a rua despida de gente, no silêncio dos grilos e busco...

Vou buscando significado para a tamanha imbecilidade, para aqueles que copiam e se inspiram em Lenine, para os que recuperam Mussolini, para os que disfarçam o facto de terem se entusiasmado com Bolsonaro ou Trump.

Essa tralha de gente que insiste em caminhar pelas amargas entrelinhas da História, dela nada tendo retirado, a não ser a insistência nos seus erros...

Nem Deus ou o Diabo poderiam ter pincelado tamanha construção para o caos, tantos entrelaçamentos desenhados no desespero das gentes.

Boçais, possidónios, ressabiados, ingénuos ou simplesmente tontos, assim se constrói parte das massas que aglomeram estes que agora desfilam e que anteriormente seriam silenciados por um coro de sensatez.

Mas que nestes tempos reinam...

Por entre, Instagram. Twitter ou Facebook.

Da minha parte apenas obterão o desprezo, a gritante repugnância pelas suas ideias, pelo caminho...

Mas isso, solitariamente, chegará?

Temo que não...

Neste mundo carregado de idiotas, parece pulular a crença, daqueles que imbuídos no seu pensamento insistirão em redesenhar o comportamento Humano, por entre, os traços totalitaristas dos seus ideais.

Irá caber a todos nós, Sociedade, decidir o rumo de nossos destinos enquanto comunidade...

E como isso me deixa desconfortável?

É só revistar a, "nossa" , História...

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

 

As Demagogas “Datas E Certezas” De Alguns...

Filipe Vaz Correia, 07.04.20

 

Parece que a Suécia irá aumentar as medidas de confinamento...

Isto há coisas!

Então não é que, durante dias, alguns oráculos de bom senso andaram, por aqui e por acolá, a pedir uma data para a doce libertação de todos nós, vociferando o exemplo nórdico, para agora serem traídos pela disparatada regressão desses Suecos, até ao encontro com aqueles Países onde se apertaram as medidas de circulação.

Datas...

Queremos datas!

Gritavam de forma, quase, birrenta, num desesperante acto de brava arrogância, gosto mais da palavra estupidez mas seria incapaz de a utilizar, exigindo aos ventos decisões que nem os entendidos, vulgo médicos, são capazes de tomar.

Mas se os "meninos" querem datas, o poder político tinha de as dar, não fosse levantado o labéu da incompetência diante da incapacidade para dar tal resposta.

Se essa data fosse dada, pelos tais políticos no poder, logo iríamos observar à mudança dos mesmos opinadores, ou pelo incumprimento da mesma ou pelo falhanço das medidas, caso algo corresse mal.

Porque raio deram uma data?

Seria provavelmente uma das criticas...

Mas têm de caminhar a reboque da opinião pública?

Seria certamente outro dos slogans utilizados pelos mesmos opinadores que anteriormente vociferaram pela resposta.

O mundo está cheio de ressabiados e bacocos "comentadores", repletos de si mesmos, capazes das maiores certezas sobre todos os assuntos.

O populismo de opinião é tão ou mais perigoso do que a demagogia organizada em Partidos, extremistas de Esquerda e de Direita, pois são normalmente esse "comentadores" que dão palco às populistas reivindicações desses mesmos demagogos.

Enfim...

Vamos lá com calma.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

Czar Putin e as Matrioskas Americanas...

Filipe Vaz Correia, 16.02.17

 

A verdade sobre as eleições americanas está cada vez mais evidente, aos olhos daqueles que incrédulos ouviam os rumores, sobre uma ingerência Russa concertada com a campanha do candidato Trump.

Seria possível que o Kremlin tivesse em marcha um plano, para interferir nas escolhas, destas sociedades ocidentais, com o intuito de as tornar instáveis e ingovernáveis?

Não me restam, muitas dúvidas...

Parece que sim!

O que se tem vindo a descobrir, através dos serviços secretos norte-americanos, mostra o quão vulnerável está o mundo, perante os hackers Russos (Escola KGB) que escondidos sob o anonimato das redes sociais vão lançando boatos e factos alternativos, atingindo os alvos especificos que não estejam alinhados com os seus interesses...

Todo um novo cenário se levanta, nestas democracias ocidentais, desgastadas com a crise económica e os escandâlos sucessivos de fraudes e corrupções.

A demissão de Michael Flynn, demonstra aos olhos da opinião pública as enviesadas ligações existentes entre o Staff de Trump e a Rússia, adivinhando-se outros nomes nessa balança controlada a partir de Moscovo.

Se em França os rumores, que começam a circular, visando Emmanuel Macron, tiverem como se desconfia, as mesmas fontes, poderemos estar perante a réplica do que aconteceu nos Estados Unidos, o que representaria uma espécie de queda do Muro de Berlim, mas que desta vez, destruiria muito provavelmente a União Europeia.

É o momento de se combater esta influência, que urge denunciar, e que só se poderá combater com a denúncia permanente, elucidando os cidadãos para este novo tempo que enfrentamos.

Putin não agirá sozinho, conta com a fraqueza das instituições europeias, assim como, contou com esse mesmo enfraquecimento do outro lado do Atlântico, mas acima de tudo conta com a ignorância, a revolta e o medo de certos quadrantes, destas mesmas sociedades.

Assim, torna-se cada vez mais importante, a descoberta destas matrioskas americanas e o seu envolvimento em todo este processo, que levou Donald Trump até à Casa Branca  e que acredito depois de Michael Flynn, outras pequenas matrioskas serão descobertas.

Porque se ficarmos aprisionados neste limbo sensacionalista, nunca mais conseguiremos resgatar a governação, do populismo desmedido que vencerá sempre no terreno da manipulação e demagogia, pois estas são precisamente, o alimento da sua subsistência...

Que venham então, as pequenas matrioskas escondidas, no seio da administração Trump e que com elas se possa saber, mais em concreto, quais os desejos do Czar, Vladimir Putin.

 

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

Quo Vadis, Europa?

Filipe Vaz Correia, 24.01.17

 

O mundo parece avançar a um ritmo vertiginoso para um abismo, inebriado por uma vozeria trauliteira, que a todo o custo, urge evitar.

A eleição de Donald Trump, as eleições Francesas que estou convicto se travarão entre Le Pen e Fillon, a posição Russa nas manobras que envolvem hoje em dia o panorama estratégico no Médio Oriente e claro está o império Chinês, cada vez mais preparado para impôr a sua vontade, caso a isso, seja obrigado...

E a Europa...

Quo vadis, Europa?

Como poderá responder um aglomerado de países, União Europeia, que caminha sem liderança, sem rumo há mais de década e meia?

O projecto Europeu não foi colocado em causa pelo Brexit, confirme-se ou não, foi precisamente a falta de rumo desse projecto que potencializou a vitória desse movimento.

Assim como nos Estados Unidos, a revolta de muitos cidadãos está a minar o processo democrático, fragilizado pelo abrandar de muitas economias e com isso o degradar da vida desses mesmos cidadãos.

Se por algum motivo a Europa não conseguir responder a estes inquietantes sinais e deixar degradar cada vez mais, a relação dos seus cidadãos com as instituições que os representam , então Donald Trump terá razão e o fim deste projecto Europeu será inevitável.

Marine Le Pen, Farage, Victor Orban e outros populistas que começam a crescer de maneira avassaladora, não o fazem indicando as soluções para os problemas que tanto afectam as respectivas populações, mas sim indicando os males que afectam realmente essas sociedades democráticas envolvidas em escândalos sem fim, desacreditadas entre os seus pares.

Por isso insta repensar este modelo, estas prioridades que sendo lógicas para o Status Quo de Bruxelas, são incompreensíveis para as respectivas populações e que fazem aumentar o descontentamento em pessoas que votarão no desespero ao invés do mesmo encurralado sistema.

Os conservadores cristãos terão neste processo um papel fundamental, na minha opinião, pois em parte, partirá desse espectro político a solução que possa fazer frente à demagogia populista que hoje crassa em grande medida pelas mais variadas democracias.

A Direita Cristã ou Conservadora tem de revitalizar os seus princípios fundadores, recuperando a ligação com as pessoas e demonstrando uma genuína preocupação em construir as pontes necessária entre aqueles que se consideram excluídos e as novas gerações sedentas por uma incontornável globalização. 

Isso só poderá ser alcançado com a melhoria da vida das pessoas, com o sentimento de bem-estar fundamental para que os avanços não esmaguem a esperança e os desejos inerentes à condição humana.

Assim espero que a Europa possa mudar o seu rumo e ver neste extremar de posições que nos chega do outro lado do Atlântico, uma oportunidade para ser ela a liderar os acontecimentos e não os acontecimentos a ditarem o seu destino.

Isso será determinante para o caminho Europeu, consciente das diferenças nacionais que sempre existirão, mas inclusivo, global, integrante, com valores Humanistas que certamente nos guiarão ao encontro de um futuro onde a Europa possa resgatar a importância que sempre teve.

 

Filipe Vaz Correia