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Caneca de Letras

28.10.19

 

As saias do assessor deram brado nas redes sociais, o assessor da Joacine, de saia rodada esventrando o Status Quo Parlamentar, os costumes sociais que se chocam...

Saia?

Um Homem?

Uma saia rodada?

Antecipam-se terramotos políticos nesta disputa entre uma esquerda cada vez mais radical, em contraponto com uma direita cada vez mais extremada...

Não no número de deputados mas na composição do seu elenco, pois convenhamos que contar com a presença e palpite do “mui” estimado André Ventura, trará um acréscimo de salitre ao debate.

No entanto, como devem saber, o sal é desaconselhado pela Organização Mundial de Saúde...

Por aqui passaremos a discutir as saias parlamentares, mais vezes, os gostos mais rocambolescos de um ou outro deputado da Nação, percorrendo o caminho até esse encontro com as sugeridas castrações químicas do “mestre” André, numa mistura imperceptível de ignorância trauliteira.

Discutiremos lugares e cadeiras, conversas sem eira nem beira, espectáculo teatralizado em cada gesto, em cada penacho de insatisfação que possa garantir aqui ou acolá uns “conscientes” votos eleitorais.

Antevê-se assim uma agitada legislatura, carregada de soturnas imperfeições, nomes e discussões soletrados na inovadora politiquice que grassará, por entre, as paredes daquela Assembleia da República.

Todos os Partidos, estes que agora aqui chegam ou os outros que há muito por aqui andam, irão puxar para si esse espalhafato mediático da coisa, os gritos e os holofotes do povo, da nação que urge influenciar.

Veremos quem neste tempo saberá moderar a coisa, chamar a si a responsabilidade adulta num recreio carregado de irritantes excitamentos...

Deste tempo, de saia rodada ou de mão em riste, tudo se poderá esperar, como num “circo”, num palco, onde o Show Must Go One.

Até lá...

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

29.05.18

 

 

 

Luzes apagadas;

Sem brilho,

Sem nada...

 

Silencioso vazio;

Na penumbra de um momento,

Singelo arrepio,

De um arrepiante tormento...

 

Vai nevando de mansinho;

Do outro lado do mundo,

Vai sonhando devagarinho,

Num desejo profundo...

 

Num desejo que não cala;

O bater do coração,

Segredando cada lágrima,

Repleta de emoção...

 

Repleta de magia;

Despojada de certezas,

Combatendo em cada dia,

Amarguras e incertezas...

 

E vai descendo o pano;

Se extinguindo os aplausos,

Encerrando o sorriso,

De um pobre palhaço.

 

 

 

 

 

 

10.05.17

 

 

 

Uns pozinhos de perlimpimpim;

Um sorriso, uma tristeza,

Uma ausência sem fim,

Por entre cores de estranheza,

Disfarçando enfim,

Cada lágrima de beleza,

Inundando assim,

O seu mundo de incerteza...

 

E começa mais uma sessão;

Cheia de luzes e gargalhadas,

Escondendo o coração,

Das recordações amarguradas,

Que invadem a solidão,

Solitária palhaçada...

 

E assim devagarinho;

Pintando uma vez mais, a cara;

Prendendo o nariz encarnado, ao seu rosto,

E vislumbrando no espelho,

Mais um pedaço desse desgosto,

Sorridente...

 

No sorriso de um palhaço.

 

 

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