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Caneca de Letras

11.11.19

 

Em Espanha continua o turbilhão eleitoral, o mesmo atabalhoado processo que tem levado a democracia Espanhola de eleição em eleição.

Neste Domingo o PSOE voltou a vencer, como anteriormente fizera, só que agora com menos força, com menor força daqueles que supostamente poderão ser os aliados tradicionais, também eles enfraquecidos.

Se estivéssemos a falar de lógica, evidentemente que os Partidos poderiam aprender com a resposta dada esta noite pelos eleitores...

E que resposta foi essa?

Uma estagnação ou perda dos partidos mais tradicionais, com derrotas claras do Cidadanos ou do Podemos, por entre, resultados quase similares como do PSOE e do PP...

O que diverge nesta eleição?

A subida extraordinária do VOXX...

Ignorar este facto ou não o compreender representará um suicídio para estes partidos e as suas realidades.

Os Espanhóis estão exaustos de “tricas” partidárias, de teatralizações políticas, olhando para o fenómeno VOXX como uma voz alternativa à pasmaceira costumeira.

Poderemos criticar ou acreditar que se trata de um fenómeno passageiro, no entanto, a subida apoteótica deste Partido de Extrema-Direita, aconselhará a prudentes conclusões e avaliações.

Sem a presença de estadistas ou fortes lideranças no espectro político Espanhol, torna-se essencial o aparecimento de sólidos projectos políticos, capazes de criarem pontes e entendimentos que sustentem esse futuro plasmado na vontade dos cidadãos.

Caso os Partidos tradicionais continuem a se perder nessas entrelaçadas e corriqueiras questões, sobrará um fértil terreno para os extremismos proliferarem...

Da Esquerda à Direita.

Estas eleições foram mais um aviso...

Nessa Espanha em busca do seu destino.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

20.10.17

 

O Governo Espanhol e o PSOE acordaram esta manhã, segundo avança a TVE, a marcação de eleições Regionais na Catalunha, para Janeiro de 2018.
Num momento em que a ameaça de suspensão da Autonomia Catalã , continua a perseguir a Generalitat, este passo pode, verdadeiramente, contribuir para a clarificação de todo um processo complicado e mal conduzido.

Talvez este devesse ter sido o primeiro passo a ser dado pelo Governo de Madrid, no entanto, agora saberemos de forma legal e constitucional, quem quer a independência e quem a não quer...

Porque nestas eleições, apenas duas escolhas poderão ser feitas, duas leituras, para aqueles que em Janeiro, queiram exercer o seu direito de voto:

Quem votar em Puigdemont e nos partidos aliados, votará pela Independência, pela criação de um Estado Soberano Catalão, que se separe definitivamente do centralismo Madrileno.

Quem votar nos partidos com assento Parlamentar como PP, PSOE ou Ciudadanos, estará a votar pela continuidade de uma ligação Autonómica, entrelaçada com a Nação Espanhola e com a Constituição em vigor.

Não existem outras hipóteses.

Por essa razão, é com expectativa que aguardo esta eleição, este desfecho para uma das mais graves crises identitárias, na Europa deste século.

Que venha então esse referendo, em forma de eleição.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

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