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Caneca de Letras

11.09.19

 

Ao longe, ao ouvido de uma estrela, sussurrei o teu nome, baixinho, devagarinho, num entrelaçar de emoções, emocionada esperança que invade a minha querença...

Escasseiam as letras, mesmo numa Caneca repleta delas, para descrever como pulsa o meu coração, nesse bater sem razão, aquele sentir que não se explica, sente-se, caminhando sem medo de voar.

Tantas vezes disse que te amava, te amo, nessa misturada forma de expressar cada momento que juntos construímos, que de mãos dadas insistimos em percorrer.

Não seria a mesma pessoa se não te tivesse conhecido, nem sei se teria sobrevivido à dura pena que um dia me amarrou na velha sala da minha antiga casa...

Nessa dura despedida, enquanto caia rumo ao infinito e tenebroso vazio, senti a tua voz, a tua mão, a tua presença a amparar a queda, a segurar essa parte de mim, despedaçadamente estilhaçada.

Sempre tu...

Por entre o olhar, o teu, esse que me aponta o porto seguro, soube, sempre soube, que encontraria o destinado amor, esse amar eterno que se confunde com destino, que se transforma em felicidade.

Não sei se poderia saber, se te conseguirei descrever o que no bater da alma, no pulsar deste meu coração, se desencontra em cada lágrima tua, se descompassa em cada pedaço de tristeza que sinto em ti...

Porque és o meu mundo, tão intenso e profundo que num breve segundo se mistura na alma desarmada, na brisa desbravada, em busca de te dizer o que significas para mim.

Amo-te...

E de mãos dadas, bem velhinhos, por entre a despedida de um tempo longínquo sobrará a certa, certeza, de que valeu a pena.

Disto tenho a certeza:

Bem velhinhos...

Meu amor!

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

29.11.17

 

Recordo-me de tantos rostos, de tantas vozes...

Revejo em mim tanta gente, pessoas que encontrei neste destino sem fim, que percorreram por um momento o mesmo caminho que eu, que a minha alma.

A noite cai...

Chega...

Despudorada.

Sentado na janela da minha sala, sala de estar, observo as estrelas ausentes, o brilho que se esconde por entre as nuvens que teimam em cobrir esse céu.

Uma e outra luz que se acendem, brilham nas janelas, como deveriam as estrelas brilhar nos céus...

São vidas em caixas, cubículos compartimentados, impregnados de sorrisos e lágrimas, de gentes e pensamentos, alegrias e desgostos.

Tantas e tantas vidas percorrendo os seus destinos, pais e filhos, avós e netos, jovens ou velhos...

A noite cai...

O dia finda.

E continua a correr o tempo, continua a soltar-se o infinito, por entre os que morrendo desaparecem, os que nascem irrompendo, os que permanecem...

Permanecendo.

Revejo em mim tantos rostos, tantas vozes...

Tantas vidas passadas, reencontradas nesta, somente nesta, certeza única.

A noite teima em cair...

O radio continua a tocar, a janela aberta continua deixando o frio entrar, enquanto observo o céu, buscando imperfeitamente as razões para que o meu coração continue a bater descompassadamente.

A vida continua...

E vida após vida, buscarei reencontrar-te.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

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