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Caneca de Letras

09.10.19

 

O Prof. Cavaco Silva reapareceu para apelar a um novo tempo no PSD.

Que saudades!

Cavaco, conhecido por nos seus tempos de liderança ser capaz de “unir” dissidentes, tolerar críticos...

Peço desculpa, mas por vezes é difícil manter a ironia.

Cavaco Silva regressou assim, neste dia, à esfera da politiquice politiqueira, afinal onde parece gostar de estar, longe vão os tempos em que fazia questão de se mostrar distante desse papel, no entanto, o estado actual do PSD, segundo o senhor Prof., motiva este seu apelo.

Cavaco constrói uma narrativa, carregada de vingança, na tentativa de virar o PSD para um reencontro com o “Passismo”, esses tempos da Troika que pelos vistos trazem saudades ao anterior Presidente da República.

Cavaco vai mais longe, apela até a Maria Luís Albuquerque, essa figura tão consensual na sociedade Portuguesa, para ilustrar essa forma de união que considera essencial.

Rui Rio vê assim um “Senador” do partido pedir a sua cabeça e ditar um caminho que se aponta, para Rio, muito complicado.

Cavaco junta-se a nomes como Miguel Morgado, Luís Montenegro, Carlos Carreiras, Miguel Relvas...

Repito, Miguel Relvas!

Tão bem acompanhado por estes nomes se encontra o Professor e certamente por mais alguns que por uma questão de decoro me escusarei de referir.

Como cora aquele jovem, por acaso eu próprio, que tinha em Cavaco uma referência, no auge da adolescência, no pico da juventude.

Que tristeza!

E assim de apelo em apelo, lá vão saído da toca os ultra-liberais, estilo Tea Party, que por um momento invadiram o Partido Social Democrata.

Alguém poderá explicar ao Senhor Professor que parte do eleitorado que hoje não vota PSD, como reformados, funcionários públicos ou pequenos empresários, principalmente da restauração, se afastaram do partido muito antes da chegada de Rui Rio e do seu errático mandato.

Foi no seu tempo, como Presidente da República, Prof. Cavaco e daqueles que agora insiste em apoiar.

Enfim...

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

15.04.19

 

 

 

O Professor Cavaco Silva prevê que, lá para 2050, a idade da reforma deva ser aumentada para os 80 anos.

Talvez?

De facto, até pode fazer sentido pois o Professor Aníbal está para aí com uns 150 anos e continua a brindar o País com os seus doutos conselhos.

Mais do que discutir a veracidade dos seus estudos e cálculos, importa também registar a falta de tacto, a falta de capacidade para comunicar desta ilustre personagem.

Até aos 80 anos?

Estará o Professor a contar que a esperança média de vida seja de 100 anos?

Na verdade, ao Ser Humano, importa sonhar e de cada vez que ouvimos Cavaco Silva, somente pesadelos nos assombram, numa cascata de perdigotos e sussurradas palavras.

Por falar em reformas...

Como tenho pena que o Sr. Professor não se tenha reformado da política aos 60 anos, pois tinha poupado todos nós, a dez medíocres anos em Belém, assim como, destas continuadas e opinativas intervenções.

Tenhamos condescendência, para com as amarguradas previsões Cavaquistas.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

 

 

23.10.18

 

Cavaco Silva continua a sua cruzada contra o passado, uma espécie de ajuste de contas que permanece em sua alma.

Fui, nos meus imberbes anos, um Cavaquista convicto, um admirador confesso do então Primeiro-Ministro...

Como estou distante desses anos, da minha querida juventude.

Cavaco Silva apresentará a segunda parte do seu livro, carregado de inconfidências e considerações, de episódios e juízos de personalidade...

Este testemunho mais do que dizer algo, sobre aqueles que com ele privaram, durante o tempo em que foi Presidente da República, dirá, certamente, mais do Senhor Professor.

Cavaco é um homem "pequeno", cheio de si mesmo, empenhado em divulgar a sua imperiosa razão, "narrativa", por entre, dez desastrosos anos como figura maior da Nação.

Não me admira este buscar por um ajuste de contas, este não esquecer nem perdoar, daquele que " nunca se engana e raramente tem dúvidas"...

Cavaco observa-se num espelho fosco, sem qualquer noção de uma realidade que não se compadece, com a sua tamanha "grandeza".

Este velho "político" foi perdendo o seu prestigio, por entre, tricas e conluios, inconsciente da imensa distância que o separa daqueles que o julgarão e estarão muito longe de lhe prestar o tributo que julgará merecer.

Como vão distantes aqueles comícios na Fonte Luminosa.

Os dias da minha adolescência.

Mas enfim...

Cavaco continuará igual a si mesmo, ou seja, pequeno, um pedaço ressabiado, repleto desse "Boliqueime" que jamais sairá dentro de si.

Mas o tempo se encarregará de trazer à tona, o melhor e o pior, desta figura política, amarrada aos "pequenos" complexos do seu desencantado "planeta"...

O "planeta" Cavaco.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

28.09.18

 

Cavaco Silva regressou...

Pausadamente, como sempre, num registo de preocupação, tendo a sua Maria atrás como pano de fundo...

E como sempre, sonolento.

Perdão...

Sonolento, fiquei eu!

Cavaco veio falar da substituição de Joana Marques Vidal, partilhando com o País a sua opinião, deixando no ar a impressão de um conluio para "coisas estranhas".

Estas palavras mais do que alvejarem António Costa, tentavam visar Marcelo Rebelo de Sousa, neste trauma constante para com o seu sucessor.

Cavaco elogia o mandato da ainda actual Procuradora Geral da República, algo que me parece justíssimo, numa vã tentativa de criar um facto perturbador do tempo Democrático, continuando a se perder nesses enredos próprios de quem não compreendeu que o seu tempo passou.

Não beliscará Marcelo e julgo que nem mesmo a sua, de Cavaco, tão "estimada" Geringonça.

Cavaco Silva nos dias que correm, fruto de dois desastrosos mandatos Presidenciais é uma figura descredibilizada, sem afectos ou popularidade que sustentem os seus "pequenos" actos de vingança.

Quanto a Joana Marques Vidal tenho como a maioria dos cidadãos, uma apreciação globalmente positiva do seu trajecto enquanto PGR.

Esta minha opinião não invalida o facto de ter, desde sempre e principalmente na Justiça, uma certa relutância para com estas referências providenciais...

Parece que não teriamos Justiça sem Joana Marques Vidal...

E poderemos tê-la sem Carlos Alexandre?

Se calhar também não...

E sem o Procurador Rosário Teixeira?

A Justiça Portuguesa parece a Justiça Italiana de meados dos anos 90...

Carregada de Homens providenciais que são o garante da lei.

O garante da justiça são as leis que asseguram os direitos e deveres das pessoas vs a sociedade, muito para além daqueles que têm o dever de  fazer cumprir essas leis.

Caso contrário, inverte-se a noção justa de Justiça.

Também acredito num mandato único do PGR, por convictamente crer que assim se garante de forma mais assertiva, a independência do Ministério Público e daqueles que se encontram à sua mercê.

Apenas isso.

Quanto às conspirações Cavaquianas...

Resta-nos sorrir, desse rancoroso e sonolento Planeta Cavaco.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

02.07.18

 

Queria desde já agradecer ao Presidente da Câmara de Sernancelhe, pela oportunidade que deu a todos nós, através da sua iniciativa de agraciar o Prof. Cavaco Silva com a Medalha de Honra do seu Município, pois assim permitiu que o Ex-Primeiro-Ministro e anterior Presidente da República nos pudesse brindar com mais uma das suas brilhantes avaliações.

Através deste acto público ficámos todos a saber que o Prof. Cavaco Silva considera que o País não precisa de mais Gimnodesportivos e muito menos de Auto-Estradas mas sim de crianças...

A famosa Natalidade!

Praticamente uma avaliação purista entre o Néo-Natal e o Instituto Superior Técnico.

Concordo, em parte, com o Senhor Professor...

De facto o País necessita cada vez mais de crianças, devido ao baixo nível de nascimentos, que há muito persegue este nosso Portugal.

No entanto, não posso deixar de notar que deverá ser o primeiro discurso que oiço de Aníbal Cavaco Silva sobre crianças ou o perigo demográfico que corremos, talvez por falta de memória da minha parte...

Os Presépios da Srª Dª Maria Cavaco Silva não contam?

O Presépio tem o menino Jesus e a Senhora falou dessa sua paixão, de maneira ininterrupta, durante uma década.

Sendo assim, permitam-me concordar com o Professor Cavaco Silva nesta questão das crianças, anotando porém a ironia de ser o Senhor Professor a criticar a política de construção de Gimnodesportivos e Auto-Estradas...

É quase como se José Sócrates viesse criticar um programa de obras públicas em escolas ou António Guterres a criação descontrolada de subsídios sociais...

Ou se por um momento, Pedro Passos Coelho fosse agora contra os fluxos migratórios, depois de quatro anos a fomenta-los, com a quantidade de jovens licenciados que se viram obrigados a emigrar para fora deste País em busca de um futuro.

Só faltará agora que o Professor Cavaco Silva, num momento oportuno, aproveite para criticar uma qualquer politica de contratação maciça de Funcionários Públicos, onerando desmedidamente os Cofres do Estado Português...

Só faltará.

Por tudo isto muito obrigado Senhor Carlos Silva e a todo o Município de Sernancelhe...

 

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

01.09.17

 

A visita de Cavaco Silva à Universidade de verão do PSD, resumiu-se a uma meia dúzia de desabafos, enigmas justificativos numa mente embrenhada, nos pensamentos meio enevoados de um homem cansado, zangado, ressabiado.

De todas as suas palavras, das muitas que me esforcei por descodificar, apenas uma referência me indignou, visto que a considero absolutamente injustificada...

As indirectas a Marcelo.

Não que o Presidente da República precise de defesa, pois imediatamente respondeu com elegância, trato e dimensão à altura da sua inteligência e perspicácia, no entanto, não deixaram de me incomodar.

A diferença entre os dois é gigantesca, pois é, essa mesma diferença deve incomodar o anterior Presidente Português, pois deve, e acima de tudo a ligação profunda que Marcelo construiu com as pessoas, deve deixar verdadeiramente enfurecido, o eterno não político português...

Acima de tudo isso.

Cavaco Silva vê-se como um estadista, um oráculo de certezas inquestionáveis e a forma como terminou a sua vida política deve de certa maneira, confundir as certezas solidificadas dentro da pequenez, que o seu ego contempla.

Esta forma de critica, pouco frontal, até cobarde, escondida por trás de narrativas confusas, apenas confirma a relativa saloiice do personagem, o mundo pouco colorido da pessoa em questão.

Marcelo prima por ser hiperactivo, por vezes até frenético, nos actos, nas palavras, mas tem desempenhado o seu papel de maneira absolutamente formidável, aportando classe à Instituição, trazendo consigo Humanismo, proximidade, elevando o nível a que estávamos habituados no exercício desta função.

Cavaco com a sua habitual falta de chá, bebida certamente desconhecida para o personagem, tentou naquele lugar fazer um ajuste de contas com Marcelo, não entendendo que essencialmente o que todos conseguiram vislumbrar com estas suas palavras, foram os fantasmas que o circundam, atormentam...

Enfim ensombram, a memória majestática que guarda de si mesmo e que apenas o seu circulo mais próximo poderá corroborar.

Acima de tudo, recordou-nos dos tempos empoeirados da sua Presidência.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

17.02.17

 

O Prof. Anibal Cavaco Silva, fez parte da minha vida, quase desde que me lembro de mim mesmo, para o bem e para o mal, nesse destino que se tornou, o destino deste país que somos nós.

Ao publicar o seu livro, muitos o vieram aplaudir e outros tantos atacar, pelo conteúdo do que alguns chamam de testemunho e outros uma vingança contra o anterior Primeiro-Ministro, José Sócrates...

Antes de mais julgo que Cavaco Silva tem o direito, de publicar a sua opinião sobre factos que viveu em Belém e que considerou serem importantes para o julgamento da sua Presidência, mesmo que possa ficar uma sensação de vendetta, em alguns momentos.

Cavaco nunca foi um homem consensual, apesar de ser um dos políticos que mais eleições venceu, cinco, quatro delas com maioria absoluta:

Duas vezes como Primeiro-ministro e duas vezes para a Presidência da República.

Cavaco para mim, representa duas palavras:

Encantamento e desilusão.

Na minha perdida juventude, eu era aquilo que se poderia chamar de cavaquista, ou seja, acreditava piamente que o seu trabalho em prol do país era fundamental para o nosso desenvolvimento e que a sua capacidade de liderança, nos dois governos maioritários, iria mudar para sempre o rumo de Portugal...

Vendo agora, continuo a achar que foi um bom Primeiro-Ministro, com erros que antes não era capaz de perceber, mas na realidade, escrever a história décadas depois de ela ocorrer, é injusto e pouco sério.

Tive pena quando chegou ao fim aquela década cavaquista e apressei-me a votar naquelas que foram as minhas primeiras eleições como cidadão...

Cavaco perdeu para Sampaio e desgostosamente enfrentei essa primeira derrota, de alguém que julgava invencível.

Os anos passaram e chegámos então às eleições de 2006 e a essa nova candidatura de Cavaco Silva, e uma vez mais, acreditei que através das suas qualidades, poderia ajudar o país a crescer e melhorar através da sua influência, resgatando talvez, a memória que guardava dessa minha adolescência.

E é neste período que encontro a chamada desilusão, pois as qualidades que encontrei durante aqueles anos, reformistas e de mudança, de estabilidade e seriedade, davam agora lugar, na minha opinião a um desgastante, amorfo e penoso caminho de inabilidades.

Cavaco perdeu-se assim como o país, em gaffes e ficções, em ausências e penosos discursos desconexos, em erros de cálculo e batalhas inadequadas...

Foi para mim, com a da sua falta de empatia e equivoco verbal, uma desilusão, observando o seu afundar colado a políticas que não creio, estivessem na sua matriz de centro direita.

Julgo que se afundou amarrado ao establishment do ultra liberal PSD e quado a geringonça lhe apareceu pela frente, com aquele truque parlamentar, deveria ter compreendido como ele mesmo, com os seus silêncios, ajudou a unir o que jamais se unira, a convergir aqueles que até então, apenas divergiam...

O PS e os partidos mais radicais da esquerda parlamentar.

Foi esse extremar de posições e a sua inabilidade para criar dentro do panorama político português as pontes necessárias, que acabaram por juntar esses partidos, numa coligação anti-natura.

Esta desilusão Presidencial, afastou-me desse passado, desse cavaquismo, desse legado que não renego mas vejo de maneira menos apaixonada e distante.

Assim neste dia, acredito que através do seu testemunho, poderemos conhecer melhor o seu ponto de vista, sobre alguns dos factos que decorreram durante os anos que nos guiaram até à Troika e mais tarde até à geringonça, mas não creio que consiga reverter a imagem titubeante e desastrada com que terminou os seus mandatos.

Para mim fica este dúbio sentimento...

De respeito por esse passado e por esse percurso de tantas décadas de vida pública mas também a tristeza e desilusão pela inaptidão e constrangedora falta de empatia com o país real, que certamente ficarão na história por mais que Cavaco Silva não o consiga aceitar.

 

Obrigado Prof. Cavaco Silva e que venha o segundo volume.

 

 

 Filipe Vaz Correia

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