07.06.19
Mais um debate semanal na Assembleia da República e mais uma troca de acusações entre o Governo e o Bloco, entre Costa e Catarina.
Não é a primeira vez que tal sucede, antes pelo contrário, acentua-se o tom, exaltam-se os argumentos, afinam-se as acusações.
Este novo tempo augura um divórcio anunciado, uma separação pós eleitoral, num jogo de tabuleiro, na tentativa de ganhar votos e marcar posição.
Esta estratégia Bloquista é diferente do posicionamento do PCP, um partido mais fechado, tradicionalista, imobilizado pelos anos e experiência de um longo passado.
Costa poderá sentir que o tempo da Geringonça passou, que não poderá repetir a experiência com os mesmos, pelo menos com o BE, algo cada vez mais evidente nas cisões e intervenções no Parlamento.
O Bloco poderá estar tentado a cavalgar os resultados das Europeias, tentando se emancipar desta ligação Governamental.
O que fica evidente é que se caminha para um divórcio neste segmento da Esquerda Portuguesa, algo desaproveitado pela moribunda Direita Portuguesa, órfã de lideranças e incapaz de ser presente em todo o xadrez político ou se assumir como projecto alternativo.
Que comece a campanha pois estão todos à espera do momento de partida.
Pelo menos à Esquerda já ninguém disfarça.
Filipe Vaz Correia