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Caneca de Letras

30.01.18

 

Esta Terça-Feira todos os olhos estarão postos no Parlamento Catalão, para a tomada de posse do novo Governo da Catalunha...

E uma pergunta se impõe:

Onde estará Carles Puigdemont?

As fronteiras estarão controladas, todos os carros vistoriados, todas as chegadas a aeroportos vigiadas...

Tudo está a fazer o Estado Espanhol e o seu Governo central para impedir qualquer possibilidade de uma surpresa Independentista, no entanto, independentemente de todos estas condicionantes, importa saber que decisão tomará o anterior Presidente da Generalitat.

Puigdemont, exilado em Bruxelas, está confrontado com a decisão judicial que o impede de tomar posse à distancia.

No meio de um turbilhão, que há muito consome a Catalunha, nesse impasse constrangedor, aumenta a esperança de uns, nervosismo de outros, para finalmente entender, até onde estará disposto a ir aquele que supostamente lidera a causa Independentista.

Se Puigdemont estiver presente ou for preso tentando comparecer a esta cerimónia, acredito que este facto acabará por legitimar a alma daqueles que sonham com uma Catalunha independente, martirizando nesse acto, o grito libertador de Milhões.

Caso Puigdemont permaneça em Bruxelas, aprisionado por entre recursos e explicações, julgo que esmorecerá a velha causa, num misto de cobardia que contrastará com aqueles que ficando em terras Catalãs, não temeram o cárcere, em nome de uma luta maior.

Por todas estas razões, razões estas alicerçadas na importância de tal momento, mais do que nunca, importará saber...

Onde estará Carlos Puigdemont?

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

21.12.17

 

81% dos Catalães saíram à rua e foram votar, número recorde na História Democrática da Catalunha, num grito ensurdecedor, de orgulho Independentista, que traz novamente para o jogo político a vontade desmedida de um povo...

Líderes presos, outros fugidos, palavras proibidas, frases censuradas, trouxeram drama a estas eleições, aportaram tragédia a este dia, esperado, ansiosamente aguardando, como se de uma definição se tratasse.

Estes resultados, parecem dar a vitória ao Ciudadanos de Inês Arrimadas, 37 dos 135 lugares, no entanto, se somarmos todas as forças parlamentares, percebemos que 75 lugares desse mesmo parlamento, pertencerão aos partidos, que concorrendo sozinhos defendem o mesmo ideal:

A Independência!

Este resultado de maioria absoluta para os Independentistas, leva para um outro patamar, este problema Catalão...

Sempre considerei que a forma como Madrid e o seu aparelho político e judicial, tratava esta questão Catalã, não só legitimava a causa dos Independentistas, como também, diminuía a legitimidade daqueles que defendendo a unidade Espanhola, estariam sempre aprisionados, ao fantasma Franquista.

Estes resultados não só confirmam estes meus receios, como reforçam o impasse que marcará o futuro, não só da Catalunha, como de uma Espanha cada vez mais fragilizada, a partir deste assomo de orgulho Catalão.

Mais de 50% dos Catalães, disseram presente, gritaram não queremos mais Espanha, apesar das empresas que saíram da região, das que ameaçam sair, dos avisos lançados pela União Europeia ou outras organizações, num desafio corajoso, desbravado, sem temor.

Resta agora saber o que irá fazer o Governo central?

Quem irão prender?

Que palavras estarão agora banidas?

Como demonstrarão o seu poder?

Felipe, Rajoy, Sanchez ou Rivera, poderão continuar a esbracejar, a ameaçar, no entanto, o que daqui poderemos retirar...

É que aqueles que desejam a Independência Catalã, não se vergarão, perante ameaças centralistas, ou prisões aleatórias.

Talvez o que daqui resulte, seja o Caos...

Um Caos numa Catalunha, que parece mais próxima do abismo, do que de se vergar, aos intentos de uma união Espanhola.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

05.11.17

 

A Catalunha vive dias de incerteza, abandonada por aqueles que lhe haviam prometido a Independência, abraçada por aqueles que continuam sisudamente desconfiados...

Depois de declarada a Independência Unilateral da Catalunha, assistimos à fuga de Carles Puigdemont, um líder cobarde, que preferiu o refúgio em Bruxelas, ao nobre confronto em nome do seu povo, com aqueles que ameaçavam voltar a aprisionar a vontade Catalã.

Esse gesto de Carles Puigdemont pareceu assassinar a causa mui nobre, pela qual tantos Catalães haviam lutado, parecia destruir esse grito de Independência que acabado de nascer, esmorecia palidamente moribundo.

Órfãos de um líder, incrédulos com a inesperada deserção, parecia que Madrid havia ganho uma batalha deveras difícil...

Que Rajoy com o apoio do PSOE e Ciudadanos, quebrara as correntes que garantiam a rebelião da Catalunha.

No entanto, nestes dias, após a marcação das eleições Regionais Catalães para Dezembro, o Governo e os seus tribunais, resolveram enlouquecer...

Ao invés de demonstrar uma capacidade de unir, de diluir as graves divergências sentidas na sociedade Catalã, aproveitando assim, a desilusão evidente com a fuga do Senhor Puigdemont, Rajoy e o centralismo Espanhol, entenderam ouvir e prender preventivamente, cerca de oito membros da Generalitat Catalã, que se apresentaram voluntariamente diante das autoridades.

Um erro gigantesco!

Comportando-se grotescamente como um Elefante Numa Loja De Porcelanas, o Estado Espanhol, legitima de certa maneira, a fuga do ex-presidente da Generalitat, acabando por desperdiçar todo um conjunto de apoios que poderia, evidentemente, capitalizar.

Prendendo todos, ameaçando todos, o Governo de Rajoy acaba por martirizar, aqueles que tanto se esforçara por demonizar...

E com tamanha confusão, com tamanhos equívocos, uma questão resiste:

O que acontecerá se os Independentistas, vencerem as eleições na Catalunha?

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

31.10.17

 

Carles Puigdemont reapareceu....

Numa sala em Bruxelas, Clube de Imprensa, repleta de profissionais tentando encontrar respostas para as interrogações criadas, pela suposta fuga do anterior Presidente da Generalitat Catalã.

O que se poderia esperar?

Teria pedido asilo político?

As suas palavras são a constatação daquilo que ontem em surdina, muitos anteviam:

Cobardia!

Puigdemont vem a esta conferência de imprensa, dizer que não está ali para pedir asilo político, mas sim porque temeu pela sua segurança em Espanha, devido à actuação do Governo de Madrid...

A sério?

Diz ainda que terá em Bruxelas uma maior capacidade e liberdade, para poder intervir e que só regressaria a território Catalão, caso lhe dessem totais garantias de segurança.

Claro que sim, Senhor Puigdemont.

Na verdade, já não se fazem líderes nem revolucionários como antigamente, pois numa Era do mediatismo, conseguimos descobrir facilmente, os ratinhos que querem ser leões...

Sem nunca deixarem de ser ratinhos.

Puigdemont garantiu a sua fuga, no meio de um sem número de desculpas, esquecendo os milhões de apoiantes que acreditando na Causa que ele representava, ali ficaram presos, entre o sonho realizado e a inacabada vontade de o concretizar.

Serão muitos os jovens e velhos, cidadãos dessa Catalunha que ousaram gritar Independência, mas que agora  não terão a sorte de Carles Puigdemont, sendo assim obrigados a conviver com as consequências de tais actos.

Assim pouco importa saber se pediu asilo ou fugiu...

Foi simplesmente, um cobarde.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

30.10.17

 

Onde estará Puigdemont?

Um herói, ou um suposto herói, tem de o ser até ao fim, mostrando coragem e desprendimento em nome de uma causa, de uma convicção...

Podemos concordar ou discordar da atitude tomada pelo Presidente da Generalitat Catalã, no entanto, nada faria pior à luta dos milhões de Independentistas, do que a fuga dos seus mais altos representantes, com medo de uma prisão ou de um julgamento, mesmo temendo que esse julgamento seja injusto, desigual, a liderança pressupõe o sacrifício em nome de um interesse maior.

Por essa razão, ainda me custa a crer que Puigdemont possa estar neste momento em Bruxelas, buscando discretamente asilo político e deixando para trás o caos semeado pelas suas políticas, ao longo de semanas.

Se assim for, se tudo for verdade, então a causa Independentista Catalã morreu...

Foi assassinada pela cobardia do seu líder.

A pergunta permanece:

Onde está Puidgemont?

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

27.10.17

 

Nada será igual...

Essa é a única certeza.

O Parlamento da Catalunha, acaba de declarar a Independência, num grito de orgulho Catalão, de emoção e coragem, num passo rumo ao desconhecido, a um mundo novo.

Madrid reagirá, certamente que o fará, no entanto, será impossível regressar ao dia 30 de Setembro, o dia que antecedeu o referendo da discórdia...

Daqui para a frente, aconteça o que acontecer, nasceu uma nova Catalunha, e morreu a velha Espanha.

O choque será tremendo, as soluções pouco consensuais, e mesmo que Madrid tome medidas mais drásticas para anular esta Declaração, temo que os passos dados nestas semanas, os que ficaram por dar ao longo de tanto tempo, criaram um fosso irremediável, entre o poder central e a vontade de um Povo, desejoso de celebrar esta nova Catalunha.

Este será o primeiro dia, do resto da vida Catalã.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

20.10.17

 

O Governo Espanhol e o PSOE acordaram esta manhã, segundo avança a TVE, a marcação de eleições Regionais na Catalunha, para Janeiro de 2018.
Num momento em que a ameaça de suspensão da Autonomia Catalã , continua a perseguir a Generalitat, este passo pode, verdadeiramente, contribuir para a clarificação de todo um processo complicado e mal conduzido.

Talvez este devesse ter sido o primeiro passo a ser dado pelo Governo de Madrid, no entanto, agora saberemos de forma legal e constitucional, quem quer a independência e quem a não quer...

Porque nestas eleições, apenas duas escolhas poderão ser feitas, duas leituras, para aqueles que em Janeiro, queiram exercer o seu direito de voto:

Quem votar em Puigdemont e nos partidos aliados, votará pela Independência, pela criação de um Estado Soberano Catalão, que se separe definitivamente do centralismo Madrileno.

Quem votar nos partidos com assento Parlamentar como PP, PSOE ou Ciudadanos, estará a votar pela continuidade de uma ligação Autonómica, entrelaçada com a Nação Espanhola e com a Constituição em vigor.

Não existem outras hipóteses.

Por essa razão, é com expectativa que aguardo esta eleição, este desfecho para uma das mais graves crises identitárias, na Europa deste século.

Que venha então esse referendo, em forma de eleição.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

11.10.17

 

Todos aguardavam as palavras de Carles Puigdemont no Parlamento da Catalunha, temendo-se uma Declaração Unilateral de Independência que acabasse por agudizar os ânimos, estreitando ainda mais o sinuoso caminho, que parece ensombrar os destinos da velha Espanha.

A surpresa ficou reservada para o tom moderado e esclarecido com que o Presidente da Generalitat, resolveu estender a mão ao Governo Central, procurando um suposto entendimento, ou pelo menos, simulando-o...

Para esta atitude muito terão contribuído as reacções internacionais, a fuga de empresas e capitais, deixando no ar um ameaçador isolamento.

Puigdemont falou no Parlamento da Catalunha para o mundo, para aqueles Catalães que se opõem a este grito libertário mas também, não menos importante, para os Espanhóis espalhados pelas mais variadas regiões Autonómicas...

Tentou passar uma ideia de ponderação, de abertura e equilíbrio, reforçando a fé numa Nação Catalã, ao mesmo tempo, que tentava através desta surpreendente moderação, conquistar a opinião pública e credibilizar a sua causa.

O que fará Rajoy?

Que resposta chegará de Madrid?

Este é um tempo vital para a unidade de Espanha, e será essencial para essa mesma unidade, a forma como Mariano Rajoy e o Governo Espanhol, resolverem actuar a partir daqui...

Na minha modesta opinião, é importante aproveitar esta bipolaridade da Generalitat Catalã, para empreender uma espécie de diálogo que aproxime, ou seja, deixe a percepção em todos de que ainda será possível encurtar diferenças, fazendo renascer um processo Autonómico na Catalunha, há muito adiado.

Se Rajoy não o conseguir fazer, voltando a desperdiçar uma oportunidade para desarmar este discurso bipolar das Autoridades Catalãs, então, talvez seja mesmo difícil voltar atrás...

Por agora, surpreendentemente, parece que ainda será possível.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

09.10.17

 

A Catalunha voltou a sair à rua, desta vez os opositores do processo de Independência, aqueles que sendo Catalães, dizem não às pretensões defendidas pela Generalitat.

A divisão vivida na Catalunha, sente-se em cada frase, nas mais variadas tomadas de decisão do cidadão comum, da gente normal de bandeira em punho, Espanhola de um lado, Catalã do outro...

Por entre aquele mar de gente, desabafos e medo, revolta e desencontros, com a História, com o passado e com o ausente futuro, que a tantos inquieta.

Muitos pedem diálogo, outros nem tanto, no entanto, todos os que desfilaram ontem nas ruas de Barcelona, desejavam uma Espanha una, indivisível, integrada.

A revolta nas palavras contra os Mossos de Esquadra, explanam em todo o seu esplendor, o quão difícil se tornou esta coabitação, entre os dois lados de um mesmo problema...

Para uns heróis, para outros traidores, esta Polícia Catalã marca indelevelmente o rosto desta crise...

Parece evidente que a Catalunha perderá imenso se insistir nesta vontade secular, perdendo poder económico, espaço político, qualidade de vida, tal o grau de isolamento a que poderá ficar confinada.

Assim no meio deste gigantesco problema, desta batalha incompreensível, apenas uma coisa poderá salvar Espanha e a sua orgulhosa alma Catalã:

O diálogo.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

05.10.17

 

O que se terá passado na mente de Felipe VI de Espanha?

Quem terá aconselhado o Rei para um discurso estranho, enviesadamente partidário, escolhendo ser mais um a acentuar as diferenças, quando poderia e deveria ser aquele que uniria, apaziguaria um conflito incompreensível...

O Rei de Espanha aparece tardiamente em cena, numa comunicação ao País carregada de ralhetes, de dedo em riste, acentuando a sua função correctiva, numa altura em que isso apenas contribui para um inflamar da situação.

Considero esta atitude de Felipe, desestabilizadora e pueril, talvez mesmo um erro Histórico, de percepção política, pois as posições já de si extremadas aconselhariam que nesta intervenção, o Rei fizesse valer a sua capacidade de mediar, de através do seu papel conseguir moderar os extremos que se opõem...

A figura do Rei, caso interviesse mais cedo ou tivesse outro tipo de discurso, ganharia certamente outro peso nesta disputa, mesmo entre aqueles que se encontram nas ruas de Barcelona, pedindo a Independência.

Felipe preferiu o caminho mais fácil, franzir o sobrolho, apontando e nomeando os desleais e desordeiros, excluindo-se assim, talvez sem se aperceber, do papel aglutinador que poderia e deveria ter.

Felipe consegue assim legitimar aqueles que em Madrid ou em qualquer parte de Espanha, destilam ódio contra os insurgentes Catalães, ao mesmo tempo que legitima, aos olhos dos que clamam pela Independência Catalã, a injustiça plasmada em cada palavra de um Rei que deveria ser de todos....

Mesmo daqueles que reclamam o direito a escolher, não o ter, como seu Rei.

 

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

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