Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Caneca de Letras

Caneca de Letras

Palavras Desconexas Por Entre Prosa E Poesia, Sem Nexo Ou Sentido, Na Busca De Um Pedaço De Vento.

Filipe Vaz Correia, 23.04.20

 

Tanto amor, desamor, tantas viagens, caladas, tantas vontades silenciosas, por entre ruídos, tamanhas provações, em sonhos humedecidos, sorrisos entravados, com medo de voar, pedaços de sentir, escondidos em burkas, palavras mansas, perdão soltas, estúpidas celebrações, de coisas que não fazem sentido, estranhos contextos, desconexos textos, sapos e letras, palavras e tretas, cansado que estou...

Nada me faz querer, perdido se encontra, a razão de amar, soletrada descontracção, mergulho no mar, na cama da perdição, entrelaçado olhar, observando na escuridão, o braseiro aceso, tão quente de paixão, vai e volta, vai e volta, vai e volta...

Os cheiros que sobram ao longe, tão longe que parece perto, tão míope o olhar, queira DEUS, num adeus pedido, programado e fodido, choram as lágrimas no horizonte, escalopes de bisonte, ao longe...

Um dia...

Um dia volta a esperança, esse desejo que balança, desejo de ser Pai, de ser Mãe, de ser teu e meu ao mesmo tempo, de ser gigante e pequeno, ao sereno, de ser desmedido e comprido, tão vesgo e ferido que possa passar desapercebido, como a folha que cai de uma árvore nos primeiros pingos do outono.

Um dia serei Neptuno e Sereia, serei mão cheia de nada, diamantes e rubis, serei o respirar e vislumbre de querença, serei o bater desse coração que ama sem parar...

Em cada instante, por cada asfixiante segundo que se perde por entre a eternidade de nossas vidas.

Será demais dizer?

Amo-te!

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

Velha Imagem...

Filipe Vaz Correia, 29.09.19

 

Silêncios e vazios;

Desaguando repetidamente,

Vazios rios,

Secando secamente,

Por entre desvarios,

Que gritam insanamente,

Ao luar...

 

Onde te escondes lua?

Triste tristeza,

Dançando nua,

Na firme certeza,

De que não será tua,

Essa intensa beleza,

Que se despedirá...

 

Vai passando sem parar;

Esse tempo,

Num corrupio, viajar,

Caminhando num tormento,

Até se acabar,

Num segundo ou firmamento,

A palavra a soletrar...

 

Soletro uma vez mais;

E mais uma vez soletro,

Desesperançadamente diante do espelho...

 

Quem sois velha imagem?

Quem sois?

 

 

 

A Pré-Época Leonina Ou O Adivinhar De Um Destino?

Filipe Vaz Correia, 20.07.19

 

Já começou a pré-época Leonina...

Parece que sim.

Infelizmente tenho optado por não escrever ou falar sobre esse facto, tal a desilusão que me invade, não só pelo facto exibicional mas também pelo que se entrelaça nas entrelinhas de um jogo.

Não é surpresa para ninguém que habitualmente siga o Caneca de Letras, a minha divergência com esta direcção, aliás com todas as direcções que nos guiam há sensivelmente 8 anos, no entanto, opto muitas vezes por calar a indignação, silenciar a oposição crescente em mim, acalmar a vontade de gritar o quanto estou nas antípodas deste caminho.

Foi assim com Bruno, apesar de várias vezes ter escrito sobre a boçalidade reinante em Alvalade e tem sido assim com Varandas...

É justo notar a diferença abismal entre os dois, não só de estilo, como valores e comportamento.

Porém não estou a gostar do rumo das coisas, não gosto há muito do rumo escolhido.

Tenho reticências sobre contratações e vendas, sobre os jovens ou a ausência deles, sobre a comunicação ou ausência dela.

Tantas coisas me separaram desta direcção yuppie, deste Sporting amarrado a "jovens" conquistadores que nunca vestiram armadura.

Mais um jogo, mais uma derrota...

Notar por fim que no momento em que Daniel Bragança falhou o penalty, jogador que admiro e adoro, somente os meninos da formação se aproximaram, o abraçaram, o envolveram.

Minto...

Também Bruno Fernandes mas desse podemos sempre contar com o melhor.

Importa referir este pequeno sinal?

Para mim importa, mais do que tudo, notar nestes sinais que escasseiam na estrutura Leonina.

Vamos ver...

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

A Finita Finitude De Um Amor...

Filipe Vaz Correia, 16.03.19




Como se pode escrever;

Sem sofrer,

As palavras certas,

Mesmo que desertas,

De um bater sentido,

Nesse querer meio perdido,

Anunciando a despedida,

Eterna ferida,

Que servirá de recordação,

Ao magoado coração,

Nessa tempestade,

Que virou saudade,

Antes mesmo de existir...


Continua a vida a caminhar;

Esse destino a percorrer,

O intenso viajar,

Por entre o viver e morrer,

Que insiste em chegar...


E reescrevendo o adeus;

Redesenhando sem medo,

Sei que perdurarão nos céus,

Os segredos e os enredos,

Pincelados na mais bela história de amor...


Que findou.










Selfie: O "Delírio" Popular?

Filipe Vaz Correia, 15.03.19

 

Vinha eu caminhando por Lisboa, desde o Campo Pequeno até ao Corte Inglês, quando me apercebo de algo que me encanita de sobremaneira.

Desculpem lá mas eu até suporto os carros estacionados no passeio, as trotinetas e bicicletas que ameaçam me atropelar, vezes sem conta...

Até os desconcertantes paralelepípedos, fora do lugar, convidando a um entorse, me parecem coisa pequena, quando comparados com essa irritante alucinação em que se transformaram as selfies.

Em cada esquina, na beira do passeio ou no meio da estrada, lá se encontra alguma pessoa, alguém disposto a ser atropelado por uma bela imagem...

Seja uma selfie para o Instagram, Facebook ou WhatsApp.

Mas mesmo isto, eu conseguiria suportar, agora por favor não me incluam.

É que acima de tudo, se não queremos estar num porta retratos, de uma qualquer sala de estar da Suécia, Japão, China, França, Austrália ou mesmo no Cercal do Alentejo...

Então temos de parar, vezes sem conta, sorrindo ou rosnando, esperando que dispare a Selfie, para contentamento "orgasmático" da singela alma, diante de nós.

Haja paciência.

 

 

Filipe Vaz Correia