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Caneca de Letras

07.06.19

 

 

 

Mais um debate semanal na Assembleia da República e mais uma troca de acusações entre o Governo e o Bloco, entre Costa e Catarina.

Não é a primeira vez que tal sucede, antes pelo contrário, acentua-se o tom, exaltam-se os argumentos, afinam-se as acusações.

Este novo tempo augura um divórcio anunciado, uma separação pós eleitoral, num jogo de tabuleiro, na tentativa de ganhar votos e marcar posição.

Esta estratégia Bloquista é diferente do posicionamento do PCP, um partido mais fechado, tradicionalista, imobilizado pelos anos e experiência de um longo passado.

Costa poderá sentir que o tempo da Geringonça passou, que não poderá repetir a experiência com os mesmos, pelo menos com o BE, algo cada vez mais evidente nas cisões e intervenções no Parlamento.

O Bloco poderá estar tentado a cavalgar os resultados das Europeias, tentando se emancipar desta ligação Governamental.

O que fica evidente é que se caminha para um divórcio neste segmento da Esquerda Portuguesa, algo desaproveitado pela moribunda Direita Portuguesa, órfã de lideranças e incapaz de ser presente em todo o xadrez político ou se assumir como projecto alternativo.

Que comece a campanha pois estão todos à espera do momento de partida.

Pelo menos à Esquerda já ninguém disfarça.

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

30.07.18

 

A demissão de Ricardo Robles foi o único caminho que sobrou à direcção do Bloco de Esquerda, assim como ao próprio, após as noticias veiculadas pela imprensa.

Esta situação é o culminar da imensa hipocrisia latente no discurso Bloquista e que entra em contradição com a prática verificada neste caso.

Volto a referir o que já aqui escrevi...

Percebo o investimento de Ricardo Robles e seus familiares, aceito e até o aconselharia, pois tratou-se de um excelente negócio, se tudo estiver legal, com uma margem de lucro absolutamente fantástica.

Quem rejeitaria um bom negócio?

Eu não.

O que aqui inquina tudo é a posição do seu Partido,  "Revolucionários Caviar", sempre carregada de um carácter moralista, julgando e atacando tudo e todos que possam ter uma visão empreendedora na sociedade.

Este lado populista, que é intrínseco ao Bloco, aniquilou a defesa de Ricardo Robles e deixou sem margem de manobra os dirigentes do partido.

Talvez aprendam, talvez não...

A Ricardo Robles valerá a certeza de que, pelo menos, se manterão os milhões resultantes de tão bela negociata.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

27.04.17

 

Foi com estupefação que vislumbrei durante o dia, as criticas em relação à tolerância dada pelo Governo no dia 12 de maio.

Admito que não tenho muitas expectativas em relação a alguns sectores mais radicais da esquerda Portuguesa e que se encontram enraizados não só no Bloco ou no PCP, mas também neste novo PS...

Ao ouvir Isabel Moreira, filha de um dos políticos que mais admiro, falar sobre a tolerância de ponto dada pelo Governo, para que as pessoas se possam preparar e deslocar a Fátima, nas comemorações do centenário das aparições, descubro em cada uma das suas palavras uma intolerância própria de um extremismo quase Chavista.

O zurzir de criticas que se levantaram, aquando desta decisão, invocando a laicidade do estado, vem comprovar que por vezes mesmo aqueles que se intitulam de tolerantes, escondem ódios e assomos de intolerância que emergem quando menos se espera.

Esta decisão governamental foi classificada de excessiva, inexplicável e imatura, pela mesma deputada, coisa que me parece não ter feito, aquando da mesma decisão na altura do Carnaval, festa pagã mais apropriada a este tipo de pensamento anárquico...

Costa fez bem, julgou melhor ainda, permitindo que um país laico mas com uma maioria esmagadora da sua população Católica, assim como, a sua história quase milenar que se confunde com a fé Católica, pudesse numa data tão especial usufruir da boa vontade do Estado, para que todos aqueles que desejem participar nestas comemorações o possam fazer de maneira confortável.

Ignorar o peso da Igreja na nossa sociedade é um erro tão grande, como ignorar o pensamento daqueles que hoje se opõem, hipocritamente, a esta decisão...

Mais, o discurso humanista do Papa Francisco, que estará pela primeira vez em Fátima para a canonização dos Pastorinhos, Jacinta e Francisco, recomendaria prudência a esta esquerda tão desejosa de apregoar o seu ímpeto solidário e humano, no entanto, o preconceito incutido nestes encapotados extremistas, não os liberta destes laivos de radicalismo.

Para bem do país, António Costa é muito mais um homem de centro, do que aqueles que circunstancialmente o suportam e isso materializa-se na forma como governa e em muitas das decisões que toma, apesar das cedências que certamente continuará a fazer nesta legislatura.

Assim que se cumpram as tradições, que se respeitem as convicções e acima de tudo nunca nos esqueçamos da história deste nosso País...

E quando menos se esperava, uma tolerância de ponto, dividiu a geringonça.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

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