Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Caneca de Letras

17.09.19

 

O debate que se aguardava...

Quem ganhou?

A questão que todos tentam responder...

Na minha opinião, ninguém!

Este foi o debate que mais me interessava, talvez buscando a minha desesperançada esperança numa alternativa de Direita que tarda em chegar.

Rui Rio esteve francamente bem, muito melhor do que as expectativas nele depositadas, mostrando uma leveza argumentativa entrelaçada com as ideias que, há muito, pareciam escassear.

Entre estes dois oponentes ressalta o respeito espelhado em seus rostos, a ligação construída em uma década de gestão autárquica, Lisboa e Porto, num jogo espartilhado entre a opinião pública e o aparelho partidário.

Sinceramente Rui Rio foi muito melhor do que se antecipava, sabendo jogar com o tempo e a forma, os temas e a honestidade, para discordar e concordar, honestidade que tantas vezes é confundida com fraqueza...

Costa refastelado na sua poltrona, mexeu-se pouco, agitou o quanto baste e fingiu-se de morto, vezes sem conta, preferindo perder do que esventrar, criar feridas inabaláveis num eleitorado volátil que pondera lhe presentear com o voto.

Gostei de Rui Rio, mais do que de António Costa, sendo que se torna evidente, como se esperaria, que será impossível encurtar a diferença entre os dois Partidos na “pole” eleitoral.

Lastimo que este Rui Rio tenha andado perdido nestes anos de oposição, submerso em equívocos e tricas...

Neste debate, bailado entre iguais, Rio dançou em “paso doble”, valsa e salsa, sem desacertos ou inseguranças, sobrando a certeza de que será Costa a ficar com o papel.

No entanto, fica a compensação para o Presidente do PSD de um desempenho assertivo e capaz, assim como, uma pena de a sua oposição não ter sido feita em debates...

Esse bailado maior, num palco preparado para grandes momentos.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

06.09.19

 

As cores escaparam, fugiram, esbateram-se...

Na tela em branco nada sobrou daquelas pinceladas que amiúde foram ficando pela vida a fora, deixaram de brilhar, numa misturada interrogação que amordaça a vontade e se perpetua nessa dor que esmaga sem gritar.

Nesse vazio que se impõe, vezes sem conta, é sussurrado o nome dessa batalha que soletradamente desapareceu, dessa inquietude perdida, silenciosamente calada, por entre, a amargurada desventura que sobrevive aos dias e noites, numa repetida melodia, indiscretamente insistente.

Já perdi o hábito de expressar o teu nome, a imagem do teu rosto que se foi apagando, o bater do coração acalmando o sobressalto que outrora se agigantava.

Tudo mudou...

Mas nada morreu!

Nesse viajar, por entre, nuvens e chuva se desconstruiu aquela perfeição extinguida, aquele amarrar persistente, aquele amarar nesse mar agitado que agora se acalmou, desistiu de “bravejar”, como se desistisse de lutar contra as tristezas que se acumularam, por entre, as marés do destino...

A tela em branco...

Sempre ela.

De olhos fechados, questiono a imaginação pelas memórias desse passado, nosso, pelas saudades de um tempo onde se entrelaçavam os olhares, as mãos ou as frases desassossegadas, palavras desencontradas, numa enigmática esperança lunar.

Neste texto nada disto se encontra, nem as palavras permitem esse encontrar, com receio de que numa singela pontuação se recordem de como era o que agora desapareceu, de como foi o que desesperançadamente se perdeu.

As cores...

As tamanhas cores de outrora, aquelas que ousavam, atreviam, desafiar o entendimento, a percepção do que estava desenhado e que deram lugar a esse espaço vazio que reina, se agiganta, despedaçadamente irrompe sem esperar.

Numa última dança se escreve um texto, se desempoeiram as palavras, se despem as desapegadas letras, para nesse último passo brindar ao que existiu...

Ao que foi amor.

Ou será que ainda é?

Isso pouco importa...

Que se faça tocar a música para num instante parecer que ainda sobrevivem as cores melodiosas de um intemporal amor.

Tão intemporal que preferiu morrer do que simplesmente esse sobreviver que ameaçava o amarrar eternamente.

As cores...

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

12.08.19

 

Dentro de mim habita o vazio;

Essa mistura de seca e rio,

Numa espécie de calafrio,

Que se vai instalando, pela calada...

 

Dentro de mim se perderam emoções;

Pequenos pedaços de razões,

Razões, outrora, pujantes,

Partes de desnudadas sensações,

Desse nada que ficou...

 

Dentro de mim corre o tempo;

Acelerado sofrimento,

Num grotesco sentimento,

Pincelado na tela intemporal de um desconhecido destino...

 

Dentro de mim...

 

Dentro de mim;

 Habita a enlaçada memória;

De uma inacabada história,

Transformada numa infinita tela de recordações...

 

Numa infinita caminhada de apaixonantes hesitações.

 

 

 

 

05.08.19

 

Esta foi uma das maiores vergonhas, enquanto Sportinguista, da minha vida.

Poderia perder tempo a disfarçar a angústia que me invade, buscando o politicamente correcto que nos dias que correm são o mais indicado.

Não o quero fazer!

O jogo do Algarve...

Perdão, estou sem palavras...

Este jogo é a demonstração da falência do sistema, desse pensamento bacoco que guia os "iluminados" que nos lideram.

Este Sporting está mal delineado, mal liderado, mal desenhado, assente em frases ocas, de mentores vazios que excitam alguns, amarrados aos sonhos que não chegam.

Bruno de Carvalho nunca seria a solução, aliás estive na sua oposição desde a primeira hora, no entanto, este Presidente, este caminho, não corresponde à solução para tamanha agrura.

Rafael Camacho ou Valentin Rosier?

Doumbia?

Eduardo?

Neto????

Repito...

Neto?

Estamos entregues a especialistas do Football Manager ou a um antigo adjunto de Jorge Jesus, acreditando num mundo mirífico que, infelizmente, não chegará.

Vietto, contratado por 15 Milhões de Euros, pelo menos foi esta a avaliação, nem sequer chegou a entrar no jogo, talvez devido às suas miseráveis exibições, o que não pode ser estranho sendo o Argentino avançado centro, passando a pré-época a jogar a extremo esquerdo.

Keiser manteve-se imperturbável, contrastando com a cara de Thierry Correia ou Luís Maximiniano, mas nada disso importará, tendo em conta, a qualidade do treinador.

Uma questão:

Será o jogador, Restaurador Olex, Doumbia melhor do que Daniel Bragança?

Claro que sim...

Bragança foi formado em Alcochete.

Estou triste!

Nesta tristeza Leonina que permite o desabafo, neste entrelaçar amargurado que me permite gritar o que dita a  alma...

Um novo dia, um novo rumo, uma nova direcção.

Com estas Varandas e os seus apaniguados não construiremos o futuro que tanto almejamos.

Isso é certo para mim.

Ver Vieira na flash interview a declarar o Sporting Clube de Portugal candidato ao título, enquanto, Frederico Varandas, ali esteve, a falar de uma putativa agressão a um director do Sporting, encerra muito do que nos corrói.

Que tristeza!

 

Filipe Vaz Correia

 

 

04.08.19

 

É dia de Sporting vs Benfica...

A Supertaça Cândido Oliveira.

A bola vai começar a rolar e iniciar a época 2019/2020, num reavivar de emoções, recomeçando a esperança de ganhar, a querença maior que habita nos adeptos, essa esperança para uns em verde, para outros em azul e outros de encarnado.

Lágrimas serão soltas, sorrisos de nervoso ou contentamento, palavrões e sonhos entrelaçados num querer maior que se impõe à razão, racionalidade que se ausenta por 90 minutos, nesse mar imenso de amor irracional.

Sou leão, Sportinguista, desde que me recordo, ou melhor, desde que desconhecia conhecer esse sentir que se supera, essa crença tornada fé, essa perdição tornada amor.

No Algarve, por um instante, voltarei a ser aquele menino que sonhava saltar de alegria, aquela criança que desejava não adormecer para sonhando acordado festejar cada golo na imaginação, passeando pela alma verde e branca de um contentamento inolvidável.

A bola irá saltar pelas 20h45...

E todos cerrarão os dentes, darão as mãos, sonharão com esse Olimpo de esperança que não escolhe idade, sexo, política ou religião, pois este amor ultrapassa todas as barreiras, todos os obstáculos, todas as contradições.

De olhar penetrante, voz embargada, alma concentrada, ali estarei, estaremos, todos unidos de verde e branco colado à pele, sendo mesmo a pele, num desejo que não se contém...

Um Amor Leonino.

Viva o Sporting.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2022
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2021
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2020
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2019
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2018
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2017
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2016
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub