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Caneca de Letras

24.11.20

 

 

 

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Em cada casa devastada;

Uma alma abandonada,

Por cada bomba ali caída,

Uma esperança que foi traída,

Em cada ruína ilustrada,

Uma lágrima derramada,

Por cada rosto sofredor,

Uma recordação de tanta dor,

Em cada pedaço desta história,

Choram-se balas na memória,

Por cada filho desaparecido,

Um país quase perdido,

Em cada pedra dessa estrada,

Uma mágoa bem trancada,

E por cada palavra esquecida,

Sobra essa tamanha ferida,

De seu nome...

 

 

 

Aleppo!!!

 

 

 

 

 

 

17.10.19

 

Liguei a televisão e julguei estar a ver Jerusalém ou a Faixa de Gaza...

Jovens encapuçados atirando pedras, polícias investindo sobre a multidão, carros e ruas a arder num misto de inferno e turbilhão.

Afinal estava enganado...

Eram as ruas de Barcelona.

Quando aqui escrevi, no nascimento desta batalha com a declaração de Independência da Catalunha, deixei notar a ideia de uma calamidade política e administrativa em crescendo, uma gestão apocalíptica deste caso, por parte da Generalitat, assim como, da estrutura central Espanhola.

Na altura, Mariano Rajoy e Felipe VI...

Agora, Pedro Sanchez e o Rei Felipe VI.

Não posso esquecer a declaração de Felipe VI, logo após o nascimento desta polémica, uma declaração de força, imprópria de um Rei que deveria manter abertas as Pontes necessárias para unir o seu Reino.

Felipe VI optou por fazer voz grossa, aliás contrastando com a sua fraca figura “institucional”, queimando etapas e opções que lhe seriam úteis nesta encruzilhada.

Espanha vê a sua unidade colocada em causa, o enfraquecimento de uma das regiões mais prósperas da Nação, definhando, por entre, uma divisão cada vez mais evidente nesta sociedade Catalã.

Volto a olhar para estas imagens...

Para este cenário de Médio-Oriente que se impõe em pleno palco Europeu, numa visão intrinsecamente aterrorizadora de escolhas políticas erradas.

Uns dirão que somente este caminho sobrava, a condenação destes políticos por sedição, outros condenarão este acto “estúpido” que acentua a clivagem entre as partes...

Onde deverão estar todos de acordo, é na ausência de alguém que possa assumir a moderação em todo este processo.

Até porque o jovem Rei, há muito, que abdicou deste papel.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

04.07.19

 

Pedro Nuno Santos vs Fernando Medina...

A desculpa é o plano de rendas de habitação, no País e em Lisboa, justificando a batalha surda entre os dois delfins do legado Costa.

Medina escolheu o "timming" e enfrentou o Ministro "turco" num desafiador impulso para o duelo.

Há muito que julgava decidido este duelo com a força que Pedro Nuno Santos detém no PS, devido ao aparelho partidário rendido aos truques das Juventudes Partidárias, berço do actual Ministro das Infra-estruturas e Transportes, no entanto, Fernando Medina parece querer disputar essa herança "Costista", essa vontade de ser o sucessor de futuro.

Continuo a achar que será Pedro Nuno Santos a ganhar esta disputa, a dominar cada entrelaçar que define quem lidera, mas o actual Presidente da Câmara Lisboeta não se rende.

Com estas medidas, Medina ridiculariza e vulgariza as medidas do plano nacional deste Governo, com destaque para o seu rival, deixando em primeiro plano, uma batalha para o período pós Costa.

Enfim...

Esperemos pela batalha das Rosas.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

15.02.19


Sexta-Feira é dia de...

Greve da Função Pública!

Poderia ser Quarta ou Quinta, talvez Terça, definitivamente Segunda, a alternativa mais conveniente, mas Sexta...

Sexta é que é.

E ali coladinho ao Sábado e depois ao Domingo...

Como é bom.

E se fosse, Sexta e Segunda?

Como é que ninguém pensou nisso?

Têm de falar com o Arménio ou com o Silva, com o Nogueira ou com a Avóila...

Sei lá!

Peço, antes demais, desculpa se por alguma razão a minha ironia ofender alguns dos mui nobres Sindicatos, envolvidos em tamanhas batalhas...
CGTP, UGT, FESAP, CESAP, NENAT, RESET, CAREC, SITEC, FRENTE COMUM, FRENTE INVULGAR, FRENTE BATALHADORA, POVO UNIDO, POVO DORIDO...

UFA! (Apenas uma expressão de cansaço, não é uma sigla Sindical)

Tenho a certeza, convictamente certa, que os Funcionários Públicos, os que aderirem, enfrentarão esta greve com grande esforço, nesta gritante vontade de demonstrar à sociedade, como é revoltante ser trabalhador do Estado.

Desse Estado que discrimina horários e ordenados mínimos, entre cidadãos de primeira e de segunda.

Deve ser por isso que os trabalhadores do privado não fazem greves...

Ou se calhar, porque seriam despedidos?

Mas enfim...

Sexta é dia de greve.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

26.09.18

 

Esta batalha comercial que Donald Trump iniciou contra a China tem tanto de estupidez, como de incredibilidade...

Até parece que quem está sentado na Sala Oval da Casa Branca desconhece os dados económicos do seu País e do Mundo.

Sinceramente...

Ouvir o editor chefe da Revista Forbes falar sobre esta batalha comercial, torna confrangedor todo o raciocínio ou falta dele que sustentará esta decisão de Donald Trump.

A Apple, Mcdonald's, Amazon, Goggle, entre muitas outras, têm neste País Asiático uma parte considerável das suas receitas, logo exportações Americanas, representando esta política Trump uma completa loucura.

Ainda por cima se tivermos em conta que a China é o principal detentor de Divida Americana, com um valor acima dos 500 Mil Milhões de Dólares...

Uma batalha impossível de vencer mas que na cabeça "alaranjada" do Senhor Trump fará sentido, arrastando os Estados Unidos e o Mundo numa vertigem comercial de proporções incalculáveis.

É caso para questionar:

Se a estupidez pagasse imposto, Senhor Trump?

Permitam-me apenas uma adenda a este texto:

As gargalhadas ouvidas ontem na ONU são a prova mais do que cabal, de que os Estados Unidos bateram no fundo, do ponto de vista da credibilidade Internacional.

Uma gargalhada que perdurará na História e que marcará para a memória como uma tremenda humilhação para a Nação Americana.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

08.11.17

 

 

 

As bombas ensurdeceram o meu sentir;

A dor emudeceu o meu carpir,

A mágoa escureceu esse intenso colorir,

Fugindo sem fugir...

 

O sangue pintou cada morte,

Cada desaparecer ensurdecedor,

Destino sem sorte,

Fétido fedor...

 

Cada olhar,

De uma vida vazia,

Intenso desesperar,

Dia após dia...

 

Ainda não fiz doze anos;

Nem sei se os farei,

Por entre feridas e danos,

Perdendo tantos que amei...

 

E continua a vida a correr;

A vida a correr,

E eu parado,

No meio deste meu eterno sofrimento.

 

 

 

21.02.17

 

Em cada casa devastada;

Uma alma abandonada,

Por cada bomba ali caída,

Uma esperança que foi traída,

Em cada ruína ilustrada,

Uma lágrima derramada,

Por cada rosto sofredor,

Uma recordação de tanta dor,

Em cada pedaço desta história,

Choram-se balas na memória,

Por cada filho desaparecido,

Um país quase perdido,

Em cada pedra dessa estrada,

Uma mágoa bem trancada,

E por cada palavra esquecida,

Sobra essa tamanha ferida,

De seu nome,

Aleppo...

 

 

20.11.16

 

Não tenho certezas em relação a esta guerra na Siria, não tenho lados, só me sobram dúvidas...

Bashar Al Assad, Daesh, Al Nusra, Al Qaeda e muitos mais.

Que lado será melhor para nós, Ocidentais?

E para aquelas pessoas, que todos os dias ali são obrigadas a conviver com aquele completo massacre sem fim?

No entanto, deparei-me com uma extraordinária reportagem da France 2 em colaboração com a Al jazeera sobre o cerco a Aleppo.

Sentado no meu sofá, com um copo de vinho tinto e a minha cigarrilha, deixei-me levar por aquele mundo, para aquela viagem que diante de mim se apresentava.

Durante largos minutos acompanhei a frente de batalha, do lado rebelde, cercado na antiga cidade de Aleppo, vivendo aquele dia a dia, aquela lenta e esmagadora sensação de um fim que se anuncia sem pudor.

Ali, conheci Mouataz, um menino, criança de treze anos, contando os seus relatos, as suas dores, as sua angústias e o medo acompanhando a coragem que por vezes insistia em fugir dos seus olhos, sempre que relatava as mortes dos seus primos, dos seus amigos...

Do receio por aqueles que embora vivos, poderiam tombar a qualquer momento.

Como pode uma criança, conviver com tamanha enormidade?

Os seus relatos sobre aqueles pedaços humanos, de amigos, espalhados naquelas praças que se habituara a brincar, naquele mesmo chão diante de sua casa.

Nos olhos de Mouataz, naquelas lágrimas que corriam pelo seu rosto, compreendi que ninguém irá conseguir vencer esta guerra, ninguém sairá vitorioso deste massacre que reduziu um País a cinzas.

Numa das últimas imagens desta reportagem, via o pequeno Mouataz partir numa carrinha Pick Up, para a sua primeira patrulha, a sua primeira viagem como soldado...

Tão pequeno, com aquela Kalashnikov quase do seu tamanho, mas crente que aquele era o seu lugar, legitimado pelo ódio que tomara conta do seu coração depois de anos de mortes, de dor.

Aleppo era uma próspera cidade Siria, com mais de dois milhões de habitantes, hoje restam duzentas mil pessoas...

Muitas foram mortas, muitas fugiram.

No fim desta reportagem, continuo sem saber que lado escolher...

Quem terá razão nesta batalha sangrenta, mas uma questão me assola a mente:

Onde estará aquele menino guerreiro?

Estará ainda vivo, o pequeno Mouataz?

Pego no meu copo de vinho, acendo um cigarro e mudo de canal...

Pego no meu computador e escrevo estas linhas, não por Mouataz, por mim, pois espero que partilhando este horror com o mundo, a minha consciência me permita, cobardemente esquecer, os olhos daquele menino...

As lágrimas do jovem Mouataz.

 

Filipe Vaz Correia

 

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