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Caneca de Letras

19.02.21

 

 

 

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Através dos olhares de outros, viajo vezes sem conta por entre as realidades esquecidas, por entre vidas esvaziadas de presença, mas imensas no sentido, naquele sentir eterno.

Descobri cartas e mais cartas de um passado distante, com mais de 100 anos...

Cartas e postais, palavras soltas e apertadas, saudades distantes e lágrimas disfarçadas, em cada uma das suas letras esborratadas, de uma qualquer linha, daquele postal.

Naquelas cartas encontrei a minha Avó, minha Bisavó, amigas e sonhos, desilusões imprecisas, numa mistura de vida, cumprido destino.

Encontrei as saudades imensas de minha Mãe, uma menina que desconhecia que de si viria, aquele que nesse instante lia, palavras e sentimentos explanados em tão antiga carta...

Presente carta...

Voz que tanto amo.

Cartas e mais cartas, impregnadas dos meus, cheias de mim.

Porque o que somos nós senão esse pedaço, demasiados pedaços, daqueles que um dia, ao longo de vários destinos, nos pertenceram...

Serão eternamente parte de nós.

Assim continuo aprisionado, às letras, aos desabafos, à formalidade inerente a tempos que já passaram...

Continuo buscando partes de mim, que ainda não conheço.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

22.04.19

 

Páscoa...

A vida é passageira, imutavelmente passageira, levando com ela momentos, pessoas, abraços e carinhos, palavras e sentidos.

Nesta Páscoa, sentado à mesa de almoço, num momento familiar, não consegui deixar de recordar o que ficou para trás, aqueles que se entrelaçaram com as memórias perdidas do destino.

Neste dia senti falta de Santa Luzia, da casa de minha Tia, do Monte dos meus Avós.

A minha Avó Nininha, Avó Paterna, sempre foi uma referência para mim, por todas as razões e mais algumas...

Pelas suas agruras no fim de vida, pela forma digna e altiva como sempre as enfrentou, por esse amor que sempre me deu, mesmo que a rispidez fosse característica intrínseca da sua personalidade.

A sua relação com minha Mãe era tocante, como Mãe e Filha, num carinhoso acto de afecto, sem que, muitas vezes, isso pudesse ser visível, àqueles que a conhecessem menos bem.

Tenho saudades de cada palavra sua, em cada ensinamento seu.

Guardo de si as memorias mais calorosas, próximas, nessa forma de me fazer sentir especial, por entre, um olhar quase intimidante mas que era desarmado sempre que esse olhar, se cruzava com o meu.

Nesta Páscoa recordei sorrisos e gestos, por entre, os lugares vazios que não podem ser recuperados, guardando cada pedaço de saudade junto ao coração.

A vida é passageira, tão passageira como prazerosa, sobrando à alma juntar numa tela imprecisa todos os recantos de um caminho...

Repleto daqueles que nos ensinaram a amar.

E por falar em amor...

Como tenho saudades tuas, minha Mãe.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

16.01.19

 

Misturar letras com sabores, será a melhor maneira de descrever esta rúbrica no Caneca...

Todas as Quartas, o Caneca de Letras passará a ser, a Caneca de Sabores.

Adoro cozinhar, receber amigos e partilhar boas conversas acompanhadas por um belo repasto.

Não podia começar este espaço com outra receita, pois estes bolinhos fazem parte dos sonhos da minha infância...

Da pequenina Mariana, minha Mãe, da jovem Alice, minha Avó e de sua Mãe, minha Bisavó.

Por isso espero que gostem e experimentem os Esses de Azeite da Avó Alice, pois é uma receita fácil de fazer, artesanal e caseira.

 

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Ingredientes:

 

. 4 Ovos

. 1DL de Azeite

. 125 Gr de Açúcar

. Raspas de Limão a gosto

. Farinha com fermento

 

Preparação:

Juntam-se todos os ingredientes e bate-se muito bem.

Junta-se progressivamente a farinha até tender, ou seja, até conseguir formar os Esses, sem que estes se peguem às mãos.

Polvilha-se o tabuleiro com mais farinha e colocamos os Esses, mantendo uma pequena distância, uns dos outros.

Deixar repousar alguns minutos e depois levar ao forno bem quente.

Assim que estiverem "douradinhos", é devorar como se mais nada existisse.

Não esquecer de polvilhar as mãos com farinha, enquanto da feitura dos Esses para que estes não se colem às mãos.

Com carinho...

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

10.04.18

 

O meu sobrinho João fez hoje 10 anos...

10 anos que passaram num breve momento, que voaram por entre o seu olhar pertinente e curioso, meigo e ternurento.

Parece que foi ontem que lhe peguei ao colo pela primeira vez, em casa de seu Pai, carregado de medo de o poder magoar, de o assustar, mas não...

Desde o primeiro momento, este amor que não consigo explicar se manifestou, esteve presente.

Neste jantar, repleto de risos e alegria, partilhado com a sua Avó Ana, seu Pai Jaime, sua Irmã Matilde, sua Prima Mariana e estes seus Tios, foi um imenso gosto poder olhar para ele e ver o homem que se está a erguer...

A personalidade que na sua alma habita, num menino bem educado, inteligente e respeitador.

Que orgulho "meu" João.

Não posso deixar de recordar a partida do meu querido Tio Jaime, seu Avô, neste dia de anos em que pela primeira vez, não está entre nós ou certamente estando na alma de todos nós que dele não nos esquecemos.

Muitos parabéns Joãozinho, deste Tio que o ama incondicionalmente, orgulhoso por fazer parte desta sua vida que para mim é tão especial.

Um beijinho com amor.

Tio Pipo

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

19.11.17

 

Esta polémica envolvendo o actor Diogo Morgado, levou-me a querer escrever estas palavras em forma de desabafo, numa mistura de indignação e revolta...

Não é a primeira vez que me apetece escrever sobre esta espécie de Industria do ódio e da morte, que cresce por entre a Imprensa, numa corrida desenfreada por tiragens, por vendas, a qualquer preço, a qualquer custo.

As capas de certas revistas, de certos pseudo-jornais, sobre o estado de saúde do Salvador Sobral ou mais recentemente, sobre a doença do actor João Ricardo, envolvendo até o seu filho, deixaram-me imensamente chocado, demonstrando também, até onde estão dispostos a ir estes pasquins.

Os princípios e valores, estão completamente subjugados, em detrimento desta busca incessante pelas audiências ou tiragens, atingindo qualquer um, escrevendo o que for preciso, seja verdade ou mentira, seja vida ou morte.

São capazes de tudo, sem remorsos...

Sem olharem para trás.

Esta vergonha relacionada com a morte do Avô do Diogo Morgado, canalhice da autoria da Nova Gente, demonstra a imoralidade vigente, por entre certo tipo de "jornalistas" que se dispõem a tudo e que beneficiam da conivência daqueles, que continuadamente compram os seus "trabalhos".

Estas noticias alimentadas pelo lado negro da coscuvilhice alheia, são na génese a fonte que alimenta esses que buscam na lama, a chafurdice certa, visando a gratuita desgraça de outros.

Nunca mais me esquecerei de uma capa do National Enquirer com o actor Patrick Swayze, pouco tempo antes de este morrer, na parte de fora de uma loja de conveniência, denotando a fraqueza que já dele se apoderara.

Nessa capa, acompanhava a fotografia, um conjunto de letras, duas palavras:

The End.

Nunca mais me esqueci daquela barbárie, dessa espécie de ausência de consciência, da imensa vergonha por nada de Humano, ali estar presente.

Aquela capa, como tantas e tantas que vemos por aí, demonstram que estamos num tempo diferente, numa verdadeira anarquia selvática...

E nesta selva, reina o lixo jornalístico, capaz de tudo, para continuar a vender.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

25.10.17

 

Através dos olhares de outros, viajo vezes sem conta por entre as realidades esquecidas, por entre vidas esvaziadas de presença, mas imensas no sentido, naquele sentir eterno.

Descobri cartas e mais cartas de um passado distante, com mais de 100 anos...

Cartas e postais, palavras soltas e apertadas, saudades distantes e lágrimas disfarçadas, em cada uma das suas letras esborratadas, de uma qualquer linha, daquele postal.

Naquelas cartas encontrei a minha Avó, minha Bisavó, amigas e sonhos, desilusões imprecisas, numa mistura de vida, cumprido destino.

Encontrei as saudades imensas de minha Mãe, uma menina que desconhecia que de si viria, aquele que nesse instante lia, palavras e sentimentos explanados em tão antiga carta...

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Porque o que somos nós senão esse pedaço, demasiados pedaços, daqueles que um dia, ao longo de vários destinos, nos pertenceram...

Serão eternamente parte de nós.

Assim continuo aprisionado, às letras, aos desabafos, à formalidade inerente a tempos que já passaram...

Continuo buscando partes de mim, que ainda não conheço.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

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