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Caneca de Letras

Caneca de Letras

Matanças Em Directo Ou Os Cinco Minutos De Uma Infame Fama?

Filipe Vaz Correia, 15.03.19

 

Dois dias...

Duas matanças.

Filmadas, divulgadas, publicitadas em meios de comunicação, esventrando um pedaço da condição Humana, que sendo nossa, parece se ausentar por momentos, deixando somente a tristeza soluçar dentro de nós, esse medo maior, de um dia nos depararmos com tamanha monstruosidade.

Imagens reais, como se estivéssemos num jogo de computador, intenso horror, por entre, gemidos e disparos, gritos e sangue, ódio...

Esse arrepiante ódio, sem qualquer explicação.

Tentei evitar ver aquelas imagens, mas não consegui...

Também eu cedi, abri os olhos e deixei-me levar por aqueles instantes de desespero, tragédia, carnificina.

Nada trará aquelas vidas perdidas, aqueles sonhos que ficaram por realizar, aquelas vidas por cumprir, os sorrisos perdidos dos que morreram ou dos que ficando, com eles emocionalmente partiram.

Pais, amigos, familiares...

Nada mais tenho a escrever, somente explanar nesta Caneca de Letras, o silêncio...

O silencioso silêncio da ausente esperança que me invade, me invadiu, me amarra sem fim.

Numa escola, numa mesquita ou em qualquer outro lugar...

Mais do que o som dos disparos, tentemos ouvir o silêncio que se segue, a esperança que dali se escapa, o amargo fim da essência Humana.

Pois é somente isso que dali resulta...

O desesperante falhanço da condição Humana.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

Um Mundo Melhor?

Filipe Vaz Correia, 12.12.18

 

Minha querida esperança, como está difícil acreditar que este mundo poderá ser melhor... Pois se após cada tiroteio, se torna mais difícil a lágrima, se constrange a alma sofrida, numa ferida agigantada, por entre, o sofrimento maior da alma Humana. Caiem como tordos, os doces inocentes da hora errada, os que estando no local errado, pagam o horror plasmado nas, torpes, mentes de alguns. Em nome de Deus, de Alá, de Buda ou Maomé... Sei lá o que escrever, o que gritar a cada momento, se a razão se torna pequena no meio de tamanha incompreensão, do tamanho ódio vociferado nas ruas de Barcelona, Estrasburgo, Nova Iorque, Carachi, Paris ou Bruxelas... Atentados e mais atentados, a que assistimos sentados no sofá da sala, à mesa de um café, no rádio do carro. Mas o que importa? Será que importa? Já não basta gritar, expressar sem volta a indignação, pois indignada deve estar a alma de Deus, de todos os "Deuses" adorados nos quatro cantos do mundo. Estas criaturas feitas à sua semelhança, são provas vivas de uma fracassada esperança. Mas não quero parar de escrever, de libertar na folha em branco, o que singelamente me dita o desperançado querer.

Quero acreditar num mundo melhor...

Num mundo melhor.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

Ministro Cabrita, Be Quiet!

Filipe Vaz Correia, 27.11.17

 

Parece que Instituições Internacionais avaliaram Portugal como o 3º País mais seguro do mundo...

Desconhecia este honroso pódio, esta constatação de uma realidade tão nossa, tão feliz, tão importante.

Portugal tem de facto uma posição feliz e ímpar num panorama mundial cada vez mais inseguro, menos tranquilo, no entanto, apenas tomei conhecimento desta classificação, através das palavras do Senhor Ministro Augusto Cabrita, num encontro em Beja, sobre o Contrato Local de Segurança...

O Ministro tem todo o direito de estar feliz com esta posição Lusitana, sentir certamente um contentamento rejubilante, porém ao ouvi-lo debitar estas palavras que agora ganham eco na comunicação social, senti uma imensa vontade de lhe gritar:

Esteja Calado!

A nossa segurança interna, não me parece advir de uma imensa capacidade para prevenir atentados, para controlar terroristas, mas antes de uma conjugação resultante da nossa dimensão geográfica e escassa importância no xadrez politico mundial.

Por estas razões parece-me pouco indicado esta espécie de bazofia política, meio bacoca e não aconselhável...

Pois se na verdade, como diz o Senhor Ministro, esta avaliação será importante para cativar empresários e turistas, não será despiciente dizer que poderá também atrair indesejáveis olhares.

Se depois de um Verão prolongado, onde todos assistimos à incapacidade de Governo e estruturas de segurança na luta contra os fogos e às suas consequentes tragédias, é no mínimo contra producente, imaginar que a nossa segurança Interna estará ao nível do lugar que agora nos atribuem.

Por isso aqui deixo o meu conselho ao Senhor Cabrita:

Por favor, Be Quiet.

 

 

Filipe Vaz Correia 

E Depois De Barcelona?

Filipe Vaz Correia, 18.08.17

 

E depois de Barcelona?

Depois de mais um atentado terrorista em nome do Islão, às ordens do Daesh, fica a derradeira imagem de impotência, de uma Europa que se vê constantemente esventrada pelos seus próprios filhos...

Jovens que nasceram ou cresceram dentro das nossas fronteiras.

O que mais me choca, quando penso neste verdadeiro dilema dos tempos modernos, para além do horror explicitado em cada imagem, de mortos e feridos, é sem dúvida, tentar entender como se poderá parar tal ameaça.

Várias vezes reflecti sobre este problema, sobre esse medo que se torna imenso, para todos aqueles que inocentemente caminham por uma qualquer rua Europeia, desfrutando simplesmente do seu direito a ser livres...

Este horror indescritível, tomou proporções inimagináveis, numa ameaça sem paralelo, onde qualquer jovem com uma simples faca, um singelo carro, se transforma num Kamikaze aterrorizador.

A questão que mais me inquieta é a ausência de posição dos altos representantes religiosos do Islão, desses clérigos escondidos nas mesquitas, de Meca, em Riade, em Teerão, Islamabad ou Argel, enfim por esse mundo a fora...

Será o Islão, uma religião que potencia o Mal?

Estará implícito nos seus mandamentos, um verdadeiro apelo ao terror?

Infelizmente e após centenas de atentados por esse mundo fora, começo a acreditar que na verdade existe uma conivência silenciosa, entre estes radicais e aqueles religiosos que mesmo aparentemente moderados, permanecem calados, ausentes na critica a tal barbárie.

Terão estes terroristas cometido menor pecado aos olhos do Islão, do que Salman Rushdie, ao escrever os Versículos Satânicos?

É que se bem me recordo, a Rushdie foi decretado uma Fatwa...

E a estes terroristas?

Se os mais altos representantes das varias facções do Islão, Mullahs ou Imãs, decretassem publicamente que quem perpetra actos violentos, terroristas, atentatórios da liberdade Humana, seria banido aos olhos de Alá, continuariam a ter legitimidade para falar em nome de Deus, estes radicais?

Teriam a força para recrutar e seduzir tantos jovens?

Tenho muitas dúvidas...

No entanto, o silencio gritante dos religiosos, surge em contraste com os gigantescos gritos dos terroristas que insistentemente silenciam tantas vidas.

Alguém imagina que um radical católico pudesse cometer este tipo de atrocidades, no panorama actual, sem a peremptória condenação do Papa?

Sei bem que apesar de não aparecer nos noticiários Ocidentais, os atentados cometidos em solo Islâmico, contra muçulmanos considerados infiéis por estes radicais, não ficam em nada a dever a estes que roubam tantas e tantas vidas na Europa, no entanto, não será demais pensar que continuando neste rumo, sem respostas vindas de dentro do próprio Islão para conter este tipo de selvajaria em nome de Deus, provavelmente chegará a altura em que a intolerância vencerá...

E aí, teremos de lidar com uma batalha religiosa, ainda mais sangrenta e imprevisível.

Por isso repito a pergunta:

E depois de Barcelona?

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

Reino Unido Ou Desunido?

Filipe Vaz Correia, 07.06.17

 

Estas eleições de amanhã, estão cada vez mais marcadas por uma incógnita inesperada...

Todos, principalmente os Conservadores, estavam convencidos de que a vitória de Theresa May seria clarissima, inevitável e que provavelmente acrescentaria mais lugares à sua actual maioria absoluta, no Parlamento.

Um líder fraco como opositor, Jeremy Corbyn, perspetivava um passeio triunfal para a Primeira-Ministra em exercício, no entanto, estas últimas semanas têm trazido um espectro de pânico e desespero aos apoiantes do Partido Conservador...

As sondagens, tem acentuado a cada momento, em cada inquérito, uma queda descontrolada no número de votantes que apoiam a Senhora May, chegando mesmo algumas delas a colocarem os Trabalhistas a apenas um por cento de distância, numa disputa inimaginável pela vitória.

O que me parece claro, é que quem quer que seja o vencedor destas eleições no Reino Unido, muito dificilmente poderá ver suportada a sua política numa maioria absoluta, o que poderá transformar o futuro Britânico, num autêntico pesadelo...

Depois da indefinição do Brexit, desta luta permanente contra o terror Islâmico implantado na Europa, especialmente em França e Inglaterra, já só faltava aos Britânicos, este possível impasse eleitoral.

Assim, espero que apesar destas sondagens, o resultado eleitoral de amanhã, possa de maneira categórica permitir a vitória de um projecto, de um caminho, seja ele qual for, Trabalhista ou Conservador, mas que o seja sem indefinições.

Boa sorte Reino Unido, pois bem precisarão dela.

 

 

Filipe Vaz Correia