E depois de Barcelona?
Depois de mais um atentado terrorista em nome do Islão, às ordens do Daesh, fica a derradeira imagem de impotência, de uma Europa que se vê constantemente esventrada pelos seus próprios filhos...
Jovens que nasceram ou cresceram dentro das nossas fronteiras.
O que mais me choca, quando penso neste verdadeiro dilema dos tempos modernos, para além do horror explicitado em cada imagem, de mortos e feridos, é sem dúvida, tentar entender como se poderá parar tal ameaça.
Várias vezes reflecti sobre este problema, sobre esse medo que se torna imenso, para todos aqueles que inocentemente caminham por uma qualquer rua Europeia, desfrutando simplesmente do seu direito a ser livres...
Este horror indescritível, tomou proporções inimagináveis, numa ameaça sem paralelo, onde qualquer jovem com uma simples faca, um singelo carro, se transforma num Kamikaze aterrorizador.
A questão que mais me inquieta é a ausência de posição dos altos representantes religiosos do Islão, desses clérigos escondidos nas mesquitas, de Meca, em Riade, em Teerão, Islamabad ou Argel, enfim por esse mundo a fora...
Será o Islão, uma religião que potencia o Mal?
Estará implícito nos seus mandamentos, um verdadeiro apelo ao terror?
Infelizmente e após centenas de atentados por esse mundo fora, começo a acreditar que na verdade existe uma conivência silenciosa, entre estes radicais e aqueles religiosos que mesmo aparentemente moderados, permanecem calados, ausentes na critica a tal barbárie.
Terão estes terroristas cometido menor pecado aos olhos do Islão, do que Salman Rushdie, ao escrever os Versículos Satânicos?
É que se bem me recordo, a Rushdie foi decretado uma Fatwa...
E a estes terroristas?
Se os mais altos representantes das varias facções do Islão, Mullahs ou Imãs, decretassem publicamente que quem perpetra actos violentos, terroristas, atentatórios da liberdade Humana, seria banido aos olhos de Alá, continuariam a ter legitimidade para falar em nome de Deus, estes radicais?
Teriam a força para recrutar e seduzir tantos jovens?
Tenho muitas dúvidas...
No entanto, o silencio gritante dos religiosos, surge em contraste com os gigantescos gritos dos terroristas que insistentemente silenciam tantas vidas.
Alguém imagina que um radical católico pudesse cometer este tipo de atrocidades, no panorama actual, sem a peremptória condenação do Papa?
Sei bem que apesar de não aparecer nos noticiários Ocidentais, os atentados cometidos em solo Islâmico, contra muçulmanos considerados infiéis por estes radicais, não ficam em nada a dever a estes que roubam tantas e tantas vidas na Europa, no entanto, não será demais pensar que continuando neste rumo, sem respostas vindas de dentro do próprio Islão para conter este tipo de selvajaria em nome de Deus, provavelmente chegará a altura em que a intolerância vencerá...
E aí, teremos de lidar com uma batalha religiosa, ainda mais sangrenta e imprevisível.
Por isso repito a pergunta:
E depois de Barcelona?
Filipe Vaz Correia