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Caneca de Letras

10.08.19

 

Bater as asas...

Frase tão forte e definitiva, tão triste e afirmativa, tão libertadora e saudosista.

Nunca um momento terá a tamanha importância desse bater de asa que se tornará marcante, definitivamente marcante.

Nenhuma poesia ou prosa conseguirá pincelar, com precisão, cada curvilínea parte dessa tela, cada esboço entrelaçado desse instante, cada tremer existente nesse presente segundo.

Quando se bate a asa e se levanta voo, sobra a sensação de perda, desse deixar para trás, sem abandonar, desde partir deixando sempre um pouco de nós.

Mas esse mundo novo que nos espera, essa sensação do que por descobrir está, alimenta a imaginação, a independência que estando por construir seduz, nesse sonho que só a nós pertencerá.

Bater as asas e voar...

Como um pequeno pássaro arriscando saltar do ninho, sem olhar para trás, sem olhar para aquele local onde moram as certezas, as seguranças, enfim, esse passado presente que aconchega.

É nesse bater de asas que se constrói o futuro, esse horizonte carregado de desconhecidos momentos, duros e leves, preenchido de lágrimas e sorrisos, de amores e desamores, talvez dor e ardor.

Nesse futuro pincelado pela nossa mão, sem bússola ou co-piloto, morarão os capítulos dessa história por chegar e que chegando nos levarão ao infinito momento onde nos recordaremos do preciso instante em que, pela primeira vez, batemos as asas.

E aí...

Serão as saudades do ninho que irão valorizar cada bater dessas asas, das nossas asas, rumo ao infinito destino.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

13.04.19

 

 

 

Já voei tantas vezes nas asas de um sonho;

Tantas que não posso contar,

Por entre medos medonhos,

Leve imaginar,

Nesse abraço risonho,

Que se sente eternizar...

 

Já chorei e sorri;

De cada vez que vivi;

Buscando em cada momento,

Essa parte de mim,

Que faz parte de ti...

 

Já voei tantas vezes nas asas de um sonho...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

27.01.17

 

Que jogo!

Francisco Geraldes fez ontem aquilo que dele sempre esperei, com a classe e o talento que todos lhe deveriam reconhecer.

O Xico tem a marca da academia de Alcochete, essa formação leonina que tanto e tantos encanta, pela qualidade dos meninos tornados jogadores por entre os relvados daquele mágico local.

Quando o vejo em campo, recordo-me de Andrea Pirlo, fazendo-me regressar no tempo, ao Inter de Milão, onde um jovem menino com o número 10 nas costas, mostrava ao mundo o seu indescritível talento...

Uma capacidade de ler o jogo, fora do normal, rara, tratando a bola com um tal carinho, que acabava por a aprisionar, numa mistura de amor e classe que seduziram durante décadas Milão e Turim.

O Xico é assim, sabe onde a bola vai cair, antes dos outros, sabe onde meter a bola, antes de todos os outros, sabe o que fazer com ela, antes mesmo de esta o sonhar.

Xico Geraldes não é um João Mário, não é um Adrien Silva, não é um Gelson Martins, é talvez uma mistura de todos eles...

O Xico tem a visão de jogo de João Mário, a intensidade e entrega de Adrien Silva e o repentismo para tirar uma finta inesperada, no momento mais inapropriado de Gelson Martins.

O Xico é diferente de todos eles, arrisco dizer, é o melhor de todos eles.

As asas que parecem estar presas aos seus pés, qual guarda pretoriana, dão vida a momentos únicos, de sonho, do pé direito ou de pé esquerdo, conseguindo num instante, transformar com um toque, num simples gesto, um banal movimento, num súblime pedaço de arte...

Neste regresso a casa, espero que Jesus perceba que pode estar nele parte da solução, para resolver os males deste enfadonho Sporting.

Se Geraldes fizer o que João Mário fazia na época passada, o meio campo leonino valerá o dobro do que vale neste momento.

E já agora vejam Podence, Matheus, Palhinha e outros, sem receio de neles apostarem, pois serão sempre melhores do que esses pedaços de nada, pagos a peso de ouro, resgatados a um qualquer clube argentino de meio da tabela.

Apesar da juventude, Dani Bragança, Pedro Marques ou Miguel Luis são também eles meninos, para os quais se deve olhar, sem o receio de neles apostar.

Se o fizermos estaremos mais perto do nosso objectivo.

E assim com essas asas presas aos pés do Xico, permito-me sonhar e regressar aos tempos em que o jovem Pirlo encantava as bancadas do Giuseppe Meazza.

 

Boa sorte Xico Geraldes, um leão de sempre.

 

Filipe Vaz Correia

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