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Caneca de Letras

10.05.23



 

 

Morreu Rita Lee...

Sinceramente sabia que Rita Lee estava muito doente, que a sua fragilidade era cada vez maior mas o ícone que foi a sua vida me fazia acreditar que talvez ela fosse eterna.

A mortalidade chegou a este furacão Brasileiro, no entanto, é uma mortalidade diferente daquela que atinge a maior parte de nós, para ela, a artista, a inigualável a sua mortalidade será trespassada pelas letras das suas músicas, pela voz nas suas canções, pela beleza extraordinária de uma mulher singular.

Rita Lee faz parte da minha vida desde o berço, assim como Caetano, Bethânia ou Gal...

Era talvez a mulher mais bela que alguma vez vi, com as suas sardas, a sua elegância, a sua loucura e excentricidade, tanto que poderia transformar estas linhas do Sapo Blogs em uma mera passagem de uma trivial explanação incapaz de fazer jus a tamanha raridade.

Foi ela até ao fim, com a sua irreverência, a sua honestidade, a sua destreza e a sua franqueza.

Viveu a vida no limite, tal como outro grande que tanto gosto, Cazuza, sugando o tutano das coisas como expressou Mr. Keating no Clube dos poetas mortos.

Partiu Rita Lee...

Como escreveu em 1988 o daily mirror, a cantora preferida do Rei Carlos III.

Que viva eternamente na memória daqueles que tiveram ou tenham o privilégio de se cruzar com a obra desta monumental mulher.

Obrigado...

E até sempre, Rita Lee.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

21.10.19

 

Morreu Rui Jordão...

Já tanta gente escreveu sobre Jordão, esse jogador elegante, atleta de excelência, artista inesquecível.

Ponderei escrever sobre ele, não por achar ser pouco importante, antes pelo contrário, por considerar que a sua dimensão talvez não coubesse numa Caneca de Letras.

Nasci em 1977, por isso não tenho a noção exacta de Jordão no Sporting, para ser honesto recordo-me melhor dele no Vitória de Setúbal, numa fase descendente da carreira, com Manuel Fernandes, Meszaros e Mladenov.

Tempos distantes, momentos longínquos, que sobram na memória dos destinos.

No entanto, não posso deixar de aqui testemunhar a minha única vivência partilhada com esse senhor, esse mestre, essa lenda Leonina.

Há uns anos, num camarote do Estádio de Alvalade, preparava-me para assistir a mais um jogo do meu Sporting, com o Jaime Bessa.

Ao me aperceber que no nosso camarote estavam o Manuel Fernandes e o Jordão, alertei o meu querido Jaime para essa afortunada coincidência...

Disse-lhe logo:

Temos de os ir cumprimentar!

Assim fizemos...

Pedindo desculpa pela maçada, meio envergonhados, lá avançámos, destemidamente determinados em direcção aos ídolos de outrora.

Cumprimentámos os dois, ambos foram de uma simpatia assinalável, guardando para a posteridade essa memória que aqui partilho.

Passado esse momento, sentados no camarote, umas filas à frente do Jordão e do Manuel Fernandes, o Jaime perguntou-me se tinha reparado num pequeno pormenor...

Não! Respondi.

Então o Bessa explicou-me...

O Jordão tinha uma luvas de pele calçadas, devido ao frio que se fazia sentir, porém no momento em que o fomos cumprimentar, ele lentamente retirou a luva da sua mão direita para nos apertar a mão.

Não tinha notado...

Não havia reparado nesse pormenor, pormaior.

Um pequeno gesto, num singelo momento que desnudava o requinte, a educação, a elegância e excelência de um Ser Humano de excepção.

Dentro e fora do campo...

Um Senhor.

Até sempre, Rui Jordão.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

15.09.19

 

Meu querido Roberto Leal que triste novidade esta, da sua morte, que nos chega desse lado do Atlântico e nos amarra nessa tristeza Luso-Brasileira.

Sou muito sincero...

Nunca tive por si uma grande admiração, antes pelo contrário, não gostava daquele lado excentricamente folclórico que o caracterizava, nessa mistura linguística entre o doce Carioca e a aridez nostálgica da alma Lusa.

No entanto, algo mudou...

Um programa de televisão, inesperadamente catalisador de um sentir diferente, marcou a minha opinião em relação a si, mudou-a, transformou esse olhar de tanto tempo.

O Último a Sair...

Um programa de humor, sátira, desnudando esse fenómeno chamado Reality-Shows, com um elenco de imensa qualidade, onde entre outros estavam Luciana Abreu, Bruno Nogueira, Débora Monteiro, Rui Unas e Roberto Leal.

Roberto Leal? Pensei...

Adorei cada instante desse Último a Sair, de cada um dos episódios, em cada um dos momentos que ficarão na memória.

Roberto Leal “venceu” esse programa, mudando a forma como muitos, incluindo eu, o haviam visto ao longo do tempo.

Meu querido Roberto Leal...

Não tenho muitas palavras para descrever essa tristeza que sinto, sabendo desta triste nova, recordando com admiração e gosto este “Roberto” que prometia ser o Último a Sair e que infelizmente foi o primeiro a partir.

Um abraço e até sempre...

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

03.07.19

 

António Costa é um artista, dos bons, com arame e barra na mão se equilibrando, sem tremer, no fio de arame.

Esta eleição para os lugares de topo do União Europeia, trouxe na verdade uma derrota para Costa e os Socialistas que desejavam alterar o balanço de forças na hierarquia Europeia.

Bem...

Falhou!

Ursula Van Der Leyen como Presidente da Comissão Europeia ou Christine Lagarde como Presidente do Banco Central Europeu são alertas preocupantes e derrotas confirmadas para Costa e os seus intentos.

Assim quando se esperava que esta fosse a tónica da notícia, Costa muda o cenário, deixa cair o convite que recebeu, enfatiza a recusa, dá palavra à promessa feita aos Portugueses.

Os jornalistas vão atrás, confirmam a história...

E da derrota Europeia, Costa muda a realidade, chegando a esta Lusa Pátria como o Primeiro-Ministro que preferiu o País ao "el dorado" Europeu.

Não é de artista?

Um artista Português...

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

11.03.19

 

A HBO lançou um documentário sobre Michael Jackson e os seus alegados crimes de pedofilia...

Admito que ainda não vi o dito documentário, no entanto, não posso ignorar toda a agitação que o mesmo gerou, com reacções imediatas e estrondosas.

Rádios, personalidades, imprensa escrita, opinião pública e até os Simpsons não escaparam às ondas de choque...

Michael Jackson, há muito, que se viu acusado deste tipo de crimes ou boatos que tantas vezes assombraram o génio, na sua personna publica, porém ao invés de outros momentos, este documentário tem a credibilidade da HBO e não a de um pasquim como o News Of The World ou de outro tablóide qualquer.

Sou um admirador confesso do Artista, da sua obra, pois faço parte da geração que cresceu com a genialidade de Billie Jean, Thriller, Bad, We Are The World, Black or White, entre tantos outros êxitos que se entrelaçaram, por entre, os destinos de todos nós.

Mesmo sendo o depoimento, dos mesmos jovens que o acusaram, anteriormente em tribunal, local onde foi absolvido, o que parece sobressair deste documentário é a força da acusação, a credibilidade e crueza dos crimes imputados.

E é aqui que se contorce o jovem que fui, e se indigna o homem que sou...

É aqui que me amarra a indignação, olhando para um "monstro", ao mesmo tempo, que se recusa a aceitar o menino que tantas vezes cantou as suas músicas, ouvindo o meu Walkman, imitando passos e gestos.

De uma coisa tenho a certeza, não se pode apagar a obra genial produzida por Michael Jackson, obra essa que marca e marcará gerações e artistas, no entanto, caso sejam verdade as acusações sustentadas neste documentário, será difícil imunizar a genial obra e separar a mesma dos monstruosos pecados do seu autor.

A questão permanece...

Génio ou Monstro?

Se calhar, infelizmente, um pouco dos dois.

 

 

Filipe  Vaz Correia

 

 

28.10.18

 

Estive no Pingo Doce do Campo Pequeno, num dia que era, desconhecia eu, marcado por um reencontro...

O de Marco Paulo com as suas admiradoras.

E como elas estavam belas, sexagenárias de cachecol ao pescoço, nele inscrito MARCO PAULO, enquanto aguardavam ansiosas pelo começo desse sonho.

O Pingo Doce parecia pequeno para tantas "meninas", de cabelos brancos, sonhando com essa vida de há trinta anos atrás...

Seria isso?

Aquela empolgação...

Aquele fervor que parecia cintilar no olhar daquelas pessoas, seria em parte uma certa inquietação por um reencontro, com um passado que lhes deve ter deixado incalculáveis saudades...

Seria isso?

Talvez...

Até eu, a determinado momento, vendo a tamanha empolgação naqueles corredores e elevadores, recuei décadas, até aos dias da minha meninice, trauteando timidamente...

" Eu Tenho Dois Amores", a minha primeira canção, a par de "Calhambeque" e "Chico Fininho".

Os tempos mudam, os anos passam, no entanto, existem momentos que sobrevivem, recordações que se bastam, pessoas que nos marcam...

E Marco Paulo, marcou imensa gente.

Grande artista.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

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