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Caneca de Letras

28.12.20

 

 

 

Nunca perdoarei essa traição;

A frieza com que desprezaste o que sinto,

Nunca esquecerei no meu coração,

Esse imenso punhal,

Que atravessou a minha alma...

 

Nunca direi, o quanto te amei;

Nem mesmo para mim,

Sonharei com os beijos que te dei,

Nesses pedaços de memória,

Falseada nessa história,

Que insististe em reescrever...

 

Irei sempre renegar;

Este distante sentimento,

Essa força que me persegue,

Perseguindo o ferimento,

Que dentro do meu ser,

Habita...

 

Nunca te irei perdoar;

Essa vontade de matar,

Este amor a sofrer,

Nesse distante pulsar,

Da minha paixão...

 

Sempre que para ti, olhar;

Sempre que te encontrar,

Verei essa traição, nesse punhal,

Que não pára de me sangrar...

 

Sangrando eternamente, a minha desamparada alma!

 

 

20.11.19

 

Queria gritar...

Selvaticamente gritar...

No horizonte trancado esse querer que se liberta.

Queria gritar...

Selvaticamente gritar.

Nesta gruta onde me encontro, enjauladamente peregrino, peregrinadamente ansiando cada ritual carregado de hipocrisia, tão impiricamente ensaiado ao pormenor.

Queria gritar...

Selvaticamente gritar...

Mas no meio do pó, nesse pó transformado em quadro, não sobra espaço para sentimentos, emoções ou verdade.

Queria gritar...

Selvaticamente gritar...

As palavras, sempre elas, amordaçadamente cedendo às linhas do papel, a esse enquadramento sintomático que espartilha e esventra.

Queria gritar...

Selvaticamente gritar...

Mas não tenho força, não tenho voz, tão solitariamente sós na imensidão da folha em branco.

Queria gritar...

Selvaticamente gritar...

Mas não sobrou tempo nem momento para a tamanha vontade, nessa perdida saudade de um destino que jamais o foi.

Gritar...

Gritar!

 

 

Filipe Vaz correia

 

 

03.03.19

 

 

 

O amor...

 

Sempre ele;

Nas entrelinhas da vida,

Entrelaçando destinos,

Magoando caminhos,

Tornando dor, 

O que outrora foi amor,

Pincelando de ardor,

O que um dia foi sabor,

Amarrando ao tempo,

Essa forma de sentimento,

Sem nexo,

Por vezes complexo,

Que se agiganta,

Suplanta...

 

Mas por fim;

Nesse final desenhado,

Fica somente a lembrança,

Dessa espécie de esperança,

Que desvaneceu...

 

E mesmo sabendo;

Voltava a correr,

Mesmo doendo,

Tornava a viver...

 

Tudo outra vez.

 

 

 

 

22.02.19


Nem sempre o que grita o espelho, no reluzente reflexo do olhar, consegue convencer o coração a seguir em frente, a deixar para trás todo o carinho reservado no tamanho querer de um amor.

Mas o que fazer?

Se no fim da linha, nesse molhar os pés no mar, se apercebe o coração desse caminho sem volta, que sufoca desmedidamente.

Devagarinho...

Sem pressa, se entrelaça o querer ao desejo, se amarra todo o sentimento numa imensa tristeza, caminhando mar adentro.

Sempre mar adentro.

Num mergulho...

Num mergulho nesse mar intemporal, misturamos as nossas lágrimas nessa água salgada, somente sussurrando, discretamente, todo o ardor da intensa dor.

Mergulhamos uma e outra vez...

Uma e outra vez.

E numa esperança sem fim, deixamos para trás, esse pedaço que já não nos pertence, se algum dia pertenceu, sabendo a alma, nossa, que jamais desaparecerá a ferida, revivida em cada parte de nós.

Mas adormecerá, permitindo ao tempo, um novo tempo para amar.

E talvez um dia, longínquo, possamos olhar para trás e nesse olhar, outrora valioso, sentirmos apenas uma leve sensação de desconhecimento.

Um desconhecido sentido de indiferença.

Uma calorosa indiferença que alimentará um adeus sem fim...

Por fim.



Filipe Vaz Correia




17.02.19

 

Nem sempre o que grita o espelho, no reluzente reflexo do olhar, consegue convencer o coração a seguir em frente, a deixar para trás todo o carinho reservado no tamanho querer de um amor.

Mas o que fazer?

Se no fim da linha, nesse molhar os pés no mar, se apercebe o coração desse caminho sem volta, que sufoca desmedidamente.

Devagarinho...

Sem pressa, se entrelaça o querer ao desejo, se amarra todo o sentimento numa imensa tristeza, caminhando mar adentro.

Sempre mar adentro.

Num mergulho...

Num mergulho nesse mar intemporal, misturamos as nossas lágrimas nessa água salgada, somente sussurrando, discretamente, todo o ardor da intensa dor.

Mergulhamos uma e outra vez...

Uma e outra vez.

E numa esperança sem fim, deixamos para trás, esse pedaço que já não nos pertence, se algum dia pertenceu, sabendo a alma, nossa, que jamais desaparecerá a ferida, revivida em cada parte de nós.

Mas adormecerá, permitindo ao tempo, um novo tempo para amar.

E talvez um dia, longínquo, possamos olhar para trás e nesse olhar, outrora valioso, sentirmos apenas uma leve sensação de desconhecimento.

Um desconhecido sentido de indiferença.

Uma calorosa indiferença que alimentará um adeus sem fim...

Por fim.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

05.02.19

 

Nas entrelinhas de uma história se escondem pequenos traços, por vezes imperfeitos, de passados entrelaçados, entrelaçadamente reescritos na pena da alma.

Nos espaços de um texto, ficam sabedorias perdidas, perdidamente desconhecidas, nas extremidades de verdades, rabiscadas ao vento.

Mas esses silêncios, gritantes gritos silenciados, justificavam cada letra, cada palavra impressa pelo punho de um escritor.

A folha em branco, confessora de tamanhos segredos, agiganta-se no tempo, por um instante, momento, jamais descodificando despudoradamente cada pensamento secreto.

Na história, de tamanhas memórias, soletradas sem querer, se avivam desabafos, se libertam os passos, de tão descompassado bater...

O bater de um coração, o bater da envergonhada alma.

Assim, sem querença, sem esperança, umas vezes despedaçada, outras vezes acalentada, sobrevive a folha de papel, imaculada, desbravada, aguardando que o tempo, peça permissão ao tempo, para que haja tempo, para tamanho pedaço de um destemperado rascunho...

Meio rascunhado, com os ténues rabiscos da lembrança.

A doce lembrança.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

06.03.18

 

 

 

Já calei tantas vezes;

A dor bem amarga,

Silenciei outras tantas,

O turpor enganador...

 

Já chorei sem chorar;

O que não sabia sentir,

Fingi esse enganar,

Que desconhecia fingir...

 

Já tentei esse amar;

Que escondia o coração,

Restou-me o soluçar,

De tão ilusória ilusão...

 

Já não escreve a velha alma;

Não descreve esse intemporal ardor,

Perdida por entre as lágrimas,

De tão desiludido amor.

 

 

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