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Caneca de Letras

11.10.21

 

 

 

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O mundo do futebol despertou com uma notícia absolutamente extraordinária:

O Newcastle foi comprado por Mohammed Bin Salman, Príncipe Herdeiro da Arábia Saudita, tornando-se assim o clube com melhor condição financeira do mundo.

Os adeptos saíram à rua, a FA autorizou o negócio com o contentamento de ver chegar tanto dinheiro à Premier League e o resto...

Bem o resto pouco interessa.

Só para que se conste o resto é que a Arábia Saudita é uma das ditaduras mais violentas e intransigentes do mundo...

O resto é que Mohammed Bin Salman é o homem acusado de ter mandado matar na Turquia um jornalista dissidente e opositor há muitos anos radicado nos Estados Unidos.

Jamal Khashoggi foi morto e desmembrado por um esquadrão saudita a mando do Principie Herdeiro desse reino segundo demonstram documentos da Inteligência Americana e que não foram desmentidos.

Mas isso é só o resto...

O resto da nossa vergonha!

Para alguns o que importa é que a bola continue a rolar, a cerveja a jorrar e o povo a cantar...

Triste mundo.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

 

 

06.11.17

 

Não há muito tempo, li algumas noticias que davam conta de uma pequena revolução em marcha na Arábia Saudita, um passo rumo a uma maior abertura:

As mulheres iriam ser autorizadas a guiar...

Um avanço civilizacional, num País tão retrogrado, parado no tempo do ponto de vista dos costumes e da religião, aprisionado ao Wahabismo, vertente ultra-conservadora do Islão.

Um passo pequeno mas que representava uma gigantesca esperança, no berço do radicalismo Islâmico.

No entanto, poucos dias bastaram para compreendermos o significado da palavra renovação ao estilo Saudita.

Enquanto o mundo se alegrava em comentar esses pequenos sinais, um Príncipe ia tomando conta das rédeas de um destino, o seu, e também daqueles que lhe poderiam fazer frente...

Mohammed Bin Salman, foi escolhido como o principal Herdeiro ao trono do Rei Salman, depois de outros terem estado em posição preferencial para ocupar este ambicionado lugar, numa disputa silenciosa, mas que move poder, milhões e muito petróleo.

Durante este sábado em todo o território Saudita, uma gigantesca operação, prendeu Príncipes e Governantes, Altos Administradores e Altas Patentes Regionais, Oficiais Militares, Ministros, numa purga nunca antes vista, por entre a nobreza da antiga Casa de Saud.

No dia de hoje, noticias avançam a queda de um helicóptero, onde viajavam altos quadros Sauditas, na companhia do Príncipe Mansour Bin Maqruin, até há poucos meses apontado como um dos herdeiros ao trono e subitamente afastado, em favor de Bin Salman...

Depois destes dias e enquanto o mundo discutia se as mulheres iriam ter o direito a guiar na Arábia Saudita, um Príncipe renovava toda a hierarquia de um País, afastando rivais, garantindo o seu futuro trono.

É caso para dizer, que estamos perante uma, verdadeira, Remodelação ao estilo Saudita.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

05.06.17

 

O mundo Árabe despertou para uma crise na península Arábica de proporções inimagináveis há algum tempo atrás...

O corte de relações diplomáticas e comerciais de vários Países com o Qatar, potência maior da região, diplomática e economicamente, revela por uma vez, uma nova atitude da parte destes Estados diante das suspeitas que recaem sobre aquele potentado.

As acusações que impendem sobre o Qatar, lançadas pela Arábia Saudita, Egipto, um dos Governos Líbios, Iemen, Bahrein, Maldivas e Emirados Árabes Unidos, são a de ingerência em assuntos internos com vista a desestabilizar a paz naqueles locais...

E ainda o acolhimento e apoio logistico a organizações, como a Irmandade Muçulmana, Daesh ou Al Qaeda, suportando-os financeiramente, assim como, a propagação da sua ideologia através dos mais variados canais espalhados pelas redes sociais.

Esta atitude inédita de uma parte do mundo Árabe, poderá ser o inicio de um longo caminho, na tentativa de isolar estes grupos organizados e também aqueles que os apoiam, sendo que no interior destes mesmos Países que agora ostracizam o Qatar, se encontram muitos daqueles que apoiam de forma discreta, as mesmas organizações que estão na base desta atitude anti-Qatari...

No entanto, é necessário começar por algum lugar e parece-me que para primeiro passo, não estará mal.

Resta-nos saber o que dirá diante destes factos a FIFA que entregou o Mundial de 2022 ao Qatar, envolvido em polémicas e suspeitas de corrupção mas que agora certamente terá de se pronunciar, em face destes novos desenvolvimentos.

Assim esperemos para observar, se na verdade, teremos um novo caminho nesta luta contra o terrorismo Islâmico...

Um caminho que inevitavelmente terá de partir do Interior do Islão, para que verdadeiramente, se possa mais facilmente isolar e erradicar este tipo de terror.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

27.05.17

 

Depois de mais dois atentados executados por extremistas Islâmicos, Reino Unido e Egipto, talvez seja a hora de se começar a questionar o Islão moderado, sobre que posição desejam tomar...

Na verdade, não podemos esquecer de que muitos dos que sofrem às mãos destes suicidas criminosos, são também Islâmicos que vivem em países como o Paquistão e que atentado após atentado, também eles são vitimas deste radicalismo sem quartel que aterroriza o mundo.

No entanto, por mais que queiramos entender todos os detalhes desta batalha religiosa, que sem dúvida se torna cada vez mais incontrolável, não será mais possível para as culturas Ocidentais e para os seus cidadãos, continuarem a restringir as suas liberdades e o seu modo de vida, na esperança de que algo possa mudar...

O que causa incomodo e até perplexidade é a ausência de uma atitude com firmeza, inequívoca desse Islão moderado, desses Imãs ou Mullahs, Sheiks, Emirs ou Reis espalhados por todos os cantos do mundo e que se mostram formalmente muito dilacerados com estes atentados mas sem nunca tomarem medidas radicais para lidar com aqueles que em nome da sua religião espalham o terror.

Não seriam merecedores de uma Fatwa, estes radicais?

Ou foi mais grave, Salman Rushdie ter escrito os Versiculos Satânicos?

O mundo Islâmico se quiser que exista uma diferença entre estes extremistas e aqueles Muçulmanos comuns, gente boa como em todas as religiões, tem de sair à rua, perseguir nos seus Países este tipo de criminosos e limitar verdadeiramente a sua liberdade de acção, pois em muitos destes Países Islâmicos, estes continuam a usufruir de uma benevolência atroz...

A Arábia Saudita é um excelente exemplo disso mesmo, com os seus contratos milionários com os Estados Unidos, no entanto, continuando a ser um dos maiores financiadores destas organizações terroristas de forma discreta e secreta.

Muitos dos que assistiram sentados às palavras de Donald Trump em Riade, Emirs ou Sheiks, estarão certamente na primeira linha dos que financiam canais no Youtube para que Imãs disseminem os seus odiosos discursos que alimentam jovens sem esperança a se tornarem mártires, numa luta inominável...

Para as sociedades Ocidentais cada vez mais aprisionadas ao medo, não chega a cada atentado dizermos que teremos de superar este receio, este terror que começa a se instalar a cada evento, em cada festival por essa Europa fora, é necessário também que sintamos que do outro lado aqueles que supostamente discordam destes cobardes radicais, dizem basta...

Tomam, também eles, medidas para os deter.

Assim é absolutamente necessário que o Islão, dito não radical, decida qual o caminho a seguir:

O da inoperância conivente que tarda em se fazer ouvir ou um Islão que se juntará à luta contra aqueles que aterrorizam em nome da sua Religião...

Urge que escolham um caminho!

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

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