15.08.19
Se existir greve...
Aparece o Pardal!
Se não existe greve...
Aparece o Pardal!
Se não se cumpre os requisitos mínimos...
Aparece o Pardal!
Se existe uma câmara de televisão...
Aparece o Pardal!
Valha-nos Deus que o raio do Pardal está em todo lado, cansativamente em todo lado, como forma extenuante de levar ao desespero todos aqueles que não querem a “apardalada” agitação.
O senhor fala, exaspera, pragueja e atemoriza, vocifera ou acusa, numa promessa carregada de contradições.
O Governo e a Antram tentam desmontar as gritarias, as mesmas reivindicações que desnudam a razão, esses gritos surdos que se escondem, por entre, ruas e avenidas.
Detesto greves, esta não foge à regra...
Mas se tiver que lidar com ela, a greve, então que seja um “pombo” o interlocutor, um “canário” ou uma “avestruz”, no entanto, todos menos o Pardal.
Pois o que importa é o céu estrelado, as vozes hesitantes, os piquetes de greve intimidando quem se presta a trabalhar.
Tudo valeu a pena, naquele instante, naquela televisão, onde nada mais importava do que um Pardal à solta.
Filipe Vaz Correia