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Caneca de Letras

07.01.23



 

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Gianluca Vialli partiu neste dia de Reis de 2023...

Um dos melhores e maiores avançados que vi jogar na minha vida, seja na mítica Sampdória, na Vechhia Signora Juventus ou no embrionário "novo" Chelsea com Gullit e Zola.

Vialli não foi o melhor jogador do mundo, nem sequer o maior avançado que vi jogar mas foi certamente o melhor jogador a rematar de primeira e aquele que mais golos deslumbrantes vi marcar na minha vida.

Adorava Vialli, a forma de correr, de lutar, de se transformar dentro de campo...

Esse modo de ser moldou a minha forma de ver o futebol, o imaginário de menino que adorava Gianluca Vialli.

Morreu no dia de Reis, no mesmo dia em que nasceu o meu melhor amigo de infância, Luís Miguel Afonso Teixeira, também ele vítima de um cancro, neste caso nos testículos, há quase 27 anos atrás.

Vialli também povoava o seu imaginário de menino sendo que nós éramos Milanistas, sonhávamos com Gullit, Rijkkard e Van Basten...

Num dia em que durante 18 anos fui feliz, junta-se a esta recordação de saudade a partida de Vialli e com ela esta imagem que aqui vos deixo, de um abraço de Mancini e Vialli, aquando do último título de campeões da Europa de Futebol da selecção Italiana.

Olho para esta imagem e vejo Vialli e Mancini mas também vejo o Luís e Eu...

Vejo amizade e amor, irmandade e fraternidade.

Vejo a vida a continuar e as lágrimas a correrem.

Até sempre Gianluca Vialli...

Até sempre, meu Luís.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

26.10.22

 

 

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No dia 21 de Outubro fez 26 anos que perdi o meu maior amigo de infância, aquele que me ajudou a moldar desde a mais tenra idade.

O Luís partiu depois de 3 anos inenarráveis numa luta árdua e corajosa contra um cancro, na espinhosa caminhada de um adolescente que se debatia contra o "non sense" de um tão brutal destino.

O tempo passou tão depressa e de forma tão imensa que por vezes nem sei o que escrever, não sei rabiscar em letras ou palavras o que me dita o sentir, essa ausência tão esmagadora que se transformou em silêncio, esse esquecer que insisto em recordar.

Tento recordar o seu rosto a cada dia, tento memorizar cada história a cada instante, tento imaginar o inimaginável sempre que a cada tropeço me recordo...

Sei bem o que representava para ele, o quanto ele gostava de mim, nesse fraterno amor que nos ligou, buscando tantas vezes na fraqueza dessa saudade um sentido para tão precoce partida.

O Luís era leal e corajoso, o mais corajoso que conheci, era destemido e alegre, era gigante...

Gigante no ser, na querença, na destemida forma como viveu até ao instante derradeiro, na singela presença do seu olhar.

Pouco tempo antes de morrer foi beber café comigo ao antigo centro Roma, quando provavelmente pesaria uns 40 quilos, contrariando o que todos achariam aceitável, ou seja, que ficasse no recato de sua casa, debilitado recebendo um amigo de sempre...

Mas isso não seria o Luís.

Montou-se na sua BWS, percorreu o curto caminho entre a sua casa na Frei Amador Arrais e o Centro Roma e ali nos encontrámos, para o último café, o nosso momento de despedida.

Se eu soubesse...

Acho que nunca lhe disse o quanto gostava dele, não que ele não o soubesse, mas de forma aberta, sem amarras ou subtilezas, num sincero e simples:

Amo-te meu irmão!

Chorei imenso nesse dia 21 de Outubro de 1996, desabei no recato de meu quarto, depois de falar por telefone com sua mãe que me deu a triste notícia...

Hoje 26 anos passados escrevo estas linhas para que se avive a memória, para lhe prestar um tributo de mim para ele, guardando comigo essa espécie de tradição de em prosa ou verso sublinhar nesta Caneca o quão privilegiado fui por um dia se ter cruzado em meu caminho esse amigo de uma vida.

Enquanto for possível escrevinhar aqui estarei para gritar com todas as palavras a saudade que sinto e o amor que sempre senti por ti.

Até sempre meu irmão.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

06.01.22

 

 

 

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Aprendi ao longo da vida que esta é um sopro, uma leve brisa de vento que nos amarra e liberta, deixando somente um rasto do que de bom por nós passou.

Em 6 de Janeiro de 1978 nasceu uma das pessoas mais importantes da minha vida, alguém que marcaria todos os dias e vastas memórias desde que nos cruzámos.

O Luís Miguel foi o meu melhor amigo, da tenra infância até ao inicio da juventude, altura em que infelizmente nos deixou...

O Luís foi a pessoa mais corajosa que conheci em toda a minha vida, um amigo leal e fraterno, o mais leal de todos, percorrendo um caminho carregado de pedras nos últimos anos de sua vida, com uma bravura que ainda recordo com o mesmo espanto que naqueles momentos admirava.

O cancro nunca o derrotou, apenas morreu com ele, nunca o quebrou mesmo que o tivesse levado à exaustão, nunca o tornou menor mesmo que por instantes o ensombrasse.

O meu amigo Luís  viveu a vida plena com o curto tempo que teve, sorriu e chorou sempre lutando, levantando-se repetidamente para mais um dia com a enorme força que só os bravos podem demonstrar.

Desde os 10 anos que fomos como irmãos, desde esse momento até aos dias de hoje busco nele e no seu olhar a inspiração para tantas coisas que por vezes nem consigo descrever, mantendo na memória cada abraço, cada olhar, cada palavra.

Faria hoje 44 anos, partiu há 26 anos...

Meu querido Luís só podias ter nascido no dia de Reis, alguém especial que me deu a honra de poder contar como amigo, como irmão.

Até sempre, deste que te ama...

Pipo.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

04.10.21

 

 

 

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Olho para o páteo do recreio e estou só;

nada sobrou

ninguém voltou

tantos partiram

sem regresso.

 

Desapareceram aqueles que nunca tiveram importância;

aqueles que nunca me recordarei

os que sempre odiei

os que porventura amei

e até tu...

 

Partiram tantas partes de todos nós;

pedaços ilusórios sem voz

na solidão desse recreio vazio

abandonado num deserto de almas...

 

Já lá não mora ninguém;

nem correrias nem sofrimentos

nem dramas nem tormentos

nem jovens almas nem velhas esperanças...

 

Tornei-me um homem;

despeço-me daquela criança

nessa espécie de desesperança

buscando em cada pedaço de vento

a promessa que fizemos...

 

Que um dia aqui voltaríamos juntos;

num abraço imortal.

 

 

 

 

27.02.21

 

 

 

"Três anos se passaram e neste dia em que se cumpre esta triste data, recordo o texto que escrevi em homenagem ao Meu Querido Tio Jaime nesta Caneca de Letras"

 

 

Poderia ser em poesia, no entanto, sei que o Tio gosta mais que escreva em prosa...

Dia 27 de Fevereiro, noite adentro, chuva carregada, trazendo com ela a triste nova, que sendo esperada, desesperava a esperança que desesperançada sabia o que iria acontecer.

O meu Tio Jaime morreu...

Quem segue o Caneca de Letras, sabe que falamos do leitor número um do Caneca, do seu maior critico e apreciador, do mais querido dos amigos.

Em tempos escrevi no Caneca, um poema intitulado "O Meu Tio", que para mim o descreve inteiramente...

Entre as muitas palavras soltas por entre os versos dessa poesia, talvez amigo fosse a mais acertada, família tão apropriada.

Tantas e tantas palavras de carinho e estima que me aparecem na mente, nessa mesma mente carregada de memórias, histórias, sorrisos e sonoras gargalhadas, de momentos que não regressam.

Guardo em mim, não os últimos instantes, os dias mais sombrios e tristes, mas o olhar expressivo com que sempre me recebeu, o carinho que dele sempre tive, sem hesitações, quebras, meias palavras...

Com o Tio Jaime era assim.

Esta partida traz consigo uma nostalgia imensa, como se terminasse um ciclo, findasse uma Era, como bem expressava o meu querido Jaime Bessa, filho do Tio...

Talvez seja isso, Bessita.

No entanto, o que esta tristeza jamais irá conseguir, será diminuir a sua vida, o impacto que teve em cada uma das pessoas que com ele privou, dos amigos que fez, das memórias que perdurarão no tempo.

Nas minhas memórias, o Tio será eterno, como eterno será este carinho que por si tenho.

Obrigado por tudo, Tio Jaime...

"O Meu Tio Jaime!"

Um abraço grande.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

06.01.21

 

 

 

Meu querido amigo, muitos parabéns neste dia, pelos 42 anos que ficaram por cumprir...

Assim como ficaram os 20, os 30,  tantos e tantos sonhos, guardados em ti.

Neste dia de Reis, recordo muitos dos dias que passámos juntos, muito dos sorrisos que partilhámos, das traquinices que inventámos, da lealdade constante entre nós.

Se pudesse descrever a nossa amizade numa palavra, talvez esta fosse a mais apropriada, a que mais nos caracterize...

Lealdade.

Sempre juntos, sinceros, ligados.

Tanta coisa nos separava à partida, tantos nos ligou sem sabermos...

Às vezes penso se teríamos sido amigos, sem aquela cena de pancadaria que nos levou ao gabinete da Professora Jesuína, directora do colégio e daquela casmurrice, que tão bem nos define, de cada um querer assumir as culpas do outro.

Inimigos até aquele dia, siameses a partir daí.

Tínhamos 10 anos, 10 jovens anos.

Desde esse dia e até hoje, repito hoje, em momento algum ficaste longe do meu pensamento, meu amigo, longe deste coração que sempre te pertencerá.

Mesmo naqueles dias difíceis, enevoados por entre as sessões de quimioterapia, a que foste sujeito, mesmo nesses dias, não esqueço a nobreza com que enfrentavas a realidade, a esperança que brilhava no teu desbravado olhar...

No teu leal olhar.

Daqui, nesta carta, amigo de uma vida, fica o meu grito de parabéns, onde quer que estejas, onde quer que vás, para onde quer que foste.

Daqui, com o tremendo sentimento desta eterna amizade, fica silenciosamente, o imenso obrigado, por um dia ter feito parte dessa breve vida, que foi a tua...

Mas que sempre recordarei, com um carinho sem tamanho.

Parabéns Luís...

Meu querido amigo.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

18.11.20

 

 

 

Amigo, porque estás sempre presente?

Ausência não é certamente,

Nesse privilégio que se sente,

Essa palavra quente...

 

Amigo, porque não me deixas cair?

Pois posso lá eu pedir,

Ou até mesmo exigir,

Se não sei o que está para vir...

 

Amigo, porque estás sempre a meu lado?

Nesse teorema ou quadrado,

Seja pobre ou abastado,

Desse sentimento desejado...

 

Amigo, porque me dás a tua mão?

Afastando a solidão,

Iluminando a escuridão,

Falando-me ao coração...

 

Amigo já não me sinto sozinho;

Nem empurrado para um cantinho,

E já parece que adivinho,

A tua presença no caminho...

 

Amigo, já sei o que é amizade;

Pode rimar com lealdade,

Com certeza, com verdade,

E ainda mais, com a palavra amor!

 

 

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