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Caneca de Letras

28.08.19

 

De férias no Algarve, Monte Gordo, passando uns dias maravilhosos, senti o meu ouvido a estalar, água por lá encurralada, numa recordação da primeira otite que tive na vida, no ano passado...

Que chatice! Pensei.

Como sempre, tentei resolver o problema com uns “Whiskys” bem servidos ao serão e muito picante ao jantar, uma solução que vem da voz “avisada” de meu Pai que herdou esta receita, para todas as maleitas, de meu Avô e este de meu Bisavô e assim sucessivamente.

Não posso dizer que correu mal...

Mas também não posso dizer que tenha corrido bem.

Entre um momento e outro resolvi fazer o que as pessoas “normais” fariam, a conselho da minha querida Mulher, ligar para um hospital privado e tentar saber onde encontrava um Otorrinolaringologista.

Assim fiz...

Liguei para o Hospital Particular do Algarve, com várias unidades no Algarve, para o Lusíadas e para um outro que não me recordo do nome.

Resultado:

Não consegui encontrar nada e sinceramente como se aproxima o regresso a Lisboa, optei por não ir para as urgências do hospital de Faro, pois antevia que esperaria por lá com uma pulseira verde, talvez uma eternidade.

Mas o que achei mais engraçado, sem ter graça nenhuma, foi a resposta de uma das senhoras que me atendeu o telefone, no hospital particular do Algarve, com hospitais em Vila Real de Santo António, Loulé e Olhão...

Uma “querida” senhora, do hospital em Vila Real de Santo António, informou este vosso Canequiano de que não dispunha de Otorrinolaringologistas por esta altura, pois estávamos no Verão e estes se encontravam de Férias.

De Férias?

Sim, de Férias!

Claro está que entrei em curto circuito, a tentar processar a informação, questionando a “simpática” senhora se por acaso faria sentido os mesmos especialistas estarem a trabalhar no Inverno para a populosa concentração de pessoas que deverão habitar aquele lugar...

Enfim, a otite por cá continua.

Isto seria a mesma coisa, para dar um exemplo, que aliás dei neste inusitado telefonema, se a Confeitaria Nacional resolvesse não fazer Bolo Rei no Natal e Ano Novo, para passar a fazer no resto do ano.

Julgo que a senhora não percebeu ou se percebeu fingiu muito bem...

Mas não pude deixar de perceber, o drama que se vive por algumas terras no que toca à Saúde e às limitações por que passam estas populações, fora das grandes Metrópoles.

Meus queridos, vou só tratar de beber mais um Whisky, pois assim como assim, esta foi a única receita que me foi prescrita, tendo em conta que os Otorrinolaringologistas estão todos de Férias neste Verão Algarvio.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

04.08.19

 

É dia de Sporting vs Benfica...

A Supertaça Cândido Oliveira.

A bola vai começar a rolar e iniciar a época 2019/2020, num reavivar de emoções, recomeçando a esperança de ganhar, a querença maior que habita nos adeptos, essa esperança para uns em verde, para outros em azul e outros de encarnado.

Lágrimas serão soltas, sorrisos de nervoso ou contentamento, palavrões e sonhos entrelaçados num querer maior que se impõe à razão, racionalidade que se ausenta por 90 minutos, nesse mar imenso de amor irracional.

Sou leão, Sportinguista, desde que me recordo, ou melhor, desde que desconhecia conhecer esse sentir que se supera, essa crença tornada fé, essa perdição tornada amor.

No Algarve, por um instante, voltarei a ser aquele menino que sonhava saltar de alegria, aquela criança que desejava não adormecer para sonhando acordado festejar cada golo na imaginação, passeando pela alma verde e branca de um contentamento inolvidável.

A bola irá saltar pelas 20h45...

E todos cerrarão os dentes, darão as mãos, sonharão com esse Olimpo de esperança que não escolhe idade, sexo, política ou religião, pois este amor ultrapassa todas as barreiras, todos os obstáculos, todas as contradições.

De olhar penetrante, voz embargada, alma concentrada, ali estarei, estaremos, todos unidos de verde e branco colado à pele, sendo mesmo a pele, num desejo que não se contém...

Um Amor Leonino.

Viva o Sporting.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

22.08.17

 

Regressar aos sítios onde crescemos, onde muito de nós está guardado, nas pedras, nas ruas, nas esquinas e ruelas envelhecidas com o passar do tempo...

Regressar aos mesmos sítios onde se recorda as primeiras saidas à noite, os primeiros amores, ardores intemporais de uma perdida adolescência, vendo outros no nosso lugar, desfrutando da beleza intemporal desse balsâmo denominado, Juventude.

Essa magia agridoce no percurso da vida, tentando em cada rosto amarrar o tempo, para na nossa memória resgatar cada instante de um tempo distante que apenas nessas recordações, espaçadamente, toma lugar.

A mesma praia deslumbrante, o mesmo areal convidativo, os toldos retemperadores e os mesmo restaurantes de sempre, com os mesmos empregados, o mesmo dono, a mesma calorosa recepção...

Volto a cruzar o País, descendo até Montegordo para uns retemperadores dias de banhos, estiralhado ao sol, que aqui despudoradamente se exibe majestoso.

Só a falta de Internet, nessa busca incessante por um lugar com Wifi, me transtorna por momentos estes esplendorosos dias, numa insaciável vontade de partilhar por palavras, sentimentos e imaginações, que como sempre, me povoam a alma.

Assim sentado no Hotel Casablanca, no fantástico Rick's Bar, homenagem a esse magnifico filme e a essa extraordinária personagem interpretada por Humphrey Bogard, encontro discretamente o espaço ideal que me liga ao meu Caneca e através dele ao mundo.

Assim, voando para mais um mergulho, aqui fica este texto num reconfortante regresso a esta escrita que faz parte de mim mesmo.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

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