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Caneca de Letras

19.11.17

 

Esta polémica envolvendo o actor Diogo Morgado, levou-me a querer escrever estas palavras em forma de desabafo, numa mistura de indignação e revolta...

Não é a primeira vez que me apetece escrever sobre esta espécie de Industria do ódio e da morte, que cresce por entre a Imprensa, numa corrida desenfreada por tiragens, por vendas, a qualquer preço, a qualquer custo.

As capas de certas revistas, de certos pseudo-jornais, sobre o estado de saúde do Salvador Sobral ou mais recentemente, sobre a doença do actor João Ricardo, envolvendo até o seu filho, deixaram-me imensamente chocado, demonstrando também, até onde estão dispostos a ir estes pasquins.

Os princípios e valores, estão completamente subjugados, em detrimento desta busca incessante pelas audiências ou tiragens, atingindo qualquer um, escrevendo o que for preciso, seja verdade ou mentira, seja vida ou morte.

São capazes de tudo, sem remorsos...

Sem olharem para trás.

Esta vergonha relacionada com a morte do Avô do Diogo Morgado, canalhice da autoria da Nova Gente, demonstra a imoralidade vigente, por entre certo tipo de "jornalistas" que se dispõem a tudo e que beneficiam da conivência daqueles, que continuadamente compram os seus "trabalhos".

Estas noticias alimentadas pelo lado negro da coscuvilhice alheia, são na génese a fonte que alimenta esses que buscam na lama, a chafurdice certa, visando a gratuita desgraça de outros.

Nunca mais me esquecerei de uma capa do National Enquirer com o actor Patrick Swayze, pouco tempo antes de este morrer, na parte de fora de uma loja de conveniência, denotando a fraqueza que já dele se apoderara.

Nessa capa, acompanhava a fotografia, um conjunto de letras, duas palavras:

The End.

Nunca mais me esqueci daquela barbárie, dessa espécie de ausência de consciência, da imensa vergonha por nada de Humano, ali estar presente.

Aquela capa, como tantas e tantas que vemos por aí, demonstram que estamos num tempo diferente, numa verdadeira anarquia selvática...

E nesta selva, reina o lixo jornalístico, capaz de tudo, para continuar a vender.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

10.03.17

 

Era sempre especial, um jantar com o Nico...

Era sempre especial um café com o Nico, era sempre especial cruzar um olhar com o Nico, e por um instante viajar através das histórias infindáveis guardadas na sua alma, sempre disposta a partilhar com os amigos, que com ele partilhavam a sua brilhante vida...

Quando fecho os olhos e o recordo, vejo sempre no seu sorriso, amarrado àquele caloroso abraço, uma saudade aprisionada, às conversas, às anedotas, aos momentos revisitados vezes sem conta, que viviam na memória de um deslumbrante contador de histórias.

Como poderia esquecer, daquele jantar em minha casa, a minha primeira casa, num dos primeiros jantares que dei e onde cinco pessoas, à volta de uma mesa, sentados, embevecidos, escutaram até às quatro da manhã, pequenos pedaços de magia, soltos em palavras, pintando através do seu encanto, um inimaginável retrato de personalidades, de recantos que não sabíamos possíveis, mas que ele havia vivido, convivido, feito parte...

Ouvir alguém que conviveu, com Vinicius ou Laura Alves, Ribeirinho ou António Silva, Amália ou Jô Soares, Drummond de Andrade ou Jeremie Irons, Raúl Solnado ou Vasco Santana...

E conviveu como um igual, naquele misto de simplicidade atrelada ao imenso talento que só um génio como o Nico poderia ter.

Nunca mais me esqueço que sabendo, da minha imensa admiração por Jô Soares, organizou em sua casa um jantar, numa das últimas viagens desse seu eterno amigo a Lisboa, para que eu o pudesse conhecer e partilhar naquela mesa, de mais um momento para mim, inolvidável...

Essa generosidade sem fim, permitiu-me ali, voltar a ter dez anos e ao vivo, sem barreiras, poder viajar entre o beijo do Gordo e o Eu Show Nico...

Ainda guardo, como para sempre guardarei, aquela estranha sensação de viver um sonho, meio envergonhado, tentando absorver, todos os detalhes, de cada conversa entre aqueles eternos ídolos da minha infância.

E assim escrevendo por entre estas memórias que guardo deste amigo, fica aqui o agradecimento por tamanho carinho que dele e da minha querida Mafaldinha, sempre recebi, ficando também a certeza de que em algum momento, nalguma conversa, em algum pensamento, o Nico permanecerá para sempre vivo...

Porque os génios não morrem.

Até sempre, Nico...

E obrigado!

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

23.11.16

 

Quem se importa, se me escondo?

Quem se importa, com o que sinto?

Se vos conto, se vos explico,

Ou simplesmente vos minto...

 

Quem se importa, com o que quero gritar?

Quem se importa, com o que quero contar?

Se nem eu sei, o que tenho a falar,

Para me entender,

Explicar...

 

O que importam estas minhas mágoas;

Estas contradições, angústias,

Este labirinto onde me pareço perder...

 

Quem se importa?

Quem um dia quererá saber,

Que por dentro de mim,

Aprisionado, sem querer,

Viveu assim,

Sem fim...

 

Um Actor.

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