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Caneca de Letras

31.07.17

 

Cristiano Ronaldo esteve hoje diante de uma Juíza, num tribunal de Madrid, dando as explicações que entendeu sobre este alegado caso de fraude fiscal.

Digo alegado pois num tempo em que todos beneficiam do alegadamente, mais faltava que para Ronaldo, essa premissa não fosse aplicada.

Mas não escrevo aqui para falar das suspeitas que impedem sobre Cristiano Ronaldo, as acusações que de tão complexas dividem até os funcionários do fisco Espanhol, que apresentam contraditórias conclusões para um caso como o de CR7...

Escrevo aqui para falar dos abutres de plantão, que quase sem pestanejarem aguardaram sedentos de sangue, na porta do tribunal, ansiando disparar mais uns flashes, aprisionar mais umas imagens, construirem mais umas histórias, enfim, criarem mais umas primeiras páginas sensacionalistas, à custa do melhor jogador do mundo.

Como se alimentam da coscuvilhice alheia?

Como vende a especulação?

No entanto, CR7 entrou neste jogo e por uma vez sorriu, deve ter sorrido...

Um púlpito foi montado, microfones instalados e anunciado que ali estaria Ronaldo no fim da audiência judicial, para falar aos abutres que se distraiam em diretos, cheios de certeza, impregnados de veredictos.

Ali esperaram às dezenas, com as objetivas apontadas, como armas, tentando imaginar como estaria o semblante do jogador Português e o que este diria...

Esperaram e esperaram.

No fim, um assessor apareceu e anunciou que Ronaldo já abandonara as instalações do tribunal e estava já a caminho de outro lugar, deixando para trás os abutres de plantão.

Que imensa vontade de sorrir, perante o espanto daqueles pseudo-jornalistas...

Uma vaia se fez ouvir no meio do rebuliço indescritível, uma revolta naqueles que se habituaram a infernizar, os tão apetecíveis alvos, deste tipo de imprensa.

Por um momento, Ronaldo deve ter sentido um pequeno contentamento, por naquele instante ter revertido o jogo, ter provocado aquele frenesim sem tamanho...

Os abutres vingar-se-ão numa próxima primeira página, numa história ainda por inventar, num qualquer escândalo por criar, no entanto, desta vez tiveram que vaiar, tiveram que se contentar com um púlpito vazio por entre um direto tristonho.

Muito bem, Cristiano Ronaldo.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

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