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Caneca de Letras

12.01.18

 

Amanhã é dia de eleições no PPD/PSD.

Um dia de mudanças ou não, de questões ou silêncios, de perguntas e afirmações, de vitórias...

Ou não.

Esta campanha entre Rio e Santana foi desanimadora, desenxabida, mergulhada em fait-divers, em artimanhas partidárias, amarradas a visões de um passado que apenas armadilha o destino deste nobre partido.

O aparelho do PSD parece ter amarrado os dois candidatos, num chorrilho de incongruências demasiadamente evidentes e que com o passar dos dias, levaram a um desinteresse da opinião pública.

Rio, político que gosto, ou pelo menos sempre me habituei a admirar, também se deixou levar para este terreno, onde as ideias foram sempre subalternizadas em relação à trica política...

Aos nomes que apoiam este e aquele, às traições confundidas vezes sem conta, com opinião forte e corajosa.

Infelizmente para mim, que sempre estive neste terreno partidário, de expressão política e ideológica, esta campanha mais do que uma desilusão, reflecte a crise de valores existente no panorama partidário Português, mas que honestamente me parece acentuada no PSD.

Temo que com estas eleições, o PPD/PSD fique ainda mais dividido do que aparentemente está neste momento, que as diferenças evidentes entre Passistas e outros, não deixem margem para grandes encontros e reflexões, no pós Passos.

Estes anos de Passos Coelho, destruíram grande parte da base eleitoral do partido, não entre aqueles militantes fiéis, que votam independentemente do rumo ou do líder, mas entre aqueles que sendo votantes no PSD, se sentiram atraiçoados e desamparados naqueles malfadados anos, do além da Troika.

Não compreender isto, é não perceber a dimensão política de medidas economicistas, mesmo que estas sejam tomadas, em prol do País.

Recuperar essa ligação às pessoas, pois durante esses difíceis anos a comunicação do Partido foi deveras incompleta, demorará tempo mas acima de tudo, necessitará de uma liderança forte e capaz de se concentrar mais no País, do que nas batalhas internas, inerentes aos interesses instalados.

Assim, sem muita fé, aqui deixo o meu desejo:

Que vença Rui Rio.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

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