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Caneca de Letras

14.11.19

 

O salário mínimo...

O Governo escolheu este tema para o primeiro debate quinzenal da Legislatura.

Este tema não deve, nem pode, ser um divisor de águas entre a esquerda e a direita, sendo aqui muito importante que a direita não se deixe armadilhar no caminho, demonstrando capacidade para englobar esta reivindicação nos seus princípios políticos.

Esta realidade comporta várias e complexas vertentes, desde as necessidades desta franja de trabalhadores, até àqueles mais qualificados que vêem o seu salário estagnado, cada vez mais ao nível do ordenado mínimo...

Passando por essas empresas, na sua maioria pequenas e médias empresas, que enfrentando estes novos “custos” poderão ser confrontadas com dificuldades de produtividade neste mercado Global, assim como a falta de contrapartidas dadas pelo Estado a estas mesmas empresas, que deverão ver os seus custos disparar.

É aqui que a oposição de direita deverá colocar a tónica dos seus argumentos, ou seja, não fugindo da premissa maior que deverá ser a melhoria das condições dos trabalhadores que tendo um ordenado mínimo, ganham miseravelmente, sem nunca deixar de exigir ao Governo um plano global que impulsione empresas e trabalhadores, de ordenado mínimo ou médio, do privado ou do público.

Aliás esta desigualdade entre o privado e o público, pouco falada, poderá começar a criar legitimas clivagens na nossa sociedade...

Num País onde tudo parece mais difícil para quem trabalha no sector privado e se vê retirado de um sem número de benesses, em comparação com outros que trabalhando para esse mesmo Estado se encontram mais seguros e estabilizados.

Não devem existir cidadãos de primeira e de segunda, tenham salários mínimos ou médios...

Em nenhuma circunstância.

Quanto ao cerne da questão, ou seja, o aumento do salário mínimo para os 635 Euros, no próximo ano, parece-me que todos deverão estar de acordo...

Quanto aos 750 no fim da Legislatura?

Tenho as mais absolutas dúvidas...

Dúvidas sobre essa aplicação sem um plano sustentável do Governo de António Costa, um plano que suporte e apoie as empresas que irão ser obrigadas a aplicar tal aumento.

Sem isso, estaremos entregues a uma utopia ou a um chorrilho de falências, nesse mar de falta de competitividade que se instalará, principalmente no sector do calçado ou têxtil.

Enfim...

Querem aumentar o salário mínimo?

Fantástico...

Agora só falta criar as condições, a médio prazo, para isso.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

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