14.12.17
Esta equipa do Rio Ave é de facto um caso de estudo, não só pela carreira que está a fazer na Taça de Portugal, assim como no Campeonato, mas essencialmente pelo futebol que joga...
Pela maneira como joga.
Miguel Cardoso, anterior adjunto de Domingos Paciência e Paulo Fonseca, amarrou o clube a uma filosofia romântica, assente na qualidade de jogo, da posse como destino de uma ideia infinita...
Infinitamente deslumbrante.
O Rio Ave joga como Grande, mesmo contra os Grandes.
Os Vila-Condenses apresentam um conjunto de qualidade, com um guarda-redes experiente, Cássio, um central de qualidade, Marcelo, um lateral de futuro, Yuri Ribeiro, um médio defensivo consistente, Péle, um capitão com alma, Tarantini, mas é no meio-campo ofensivo que tudo se transforma...
Que mora a essência, repleta de magia, deste Rio Ave:
Quem vê jogar João Novais, Francisco Geraldes ou Rúben Ribeiro, entende a razão pela qual esta equipa não teme jogar, olhos nos olhos, com qualquer equipa...
João Novais traz à equipa uma dimensão física superior aos outros dois, aliando qualidade técnica, a uma mais valia imprescindível ao futebol moderno...
A marcação eximia de livres directos.
Francisco Geraldes e Rúben Ribeiro são na minha opinião, ainda mais deslumbrantes, donos de uma intensa magia que define, surpreende, apaixona...
Chico, menino leão, faz do passe o diamante, o instante definitivo com que esventra defesas adversárias, do toque a arma com que congela o tempo, da visão de cada lance, o irrepetivel momento que vislumbra muito antes de qualquer outro.
Rúben, jogador feito, quase trintão, é a interrogação perfeita, da imperfeita pesquisa de talento feita por Benfica, Sporting e Porto.
Como pode um jogador desta qualidade, chegar aqui sem nunca ter sido contratado por uma desta equipas...
O Benfica poderia propor a troca de Rafa por Rúben, o Sporting dar o Argentino Ruiz e pagar mais uns milhões por este 10 Vila-Condense e o Porto...
Quantos Adrians valerá Rúben Ribeiro?
Assim vendo este Rio Ave que ontem voltou a destruir o Benfica, fiel à sua ideia de jogo, ao Tiki-Taka de Caxinas, dá vontade para questionar:
Quem joga melhor em Portugal?
Talvez a resposta seja...
O Rio Ave.
Filipe Vaz Correia