27.12.16
O meu piano...
De encontro à janela;
Aguardando a minha alma,
Como se estivesse de sentinela.
Aguardando sem tocar;
Esperando calado,
Esse regresso, despertar,
De um tempo e de um passado...
Não sinto as minhas mãos;
Queria voltar a sentir,
E contar ao meu coração,
Esse medo de sorrir...
Temo o que um dia fui;
Fujo desse reencontro,
Dessas pautas, pautadas,
Imagens passadas...
Nessa lágrima, em forma de nota musical;
Sinto a dor na minha mente,
O que sobrou dessa vida,
Desse som, nesse presente...
Já não posso mais tocar;
Já não sou um pianista,
Pois tremo sem parar,
Sem as minhas mãos controlar...
Dói sem doer;
Esse teu silêncio ruidoso,
Piano meu, quero morrer,
Ao som do teu sorriso...
Pois só ele preenche as memórias, dessa vida que um dia foi minha!