14.11.16
Apagaram-se as luzes, as tuas;
Calaram-se as vozes, as nossas,
Corre nessas tristes ruas,
Sangue por essas poças...
Iluminou-se a escuridão,
Com tristeza, solidão,
Cheia de gritos e dor,
Numa ferida, num ardor...
Mágoa, estupefação;
Essa chama tão intensa,
Num Bataclã em explosão,
Numa batalha imensa...
Tiraram-te o romantismo;
Paris, quiseram ver-te chorar,
Empurraram-te para um abismo,
Numa queda sem parar...
Azul, branco, encarnado;
Cores que se levantaram,
Nesses tiros disparados,
Contra essas vidas que passaram...
Minha Paris;
Minha e do mundo,
Perdida num grito eterno,
Nesse horror profundo...
Nada calará Paris;
Nada vencerá Paris,
Pois Paris, somos todos nós!